{"title":"生态女性主义的后继者科学:对潜在的表象-现实二分法的批判","authors":"Anastasia Guidi Itokazu","doi":"10.55028/pdres.v10i23.16698","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo percorro um caminho pela História da Filosofia que parte do poema de Parmênides e vai até a Revolução Científica dos Séculos XVI e XVII, com o objetivo de expor algumas etapas fundamentais do processo que levou à supervalorização daquelas metodologias de pesquisa científica que Hugh Lacey denominou “estratégias descontextualizadas”. Ao fazer isto, revisito a temática feyerabendiana da crítica à busca ocidental por uma realidade subjacente distinta das aparências, trazendo-a para o contexto da crítica feminista contemporânea da ciência, que tem denunciado as hierarquias de valor e correspondentes formas de dominação ensejadas pelo pensamento dicotómico, aquele que traduz a complexidade do mundo em pares de opostos como razão e sentimento, cultura e natureza, sujeito e objeto, heterossexual e homossexual, homem e mulher ou, no caso de que tratarei aqui, realidade subjacente e aparência sensível. Defendo que a busca por um conhecimento universalizante expresso em leis, com a correspondente desvalorização epistêmica da singularidade irredutível da experiência sensível, se mostrou muito eficaz para o controle e a mercantilização da natureza, mas é incompatível com uma ciência sucessora ecofeminista capaz de regenerar o planeta e proporcionar melhores condições de vida para todas as pessoas e animais que nele habitam. ","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":"{\"title\":\"Por uma ciência sucessora ecofeminista: uma crítica da dicotomia aparência-realidade subjacente\",\"authors\":\"Anastasia Guidi Itokazu\",\"doi\":\"10.55028/pdres.v10i23.16698\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Neste artigo percorro um caminho pela História da Filosofia que parte do poema de Parmênides e vai até a Revolução Científica dos Séculos XVI e XVII, com o objetivo de expor algumas etapas fundamentais do processo que levou à supervalorização daquelas metodologias de pesquisa científica que Hugh Lacey denominou “estratégias descontextualizadas”. Ao fazer isto, revisito a temática feyerabendiana da crítica à busca ocidental por uma realidade subjacente distinta das aparências, trazendo-a para o contexto da crítica feminista contemporânea da ciência, que tem denunciado as hierarquias de valor e correspondentes formas de dominação ensejadas pelo pensamento dicotómico, aquele que traduz a complexidade do mundo em pares de opostos como razão e sentimento, cultura e natureza, sujeito e objeto, heterossexual e homossexual, homem e mulher ou, no caso de que tratarei aqui, realidade subjacente e aparência sensível. Defendo que a busca por um conhecimento universalizante expresso em leis, com a correspondente desvalorização epistêmica da singularidade irredutível da experiência sensível, se mostrou muito eficaz para o controle e a mercantilização da natureza, mas é incompatível com uma ciência sucessora ecofeminista capaz de regenerar o planeta e proporcionar melhores condições de vida para todas as pessoas e animais que nele habitam. \",\"PeriodicalId\":40592,\"journal\":{\"name\":\"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2023-06-17\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"1\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.16698\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q4\",\"JCRName\":\"EDUCATION & EDUCATIONAL RESEARCH\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.16698","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"EDUCATION & EDUCATIONAL RESEARCH","Score":null,"Total":0}
Por uma ciência sucessora ecofeminista: uma crítica da dicotomia aparência-realidade subjacente
Neste artigo percorro um caminho pela História da Filosofia que parte do poema de Parmênides e vai até a Revolução Científica dos Séculos XVI e XVII, com o objetivo de expor algumas etapas fundamentais do processo que levou à supervalorização daquelas metodologias de pesquisa científica que Hugh Lacey denominou “estratégias descontextualizadas”. Ao fazer isto, revisito a temática feyerabendiana da crítica à busca ocidental por uma realidade subjacente distinta das aparências, trazendo-a para o contexto da crítica feminista contemporânea da ciência, que tem denunciado as hierarquias de valor e correspondentes formas de dominação ensejadas pelo pensamento dicotómico, aquele que traduz a complexidade do mundo em pares de opostos como razão e sentimento, cultura e natureza, sujeito e objeto, heterossexual e homossexual, homem e mulher ou, no caso de que tratarei aqui, realidade subjacente e aparência sensível. Defendo que a busca por um conhecimento universalizante expresso em leis, com a correspondente desvalorização epistêmica da singularidade irredutível da experiência sensível, se mostrou muito eficaz para o controle e a mercantilização da natureza, mas é incompatível com uma ciência sucessora ecofeminista capaz de regenerar o planeta e proporcionar melhores condições de vida para todas as pessoas e animais que nele habitam.