Thaís Rodrigues de Souza, Beatriz do Carmo Veloso de Oliveira, Larissa Solari Spelta, Amanda Amaral Torres, Giselle Lima de Freitas
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Metodologia: Estudo ecológico, descritivo, com abordagem quantitativa, que utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação de tuberculose, com casos de HIV positivo, no período de 2001 a 2020. Resultados: Foram notificados 25.638 casos de tuberculose, sendo 4263 (16,6%) casos de coinfecção TB/HIV. A maior parcela desta população era do sexo masculino, raça parda e branca, não beneficiários do governo, possuía escolaridade da 5ª à 8ª série incompleta. Foi observado que a maioria deu entrada no serviço como caso novo (73,5%). A forma mais encontrada foi a tuberculose pulmonar, a maior parte possui o álcool como agravo associado à coinfecção. Quanto à realização de exames, o raio x foi o mais presente nas notificações, seguido da baciloscopia e da cultura de escarro. O teste rápido molecular foi realizado em apenas 11% dos casos. Quanto ao uso de antirretrovirais, a maioria das notificações estava com esta informação em branco. Por fim, foi analisado o encerramento desses casos, sendo evidenciado que 33,2% foram encerrados como cura e 25,3% como óbito por outras causas. Conclusão: Os determinantes sociais em saúde para a coinfecção previamente encontrados na literatura foram evidenciados neste estudo, como a cor de pele parda, baixa escolaridade e sexo masculino, sendo importante um olhar atento para os públicos em situação de vulnerabilidade. Ressalta-se também a necessidade de investimento na capacitação para a adequada notificação e a articulação de setores que excedem a saúde e garantam renda, condições de moradia e alimentação adequadas, para melhorar a qualidade de vida dessa população.","PeriodicalId":136597,"journal":{"name":"Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Epidemiológicos On-line","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE PESSOAS VIVENDO COM A COINFECÇÃO TB/HIV EM BELO HORIZONTE\",\"authors\":\"Thaís Rodrigues de Souza, Beatriz do Carmo Veloso de Oliveira, Larissa Solari Spelta, Amanda Amaral Torres, Giselle Lima de Freitas\",\"doi\":\"10.51161/epidemion/6141\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: A coinfecção por tuberculose e HIV permanece como um problema de saúde pública ao longo dos anos e possui alta prevalência, em especial em países com alta carga de tuberculose, como o Brasil. 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PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE PESSOAS VIVENDO COM A COINFECÇÃO TB/HIV EM BELO HORIZONTE
Introdução: A coinfecção por tuberculose e HIV permanece como um problema de saúde pública ao longo dos anos e possui alta prevalência, em especial em países com alta carga de tuberculose, como o Brasil. Ela está diretamente relacionada aos determinantes sociais em saúde e é importante reconhecer e acompanhar os casos de coinfecção, a fim de direcionar esforços em saúde pública para diminuir a prevalência. Objetivos: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico de pessoas vivendo com a coinfecção TB/HIV, no município de Belo Horizonte. Metodologia: Estudo ecológico, descritivo, com abordagem quantitativa, que utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação de tuberculose, com casos de HIV positivo, no período de 2001 a 2020. Resultados: Foram notificados 25.638 casos de tuberculose, sendo 4263 (16,6%) casos de coinfecção TB/HIV. A maior parcela desta população era do sexo masculino, raça parda e branca, não beneficiários do governo, possuía escolaridade da 5ª à 8ª série incompleta. Foi observado que a maioria deu entrada no serviço como caso novo (73,5%). A forma mais encontrada foi a tuberculose pulmonar, a maior parte possui o álcool como agravo associado à coinfecção. Quanto à realização de exames, o raio x foi o mais presente nas notificações, seguido da baciloscopia e da cultura de escarro. O teste rápido molecular foi realizado em apenas 11% dos casos. Quanto ao uso de antirretrovirais, a maioria das notificações estava com esta informação em branco. Por fim, foi analisado o encerramento desses casos, sendo evidenciado que 33,2% foram encerrados como cura e 25,3% como óbito por outras causas. Conclusão: Os determinantes sociais em saúde para a coinfecção previamente encontrados na literatura foram evidenciados neste estudo, como a cor de pele parda, baixa escolaridade e sexo masculino, sendo importante um olhar atento para os públicos em situação de vulnerabilidade. Ressalta-se também a necessidade de investimento na capacitação para a adequada notificação e a articulação de setores que excedem a saúde e garantam renda, condições de moradia e alimentação adequadas, para melhorar a qualidade de vida dessa população.