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Este artigo tem por objetivo analisar como pessoas que mantêm relações poliamorosas heterossexuais lidamcom sua sexualidade em termos de orientação e identidade, além de perceber transformações, ressignificações e convergências entre a sexualidade hegemônica e outras marginalizadas. As análises são baseadas ementrevistas em profundidade realizadas em Belo Horizonte com oito mulheres e seis homens cisgênero. Opoliamor se fundamenta na possibilidade de estabelecer múltiplos relacionamentos afetivo-sexuais ao mesmo tempo com o consentimento de todas as pessoas envolvidas. Observa-se que as pessoas entrevistadasquestionam e recusam noções fixas, incorporando em seus debates a crítica queer de que tais atributos sãomutáveis, fluidos e dinâmicos. No caso das mulheres, uma simples curiosidade em se envolver com outra mulher pode ser suficiente para elas subverterem ou renegarem a heterossexualidade, apesar da predominânciade relacionamentos com homens. Já entre eles, a possibilidade da não-heterossexualidade causa muito maisresistência e conflitos para a construção da própria identidade, orientação e desejos sexuais.