{"title":"Construindo adjetivos disposicionais","authors":"Bruna Elisa da Costa Moreira","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id423","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo retoma a tese de Moreira (2015) para discutir um trabalho recente de Resende e Rech (2020) sobre adjetivos sufixados em -vel no português. Nele, proponho uma análise sintática e semântica unificada para explicar a formação desses adjetivos, os quais denomino disposicionais. Analiso o sufixo -vel como um núcleo adjetival que se comporta como um modal dinâmico, com força quantificacional existencial, uma base modal formada por propriedades (introduzidas por frases do tipo “em virtude de”) e uma fonte de ordenamento proposicional, predominantemente estereotípica (BRENNAN, 1993). Sintaticamente, proponho que o sufixo tem comportamento uniforme e seleciona uma projeção não saturada de Voz/Iniciador, como numa operação morfossintática passiva (BRUENING, 2013), ideia que implemento no modelo da sintaxe de primeira fase (RAMCHAND, 2008). Essa proposta dispensa a postulação de duas regras distintas, já familiares em propostas lexicalistas (WASOW 1977), assim como de diferentes alturas de concatenação do sufixo em uma hierarquia funcional, como em propostas não lexicalistas (Oltra-Massuet, 2014; RESENDE; RECH, 2020). Defendo, assim, que ela permite uma explicação mais adequada e elegante para a derivação dos padrões observados nessa classe de adjetivos.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"55 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-11-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos de Linguística","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id423","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Este artigo retoma a tese de Moreira (2015) para discutir um trabalho recente de Resende e Rech (2020) sobre adjetivos sufixados em -vel no português. Nele, proponho uma análise sintática e semântica unificada para explicar a formação desses adjetivos, os quais denomino disposicionais. Analiso o sufixo -vel como um núcleo adjetival que se comporta como um modal dinâmico, com força quantificacional existencial, uma base modal formada por propriedades (introduzidas por frases do tipo “em virtude de”) e uma fonte de ordenamento proposicional, predominantemente estereotípica (BRENNAN, 1993). Sintaticamente, proponho que o sufixo tem comportamento uniforme e seleciona uma projeção não saturada de Voz/Iniciador, como numa operação morfossintática passiva (BRUENING, 2013), ideia que implemento no modelo da sintaxe de primeira fase (RAMCHAND, 2008). Essa proposta dispensa a postulação de duas regras distintas, já familiares em propostas lexicalistas (WASOW 1977), assim como de diferentes alturas de concatenação do sufixo em uma hierarquia funcional, como em propostas não lexicalistas (Oltra-Massuet, 2014; RESENDE; RECH, 2020). Defendo, assim, que ela permite uma explicação mais adequada e elegante para a derivação dos padrões observados nessa classe de adjetivos.