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O assassinato de Marielle Franco, em março de 2018, representou um duro golpe às bases democráticas do Brasil e a repercussão desse crime dividiu a população brasileira. Sua trajetória de vida e suas lutas como ativista em defesa das mulheres negras, das pessoas trans e das populações faveladas na cidade do Rio de Janeiro desafiaram as estruturas do dispositivo colonial. Ela criticou duramente as estruturas do patriarcado e as políticas de segurança pública. O objetivo deste artigo, fundamentado nos estudos do discurso foucaultianos e nas discussões decoloniais, é analisar como Marielle Franco colocou em circulação uma série de enunciados que desafiavam o dispositivo colonial no Brasil. Tomei como principal corpus de análise sua dissertação de mestrado, defendida em 2014 e uma entrevista que concedeu ao site Subjetiva em 2017.