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Este artigo analisa o trabalho sexual em duas cidades do sertão nordestino a partir da intersecção dos marcadores sociais da diferença entre gênero, sexualidade e regionalidade. A partir de uma abordagem qualitativa, foram entrevistadas cinco pessoas que tem como fonte de renda principal o trabalho sexual. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas, e para análise utilizou-se a técnica de análise do conteúdo. Os dados apontam que o trabalho sexual nas cidades sertanejas, de forma geral, são heteronormativos, no que se refere aos estereótipos criados sobre a região como machista, patriarcal e conservadora. Os discursos apresentados apontam as dissidências das/os trabalhadoras/es sexuais na região estudada. Esse estudo inicial propõe um olhar para além dos arranjos binários de gênero e uma investigação dos discursos que naturalizam valores relacionados ao sertão nordestino, como uma região que nega a feminilidade ao criar homens e mulheres valentes e viris. Percebe-se que o gênero é relacionado à identidade regional, e que a intersecção dos marcadores da diferença é produzida nos discursos das/os trabalhadoras/es sexuais entrevistadas/os.