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Este artigo apresenta uma reflexão sobre a produção humorística de Jô Soares (1938-2022) centrada nos programas televisivos e espetáculos teatrais de que foi autor e, particularmente, nas múltiplas personagens que criou. A análise dessas personagens – para cuja composição são igualmente importantes o texto, os adereços, os gestos, os trejeitos e os bordões – permite elencar os temas e os alvos de uma intervenção artística que evoluiu da comicidade da sátira de costumes para uma mais profunda crítica social e política, esta última tanto mais corajosa quanto levada a cabo num contexto ditatorial e sujeita à perseguição da Censura. Jô Soares procura, naturalmente, fazer rir – a razão de ser de qualquer humorista – mas o seu riso é ambivalente e polissêmico, revelando aspectos tragicômicos, satíricos e feéricos. Dando provas de sensibilidade, bom senso e bom gosto, Jô expôs sua forma de ver o mundo movendo-se não apenas para o cômico, mas, como é próprio do humorismo, fazendo de sua existência um grito, que com certeza nos faz rir, para não deplorar do amargo absurdo do mundo. Do mesmo passo que faz rir, o humor acrescenta liberdade.