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GESTOS E RESISTÊNCIA: IMAGEM E MONTAGEM DO PENSAMENTO
Nos ultimos oito anos, desde 2009, o mundo vem presenciando ondas crescentes de levantes populares que tem sacudido, em seus agires micropoliticos, algumas estruturas. Protestos, manifestacoes, marchas e ocupacoes que, de diferentes recantos, insurgem enquanto remontagens do sujeito em sua dimensao coletiva. Este ensaio encontra em Didi-Huberman, mais especificamente em sua exposicao Soulevements (Levantes), elementos para pensar conceitualmente a montagem sacudida pelos acontecimentos politicos atuais. Didi-Huberman monta essa exposicao pensando em cinco tempos, cinco gestos que vao do micro ao macro, a saber: o gesto da furia inquieta, o gesto intensivo de um corpo que grita, o gesto de clamor da palavra, o gesto de inflamacao coletiva dos vagalumes e o gesto de sobrevivencia para alem do seu desaparecimento. Atraves de algumas imagens da exposicao e da obra “Carta ao Pai”, de Elida Tessler, traca-se alguns elementos para pensar a montagem como modo de expor visualmente as descontinuidades do tempo que atuam em todas as sequencias da historia, modos de organizar – de desmontar, de analisar e tambem de contestar – o proprio horizonte de nosso tempo. Por fim, com subsidio de Dardot, Laval, Negri e Hardt, chega-se a ideia de desmontagem do neossujeito, deste sujeito contemporâneo e neoliberal do qual o desejo e tomado como um novo poder, espaco ininterrupto de disputa. No entanto, a producao de um comum – resgatada pelo drapeado dos levantes atuais – e aqui evocada enquanto gesto efetivo de resistencia.