{"title":"巴西水域的非洲“牧群”:尼罗罗非鱼(Oreochromis niloticus)和伦达利罗非鱼(Coptodon Rendalli)在巴西扩散的全球环境历史","authors":"Denis Henrique Fiuza","doi":"10.31668/revistaueg.v12i2.13899","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é investigar o processo de dispersão e adaptação de peixes africanos no Brasil nos anos 1950-1990, especialmente das espécies de tilápias (niloticus, rendalli), a partir da análise do discurso da revista brasileira Globo Rural e de documentos técnico-agrícolas. Na história recente, a partir de processos de modernização e globalização da agricultura, o enxerto de espécies exóticas tem contribuído para um contexto de Grande Aceleração (McNeill, Engelke, 2014) da transformação dos ambientes, em especial em regiões tropicais como no caso do Brasil, onde os impactos na agro-biodiversidade são também expressivos. As tilápias têm uma história de mais de quatro mil anos onde foram introduzidas em muitas regiões do mundo, mas, foi durante a segunda metade do século XX que sua dispersão se acentuou, pois, passou a compor a cadeia da aquicultura relacionada ao agronegócio e, no Brasil chegou a ser considerada uma “joia e uma praga” segundo a imprensa nacional. Percebe-se que ao orientar e propagar entre os agricultores, uma pretensa necessidade de criação de tilápias em espaço confinado e controlado, como “um rebanho nas águas”, a revista Globo Rural não apenas documentou a dispersão das tilápias no país, mas, atuou como “condutora de condutas” (FOUCAULT, 2014). \nPalavras-chave: Tilápia. Aquicultura. Globo Rural. História Ambiental. Dispersão Biológica.","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-08-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Um “Rebanho” Africano em Águas Brasileiras: história ambiental global da dispersão da Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) e Rendalli (Coptodon rendalli) no Brasil\",\"authors\":\"Denis Henrique Fiuza\",\"doi\":\"10.31668/revistaueg.v12i2.13899\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O objetivo deste artigo é investigar o processo de dispersão e adaptação de peixes africanos no Brasil nos anos 1950-1990, especialmente das espécies de tilápias (niloticus, rendalli), a partir da análise do discurso da revista brasileira Globo Rural e de documentos técnico-agrícolas. Na história recente, a partir de processos de modernização e globalização da agricultura, o enxerto de espécies exóticas tem contribuído para um contexto de Grande Aceleração (McNeill, Engelke, 2014) da transformação dos ambientes, em especial em regiões tropicais como no caso do Brasil, onde os impactos na agro-biodiversidade são também expressivos. As tilápias têm uma história de mais de quatro mil anos onde foram introduzidas em muitas regiões do mundo, mas, foi durante a segunda metade do século XX que sua dispersão se acentuou, pois, passou a compor a cadeia da aquicultura relacionada ao agronegócio e, no Brasil chegou a ser considerada uma “joia e uma praga” segundo a imprensa nacional. Percebe-se que ao orientar e propagar entre os agricultores, uma pretensa necessidade de criação de tilápias em espaço confinado e controlado, como “um rebanho nas águas”, a revista Globo Rural não apenas documentou a dispersão das tilápias no país, mas, atuou como “condutora de condutas” (FOUCAULT, 2014). \\nPalavras-chave: Tilápia. Aquicultura. Globo Rural. História Ambiental. Dispersão Biológica.\",\"PeriodicalId\":30561,\"journal\":{\"name\":\"Revista de Historia da UEG\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-08-04\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista de Historia da UEG\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v12i2.13899\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Historia da UEG","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v12i2.13899","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Um “Rebanho” Africano em Águas Brasileiras: história ambiental global da dispersão da Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) e Rendalli (Coptodon rendalli) no Brasil
O objetivo deste artigo é investigar o processo de dispersão e adaptação de peixes africanos no Brasil nos anos 1950-1990, especialmente das espécies de tilápias (niloticus, rendalli), a partir da análise do discurso da revista brasileira Globo Rural e de documentos técnico-agrícolas. Na história recente, a partir de processos de modernização e globalização da agricultura, o enxerto de espécies exóticas tem contribuído para um contexto de Grande Aceleração (McNeill, Engelke, 2014) da transformação dos ambientes, em especial em regiões tropicais como no caso do Brasil, onde os impactos na agro-biodiversidade são também expressivos. As tilápias têm uma história de mais de quatro mil anos onde foram introduzidas em muitas regiões do mundo, mas, foi durante a segunda metade do século XX que sua dispersão se acentuou, pois, passou a compor a cadeia da aquicultura relacionada ao agronegócio e, no Brasil chegou a ser considerada uma “joia e uma praga” segundo a imprensa nacional. Percebe-se que ao orientar e propagar entre os agricultores, uma pretensa necessidade de criação de tilápias em espaço confinado e controlado, como “um rebanho nas águas”, a revista Globo Rural não apenas documentou a dispersão das tilápias no país, mas, atuou como “condutora de condutas” (FOUCAULT, 2014).
Palavras-chave: Tilápia. Aquicultura. Globo Rural. História Ambiental. Dispersão Biológica.