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Uma perspectiva antropológica do feminicídio nos contos de Marina Colasanti
Este artigo apresenta um estudo acerca das regulações do feminicídio nos contos de Marina Colasanti: “Uma questão de educação”, da coletânea Contos de amor rasgados (1986), e “Uma ardente história de amor” e “Porém e igualmente”, da obra Um espinho de marfim e outras histórias (1999). De acordo com os estudos antropológicos de Vânia Pasinato (2011) e Lia Zanotta Machado (2014), exploramos os sentidos desse crime como uma prática de controle moral e físico da mulher e está atrelado à questão da honra masculina. Entre os corpos femininos que sofrem essa violência, destacamos o assediado e o sacrificado como as imposições do repertório patriarcal conforme as teorias de Elódia Xavier (2007). Por essa perspectiva, defendemos a tese de que a estética da desregulação de gênero, em Colasanti, é construída por recursos literários que promovem a revisão do imaginário masculino e abrem espaço para o questionamento das formas sociais de controle e punição do corpo feminino.