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O primeiro é composto por 24 artigos publicados na Revista Paulista de Pediatria; o segundo, por 24 artigos da Revista de Administração de Empresas. Com o auxílio de ferramentas de programas de análise linguística, foram estudados aspectos colocacionais, semânticos e distributivos de duas palavras-chave comuns a ambos os corpora: estudo e pesquisa. Como resultado, observaram-se diferenças entre os dados de pediatria e administração. Todavia, ao passo que as diferenças relativas a pesquisa são bem marcadas, as diferenças relativas a estudo são um pouco mais sutis. Os resultados mostram a relevância do fator campo de conhecimento ou disciplina para o aparelhamento psicológico de autores de artigos acadêmicos em língua portuguesa. 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Indícios de aparelhamento psicológico em artigos acadêmicos de pediatria e administração
A teoria do aparelhamento ou primação lexical formulada pelo professor e pesquisador britânico Michael Hoey (Lexical priming: A new theory of words and language; Abingdon, UK: Routledge, 2005) propõe que a configuração das línguas resulta de processos mentais individuais alimentados por encontros entre indivíduos e palavras. Conforme a teoria, experiências prévias preparam, aparelham ou primam os usuários das línguas a empregar certas palavras e outros recursos linguísticos em determinados contextos, domínios e gêneros textuais. Este trabalho teve como objetivo explorar a relação entre aparelhamento psicológico (psychological priming) – elemento central da teoria – e variação disciplinar, com foco na escrita acadêmica em português. Para tanto, foram compilados dois corpora especializados. O primeiro é composto por 24 artigos publicados na Revista Paulista de Pediatria; o segundo, por 24 artigos da Revista de Administração de Empresas. Com o auxílio de ferramentas de programas de análise linguística, foram estudados aspectos colocacionais, semânticos e distributivos de duas palavras-chave comuns a ambos os corpora: estudo e pesquisa. Como resultado, observaram-se diferenças entre os dados de pediatria e administração. Todavia, ao passo que as diferenças relativas a pesquisa são bem marcadas, as diferenças relativas a estudo são um pouco mais sutis. Os resultados mostram a relevância do fator campo de conhecimento ou disciplina para o aparelhamento psicológico de autores de artigos acadêmicos em língua portuguesa. Ainda, indicam a existência de palavras mais e menos propensas a assumir comportamentos distintos em disciplinas diversas.