Maria Chalfin Coutinho, Geruza Tavares D'´Avila, Tielly Rosado Maders, M. Morais
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Em um contexto de mudanças na legislação, com ampliação de direitos no trabalho doméstico, foi desenvolvida uma pesquisa para investigar as práticas e os sentidos produzidos no cotidiano de trabalhadoras domésticas. A pesquisa foi realizada em duas regiões metropolitanas brasileiras: Grande Florianópolis e Baixada Fluminense. A partir dos chamados métodos biográficos, foram entrevistadas 27 trabalhadoras domésticas, mensalistas e diaristas, tendo como instrumentos complementares fotografias e agenda colorida. A análise resultou na identificação de três núcleos de significação: 1) trajetórias educacionais e laborais, 2) vivências no trabalho e 3) gestão da vida cotidiana e trabalho. As trajetórias revelam entrada precoce na vida laboral e baixa escolaridade como fatores que contribuíram para que exercessem o trabalho doméstico remunerado. As vivências foram permeadas por ambiguidades afetivas nas relações com contratantes e familiares, particularmente para as mensalistas. A gestão do cotidiano revela peculiaridades do trabalho de diaristas e mensalistas e capacidade de negociação com uso de astúcias e saberes tácitos. A análise evidencia a articulação entre ambiguidades afetivas e demandas imperativas num cotidiano de trabalho intenso, íntimo e com traços de herança escravagista.