{"title":"卡罗拉·萨维德拉的小说《沉睡的武器》中母性的(不)建构","authors":"André Eduardo Tardivo, Lúcia Osana Zolin","doi":"10.22478/ufpb.1807-8214.2021v31n1.60137","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Experiência exclusivamente delas, a maternidade, assentada nos pilares do patriarcado, constitui-se como uma das ferramentas para o cerceamento das identidades femininas na medida em que funciona, entre outras frentes, como mecanismo regulatório de ação no espaço público. Insurgem-se daí questões fundamentais sobre o direito feminino de arbitrar o próprio corpo e da relação entre mães e filhos/as. Na esteira deste pensamento, e considerando que o meio literário se constitui como espaço para (re)significar comportamentos e posições, o presente artigo pretende apresentar uma leitura interpretativa do romance Com armas sonolentas (2018), de Carola Saavedra, com o objetivo de problematizar a representação da maternidade e seus desdobramentos no âmbito literário. Direcionamos a atenção, em nossa leitura, para a personagem Anna Marianni porquanto seu comportamento mostra-se combativo aos ideais sociais que enxergam a maternidade como único destino de toda mulher, ao mesmo tempo em que impelem aquelas que optam por uma vida sem filhos/as à condição deficitária nos quesitos de feminilidade e amor. Para tanto, embasamos nossas discussões em autores/as como Badinter (1985, 2011), Beauvoir (2016a; 2016b), Donah (2017), Iaconelli (2015), entre outros/as.","PeriodicalId":438381,"journal":{"name":"Revista Ártemis","volume":"3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-07-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A (des)construção da maternidade no romance Com armas sonolentas, de Carola Saavedra\",\"authors\":\"André Eduardo Tardivo, Lúcia Osana Zolin\",\"doi\":\"10.22478/ufpb.1807-8214.2021v31n1.60137\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Experiência exclusivamente delas, a maternidade, assentada nos pilares do patriarcado, constitui-se como uma das ferramentas para o cerceamento das identidades femininas na medida em que funciona, entre outras frentes, como mecanismo regulatório de ação no espaço público. Insurgem-se daí questões fundamentais sobre o direito feminino de arbitrar o próprio corpo e da relação entre mães e filhos/as. Na esteira deste pensamento, e considerando que o meio literário se constitui como espaço para (re)significar comportamentos e posições, o presente artigo pretende apresentar uma leitura interpretativa do romance Com armas sonolentas (2018), de Carola Saavedra, com o objetivo de problematizar a representação da maternidade e seus desdobramentos no âmbito literário. Direcionamos a atenção, em nossa leitura, para a personagem Anna Marianni porquanto seu comportamento mostra-se combativo aos ideais sociais que enxergam a maternidade como único destino de toda mulher, ao mesmo tempo em que impelem aquelas que optam por uma vida sem filhos/as à condição deficitária nos quesitos de feminilidade e amor. Para tanto, embasamos nossas discussões em autores/as como Badinter (1985, 2011), Beauvoir (2016a; 2016b), Donah (2017), Iaconelli (2015), entre outros/as.\",\"PeriodicalId\":438381,\"journal\":{\"name\":\"Revista Ártemis\",\"volume\":\"3 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-07-11\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Ártemis\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2021v31n1.60137\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Ártemis","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2021v31n1.60137","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A (des)construção da maternidade no romance Com armas sonolentas, de Carola Saavedra
Experiência exclusivamente delas, a maternidade, assentada nos pilares do patriarcado, constitui-se como uma das ferramentas para o cerceamento das identidades femininas na medida em que funciona, entre outras frentes, como mecanismo regulatório de ação no espaço público. Insurgem-se daí questões fundamentais sobre o direito feminino de arbitrar o próprio corpo e da relação entre mães e filhos/as. Na esteira deste pensamento, e considerando que o meio literário se constitui como espaço para (re)significar comportamentos e posições, o presente artigo pretende apresentar uma leitura interpretativa do romance Com armas sonolentas (2018), de Carola Saavedra, com o objetivo de problematizar a representação da maternidade e seus desdobramentos no âmbito literário. Direcionamos a atenção, em nossa leitura, para a personagem Anna Marianni porquanto seu comportamento mostra-se combativo aos ideais sociais que enxergam a maternidade como único destino de toda mulher, ao mesmo tempo em que impelem aquelas que optam por uma vida sem filhos/as à condição deficitária nos quesitos de feminilidade e amor. Para tanto, embasamos nossas discussões em autores/as como Badinter (1985, 2011), Beauvoir (2016a; 2016b), Donah (2017), Iaconelli (2015), entre outros/as.