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UMA EXCEÇÃO NO SISTEMA ECONÔMICO INTERNACIONAL? ENSAIO SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE ESTADO E MERCADO NA DEMOCRACIA FRANCESA AO LONGO DO SÉCULO XX
A França, enquanto democracia ocidental, é frequentemente reconhecida como uma exceção, sobretudo na Europa, em função do papel desempenhado pelo Estado na vida social do país. Tal raciocínio por vezes conduz à representação do Estado francês como exemplo eficaz ou persistente de Estado de Bem-estar social e reitera a imagem de um país que manteria um Estado consideravelmente autônomo perante o mercado. Entretanto, o presente ensaio, por meio das reflexões de autores como Karl Polanyi (1886-1964), Eric Hobsbawm (1917-2012), Robert Castel (1933-2013), Claus Offe e Pierre Rosanvalon, demonstra que o caso francês caracteriza-se por uma interseção eficaz entre Estado e mercado, e não por uma oposição entre ambos. Não haveria resistência de um Estado a um mercado global estruturante de um capitalismo financeiro, mas sim reiteração desse quadro global por meio do próprio Estado. A experiência francesa ressalta, na verdade, contradições políticas inerentes ao Estado de bem-estar social.