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Na guerra e na paz: a saga de Elisa Branco – mulher e comunista (1950-1951)
No desfile militar do Dia da Independência de 1950, na cidade de São Paulo, a militante comunista Elisa Branco Batista protestou contra a possibilidade de envio de soldados brasileiros para lutar na Guerra da Coreia. Ela foi presa e condenada. Recorrendo aos jornais Diário da Noite, Imprensa Popular, Voz Operária e ao Acervo do DEOPS, sob guarda do Arquivo Público do Estado de São Paulo, o objetivo do artigo é conhecer período importante da vida de Elisa Branco Batista, no contexto da linha política estabelecida pelo Partido Comunista do Brasil (PCB) no “Manifesto de Agosto de 1950” e da atuação dos comunistas brasileiros nas campanhas pela paz, no início daquela década. O PCB, por meio de sua imprensa, elaborou narrativas sobre Elisa que enfatizavam sua coragem, heroísmo e ousadia. Ao mesmo tempo, os jornais comunistas reproduziam normas, padrões e convenções tradicionais sobre a existência feminina na sociedade brasileira. A imagem que surgia de Elisa era a da militante comunista que deveria servir de exemplo para todos os membros do partido, as mulheres em particular, atuando como mãe, esposa e dona de casa no espaço privado e militando em movimentos políticos e sociais no espaço público. Apesar de seu nome ser muito conhecido entre a militância comunista na primeira metade dos anos 1950, Elisa Branco, posteriormente, tornou-se ausente na memória dos militantes e na historiografia sobre o Partido Comunista Brasileiro.