Aline Alves Fonseca, A. C. Oliveira da Silva, Júlia Greco Carvalho, Marcella Campos e Souza
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Foco prosódico e clivagem no processamento de elipses no português brasileiro
Este trabalho investiga a influência da marcação de foco prosódico contrastivo e do que chamamos de “foco sintático” por meio da clivagem, na resolução de ambiguidades em estruturas elípticas replacive: “Durante o ensaio da orquestra, (foi) o violinista (que) impressionou o maestro, não o solista”. Esta pesquisa foi inspirada em Carlson (2015), que investigou sentenças similares em inglês. Conduzimos duas atividades experimentais com uma combinação de 7 condições experimentais de clivagem e foco prosódico. Após ouvirem as sentenças, os participantes (N=66) respondiam perguntas como: “O que aconteceu em...?”. A resposta podia ser uma interpretação de objeto: “Ninguém impressionou o solista”; ou uma interpretação de sujeito: “O solista não impressionou ninguém.” Os resultados apontam que ambas as estratégias de focalização (foco prosódico e clivagem) influenciaram o aumento da interpretação de sujeito. Quando as pistas de focalização são conflitivas, a clivagem exerceu um papel decisivo na interpretação final. Nossos resultados estão alinhados com os de Carlson (2015) para o inglês. O foco prosódico desempenha um importante papel na resolução de ambiguidades, como em Schafer et al. (1996). No entanto, conforme Kiss (1998), a clivagem transmite um foco contrastivo e exaustivo para a sentença, sendo, portanto, uma pista de desambiguização mais efetiva do que outras.