O Samba de Roda do Recôncavo Baiano e o Turismo Cultural Reflexões e dissonâncias a partir dos Estudos Críticos do Patrimônio e da Antropologia da Performance

Este artigo tem como objetivo compartilhar alguns dos resultados da tese doutoral intitulada ‘Políticas Públicas para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial (PCI): O Caso do Samba de Roda do Recôncavo Baiano (Brasil)’, apresentada em 2016 pela autora à Universidade de Barcelona. Para atender às demandas deste Dossiê, procedo a um recorte para apresentar o samba de roda a partir da perspectiva de algumas das sambadeiras e sambadores mais ilustres do Recôncavo e para, com o apoio dos Estudos Críticos do Patrimônio e da Antropologia da Performance, entender a complexa relação entre o turismo e as performances culturais, a exemplo do samba de roda. Buscando suplantar a frequente representação do turismo como uma ameaça contemporânea aos bens culturais e, sem negar as contradições inerentes à relação entre o Turismo e o chamado Patrimônio Cultural Imaterial, busco destacar a condição de sujeito dos performers para entender o jogo de forças – via de regra desigual – que se opera nas arenas culturais, e perceber quais pessoas, grupos e/ou setores detém o controle sobre a narrativa, a representação cultural e a produção em espaços turísticos.