C. Florêncio, Ana Eliza Rocha DE Medeiros, Silvana Dayse Brito de Araújo Costa, Kellyn Kessiene de Sousa Cavalcante, Anizia Sabina Campelo Malveira
{"title":"大流行对巴西口腔癌发病率的可能影响:两波covid - 19之间的时间分析","authors":"C. Florêncio, Ana Eliza Rocha DE Medeiros, Silvana Dayse Brito de Araújo Costa, Kellyn Kessiene de Sousa Cavalcante, Anizia Sabina Campelo Malveira","doi":"10.51161/epidemion/7585","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O câncer de boca (CB) é uma condição clínica que cursa de forma grave e letal, sendo a cirurgia oncológica uma opção de tratamento agressiva e mutiladora. Com a pandemia de covid19, muitos procedimentos em odontologia foram suspensos ou adiados, sendo atendidos somente os casos de urgência e emergência. Isso pode ter comprometido o diagnóstico precoce de casos novos da doença como também influenciado na redução de cirurgias realizadas. Objetivo: Descrever a tendência temporal dos indicadores de morbidade da CB no Brasil no período compreendido entre 2013 a 2021. Método: trata-se de um estudo ecológico com análise temporal dos dados secundários do Painel Oncologia Brasil que está inserido no DATASUS. Para os cálculos dos indicadores foi utilizado a estimativa populacional residente do IBGE. Todos os casos contendo os códigos CID C00 a C06 foram incluídos. Foram calculadas a incidência (casos diagnosticados/ população sob o risco de adoecer por 100 mil), prevalência (casos diagnosticados/ população total por 100 mil hab.) e a proporção entre sexos e, posteriormente, realizada a análise de tendência temporal. Resultados: um total de 61.569 casos de CB foram diagnosticados, com destaque para as neoplasias de base de língua (18,7%) e do assoalho da boca (14,3%). Encontrou-se uma média do coeficiente de incidência de 8,7 casos de CB/100 mil hab. por ano e a prevalência de 3,3 casos de CB/100 mil hab. por ano. Para incidência, o maior valor foi em 2019 com 13,57 casos de CB/100 mil hab., e o menor em 2021, com 5,2 casos de CB/100 mil hab. A maioria dos casos acometeu homens (74,6%), com idade acima de 40 anos (94,5%) e em estadiamento 4 (49,8%). Em abril de 2020 durante a primeira onda de covid19 houve uma redução em 14% nas cirurgias e em julho de 2021 a redução foi de 50% em relação ao mês anterior (123 para 63). Conclusão: Metade dos casos foram em pacientes masculinos, acima dos 40 anos e no estadiamento 4. A queda no indicador de incidência a partir de 2020 sugere que a pandemia dificultou o acesso ao serviço de saúde pelos usuários.","PeriodicalId":136597,"journal":{"name":"Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Epidemiológicos On-line","volume":"44 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"POSSÍVEIS IMPACTOS DA PANDEMIA NA INCIDÊNCIA DO CÂNCER DE BOCA NO BRASIL: ANÁLISE TEMPORAL ENTRE DUAS ONDAS DE COVID19\",\"authors\":\"C. 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POSSÍVEIS IMPACTOS DA PANDEMIA NA INCIDÊNCIA DO CÂNCER DE BOCA NO BRASIL: ANÁLISE TEMPORAL ENTRE DUAS ONDAS DE COVID19
Introdução: O câncer de boca (CB) é uma condição clínica que cursa de forma grave e letal, sendo a cirurgia oncológica uma opção de tratamento agressiva e mutiladora. Com a pandemia de covid19, muitos procedimentos em odontologia foram suspensos ou adiados, sendo atendidos somente os casos de urgência e emergência. Isso pode ter comprometido o diagnóstico precoce de casos novos da doença como também influenciado na redução de cirurgias realizadas. Objetivo: Descrever a tendência temporal dos indicadores de morbidade da CB no Brasil no período compreendido entre 2013 a 2021. Método: trata-se de um estudo ecológico com análise temporal dos dados secundários do Painel Oncologia Brasil que está inserido no DATASUS. Para os cálculos dos indicadores foi utilizado a estimativa populacional residente do IBGE. Todos os casos contendo os códigos CID C00 a C06 foram incluídos. Foram calculadas a incidência (casos diagnosticados/ população sob o risco de adoecer por 100 mil), prevalência (casos diagnosticados/ população total por 100 mil hab.) e a proporção entre sexos e, posteriormente, realizada a análise de tendência temporal. Resultados: um total de 61.569 casos de CB foram diagnosticados, com destaque para as neoplasias de base de língua (18,7%) e do assoalho da boca (14,3%). Encontrou-se uma média do coeficiente de incidência de 8,7 casos de CB/100 mil hab. por ano e a prevalência de 3,3 casos de CB/100 mil hab. por ano. Para incidência, o maior valor foi em 2019 com 13,57 casos de CB/100 mil hab., e o menor em 2021, com 5,2 casos de CB/100 mil hab. A maioria dos casos acometeu homens (74,6%), com idade acima de 40 anos (94,5%) e em estadiamento 4 (49,8%). Em abril de 2020 durante a primeira onda de covid19 houve uma redução em 14% nas cirurgias e em julho de 2021 a redução foi de 50% em relação ao mês anterior (123 para 63). Conclusão: Metade dos casos foram em pacientes masculinos, acima dos 40 anos e no estadiamento 4. A queda no indicador de incidência a partir de 2020 sugere que a pandemia dificultou o acesso ao serviço de saúde pelos usuários.