{"title":"风湿病的初级心血管预防","authors":"C. Amodeo","doi":"10.46833/reumatologiasp.2015.14.4.42-44","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A doença cardiocerebrovascular é a primeira causa de morte no Brasil e no mundo. A aterosclerose, uma doença progressiva caracterizada pelo acúmulo de gordura e substâncias fibróticas nas grandes artérias, constitui o fator mais importante para essa alta mortalidade.\nExiste uma gama enorme de artigos relacionando os níveis de colesterol sanguíneo com aterosclerose. Somente no final dos anos 1990 e início de 2000 começaram a surgir trabalhos demonstrando que mecanismos inflamatórios ligavam a dislipidemia à aterosclerose. Além disso, outros trabalhos demonstraram que determinadas vias inflamatórias estavam associadas com os fenômenos de trombose e suas complicações, como o infarto agudo do miocárdio e algumas formas de acidente vascular cerebral.\nA presença de linfócitos e macrófagos dentro das placas de ateroma sugere que a inflamação seja um fator primordial na cascata de evolução da doença. Em pacientes com doenças autoimunes reumáticas, tal processo inflamatório é exacerbado e o resultado pode ser a ocorrência de aterosclerose acelerada. O uso de certos medicamentos imunossupressores, como corticoides, também pode contribuir para esta piora do perfil de risco cardiovascular. A aterosclerose acelerada talvez seja a principal explicação para os elevados percentuais de morbimortalidade cardiovascular que estes pacientes apresentam. Entre as doenças que podem cursar com esta característica fisiopatológica vale destacar: artrite reumatoide (AR), lúpus eritematoso sistêmico (LES), psoríase e certas vasculites primárias como a granulomatose de Wegener. Tais doenças reumáticas autoimunes são caracterizadas por inflamação que pode ser o elo dessas doenças com a maior incidência de aterosclerose observada nessas situações. Os prováveis mecanismos dessa associação estão demonstrados na Tabela 1.","PeriodicalId":414797,"journal":{"name":"Risco cardiovascular em doenças reumáticas","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2015-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Prevenção cardiovascular primária nas doenças reumáticas\",\"authors\":\"C. Amodeo\",\"doi\":\"10.46833/reumatologiasp.2015.14.4.42-44\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A doença cardiocerebrovascular é a primeira causa de morte no Brasil e no mundo. A aterosclerose, uma doença progressiva caracterizada pelo acúmulo de gordura e substâncias fibróticas nas grandes artérias, constitui o fator mais importante para essa alta mortalidade.\\nExiste uma gama enorme de artigos relacionando os níveis de colesterol sanguíneo com aterosclerose. Somente no final dos anos 1990 e início de 2000 começaram a surgir trabalhos demonstrando que mecanismos inflamatórios ligavam a dislipidemia à aterosclerose. Além disso, outros trabalhos demonstraram que determinadas vias inflamatórias estavam associadas com os fenômenos de trombose e suas complicações, como o infarto agudo do miocárdio e algumas formas de acidente vascular cerebral.\\nA presença de linfócitos e macrófagos dentro das placas de ateroma sugere que a inflamação seja um fator primordial na cascata de evolução da doença. Em pacientes com doenças autoimunes reumáticas, tal processo inflamatório é exacerbado e o resultado pode ser a ocorrência de aterosclerose acelerada. O uso de certos medicamentos imunossupressores, como corticoides, também pode contribuir para esta piora do perfil de risco cardiovascular. A aterosclerose acelerada talvez seja a principal explicação para os elevados percentuais de morbimortalidade cardiovascular que estes pacientes apresentam. Entre as doenças que podem cursar com esta característica fisiopatológica vale destacar: artrite reumatoide (AR), lúpus eritematoso sistêmico (LES), psoríase e certas vasculites primárias como a granulomatose de Wegener. Tais doenças reumáticas autoimunes são caracterizadas por inflamação que pode ser o elo dessas doenças com a maior incidência de aterosclerose observada nessas situações. Os prováveis mecanismos dessa associação estão demonstrados na Tabela 1.\",\"PeriodicalId\":414797,\"journal\":{\"name\":\"Risco cardiovascular em doenças reumáticas\",\"volume\":\"7 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2015-12-31\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Risco cardiovascular em doenças reumáticas\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.46833/reumatologiasp.2015.14.4.42-44\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Risco cardiovascular em doenças reumáticas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.46833/reumatologiasp.2015.14.4.42-44","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Prevenção cardiovascular primária nas doenças reumáticas
A doença cardiocerebrovascular é a primeira causa de morte no Brasil e no mundo. A aterosclerose, uma doença progressiva caracterizada pelo acúmulo de gordura e substâncias fibróticas nas grandes artérias, constitui o fator mais importante para essa alta mortalidade.
Existe uma gama enorme de artigos relacionando os níveis de colesterol sanguíneo com aterosclerose. Somente no final dos anos 1990 e início de 2000 começaram a surgir trabalhos demonstrando que mecanismos inflamatórios ligavam a dislipidemia à aterosclerose. Além disso, outros trabalhos demonstraram que determinadas vias inflamatórias estavam associadas com os fenômenos de trombose e suas complicações, como o infarto agudo do miocárdio e algumas formas de acidente vascular cerebral.
A presença de linfócitos e macrófagos dentro das placas de ateroma sugere que a inflamação seja um fator primordial na cascata de evolução da doença. Em pacientes com doenças autoimunes reumáticas, tal processo inflamatório é exacerbado e o resultado pode ser a ocorrência de aterosclerose acelerada. O uso de certos medicamentos imunossupressores, como corticoides, também pode contribuir para esta piora do perfil de risco cardiovascular. A aterosclerose acelerada talvez seja a principal explicação para os elevados percentuais de morbimortalidade cardiovascular que estes pacientes apresentam. Entre as doenças que podem cursar com esta característica fisiopatológica vale destacar: artrite reumatoide (AR), lúpus eritematoso sistêmico (LES), psoríase e certas vasculites primárias como a granulomatose de Wegener. Tais doenças reumáticas autoimunes são caracterizadas por inflamação que pode ser o elo dessas doenças com a maior incidência de aterosclerose observada nessas situações. Os prováveis mecanismos dessa associação estão demonstrados na Tabela 1.