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Em 1936, o filósofo alemão, um dos fundadores da escola de Frankfurt ou da chamada Teoria Crítica, de orientação marxista, Walter Benjamin, estudando as relações entre arte e sociedade na era das reproduções técnicas, ressaltava a função revolucionaria do cinema – onde a técnica e a arte se encontravam de maneira positiva – na sua relação com as massas. Do final da década de 1950 à década de 1980, Glauber Rocha, inspirado no movimento cinematográfico neo-realista italiano, e outros movimentos vanguardistas surgidos na Europa pós-guerra, abraça a técnica cinematográfica como meio para refletir e possivelmente transformar as relações de poder e, conseqüentemente, a realidade sócio-política nos países colonizados da América Latina. Herdeiro-participante dos movimentos sociais dos anos 1960 e líder do movimento Cinema Novo, Glauber Rocha pretendia utilizar a arte cinematográfica como objeto de reflexão e transformação social, ou como instrumento de prática “política” no campo cultural. Assim, este artigo procura analisar a revolução feita pelo Cinema Novo como um movimento sociocultural que buscou um novo modo de produção cinematográfica, em oposição ao modelo hollywoodiano dominante.