Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.17023
Raimundo Sérgio de Farias Júnior, Michele Seabra Portal
O Estado do Pará registrou no ano de 2019 um aumento de 20% nos casos de feminicídio, além de 19 mil ocorrências de violência contra a mulher (SOTER e MAIA, 2019). Em 2020, o contexto pandêmico aumentou os riscos da violência doméstica contra a mulher, inclusive do feminicídio. Assim, essa pesquisa objetivou, tendo por base os aportes da teoria crítica da sociedade, identificar e reconhecer os mecanismos que tornam homens capazes de praticar qualquer forma de violência contra suas cônjuges, em particular a doméstica. A recolha dos dados se dará mediante a utilização de entrevista semiestruturada que será empregada junto a homens agressores que residam na comunidade da Vila da Barca, situada na cidade de Belém. O recorte amostral privilegiou casos de subnotificação das ocorrências, muito comuns em tempos de pandemia. Os resultados revelam que, para além do contexto pandêmico, a violência doméstica contra as mulheres está intimamente relacionada com a estrutura patriarcal, o machismo e a misoginia.
{"title":"Violência doméstica contra a mulher: narrativas de uma barbárie silenciada","authors":"Raimundo Sérgio de Farias Júnior, Michele Seabra Portal","doi":"10.55028/pdres.v10i23.17023","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.17023","url":null,"abstract":"O Estado do Pará registrou no ano de 2019 um aumento de 20% nos casos de feminicídio, além de 19 mil ocorrências de violência contra a mulher (SOTER e MAIA, 2019). Em 2020, o contexto pandêmico aumentou os riscos da violência doméstica contra a mulher, inclusive do feminicídio. Assim, essa pesquisa objetivou, tendo por base os aportes da teoria crítica da sociedade, identificar e reconhecer os mecanismos que tornam homens capazes de praticar qualquer forma de violência contra suas cônjuges, em particular a doméstica. A recolha dos dados se dará mediante a utilização de entrevista semiestruturada que será empregada junto a homens agressores que residam na comunidade da Vila da Barca, situada na cidade de Belém. O recorte amostral privilegiou casos de subnotificação das ocorrências, muito comuns em tempos de pandemia. Os resultados revelam que, para além do contexto pandêmico, a violência doméstica contra as mulheres está intimamente relacionada com a estrutura patriarcal, o machismo e a misoginia.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135524678","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.16850
Deborah Christina Antunes, A. Soares
Este artigo analisa discursos de entrevistadores da então pré-candidata à Presidência da República Manuela D’Ávila no Programa Roda-Viva, realizado e veiculado no dia 25 de junho de 2018 pela emissora brasileira TV Cultura. Procurou-se apontar nas falas dos interlocutores técnicas e artifícios de ataque e descrédito ao discurso do outro, - considerado “inimigo” – fazendo aproximações com os Estudos sobre o Preconceito, realizados nos anos de 1940 e 1950, tendo entre os pesquisadores os frankfurtianos Theodor Adorno e Herbert Marcuse. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório que se ampara na Teoria Social Crítica e na Análise Imanente do discurso. O tom misógino utilizado pelos entrevistadores é, portanto, atravessado e legitimado por um discurso autoritário, que, dentre outras formas, manifesta-se nas muitas interrupções de fala que Manuela D'Ávila sofreu. Isso sugere que a mulher na política brasileira está sendo concebida como se fosse o “Outro do homem”: o “não homem”, o estranho e, portanto, o “inimigo” a ser combatido. Tais observações conduziram a uma revisão das ponderações e críticas que Marcuse elabora acerca de um comportamento social que oprime e sustenta desigualdades, o qual denominou “tolerância repressiva”. Acreditamos que pensar a misoginia na política contemporânea brasileira a partir das problematizações que Marcuse faz acerca da tolerância como um processo social pode ser um norteador. Sugere-se que novos estudos acerca da relação machismo e autoritarismo no meio político brasileiro sejam realizados, no intuito de compreender melhor os fatores destes contextos.
本文分析了前总统候选人Manuela D ' avila在2018年6月25日由巴西电视台TV culture制作并播出的Roda-Viva节目中采访的演讲。我们试图在对话者的演讲中指出攻击和诋毁对方话语的技术和技巧，对方被认为是“敌人”，并与20世纪40年代和50年代的偏见研究进行比较，法兰克福的西奥多·阿多诺和赫伯特·马尔库塞是研究人员之一。它是一种基于批判社会理论和内在话语分析的探索性定性研究。因此，采访者使用的厌恶女性的语气被一种权威的话语交叉和合法化，这种话语在Manuela D' avila遭受的许多演讲中断中表现出来。这表明，巴西政界的女性被认为是“男人的他者”:“非男人”、陌生人，因此是要对抗的“敌人”。这些观察导致了马尔库塞对一种压制和维持不平等的社会行为的思考和批评的修正，他称之为“压制性宽容”。我们认为，从马尔库塞对宽容作为一种社会过程的质疑来思考当代巴西政治中的厌女症可能是一种指导。建议对巴西政治环境中的大男子主义和威权主义关系进行新的研究，以更好地理解这些背景因素。
{"title":"Mulher e política: o discurso autoritário em entrevista a Manuela d'Ávila no programa Roda Viva de 2018","authors":"Deborah Christina Antunes, A. Soares","doi":"10.55028/pdres.v10i23.16850","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.16850","url":null,"abstract":"Este artigo analisa discursos de entrevistadores da então pré-candidata à Presidência da República Manuela D’Ávila no Programa Roda-Viva, realizado e veiculado no dia 25 de junho de 2018 pela emissora brasileira TV Cultura. Procurou-se apontar nas falas dos interlocutores técnicas e artifícios de ataque e descrédito ao discurso do outro, - considerado “inimigo” – fazendo aproximações com os Estudos sobre o Preconceito, realizados nos anos de 1940 e 1950, tendo entre os pesquisadores os frankfurtianos Theodor Adorno e Herbert Marcuse. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório que se ampara na Teoria Social Crítica e na Análise Imanente do discurso. O tom misógino utilizado pelos entrevistadores é, portanto, atravessado e legitimado por um discurso autoritário, que, dentre outras formas, manifesta-se nas muitas interrupções de fala que Manuela D'Ávila sofreu. Isso sugere que a mulher na política brasileira está sendo concebida como se fosse o “Outro do homem”: o “não homem”, o estranho e, portanto, o “inimigo” a ser combatido. Tais observações conduziram a uma revisão das ponderações e críticas que Marcuse elabora acerca de um comportamento social que oprime e sustenta desigualdades, o qual denominou “tolerância repressiva”. Acreditamos que pensar a misoginia na política contemporânea brasileira a partir das problematizações que Marcuse faz acerca da tolerância como um processo social pode ser um norteador. Sugere-se que novos estudos acerca da relação machismo e autoritarismo no meio político brasileiro sejam realizados, no intuito de compreender melhor os fatores destes contextos.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71001239","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.18025
Jenny Alejandra Mancipe Navarrete, Julia Isabel Lasso Guerrero, Juan Gabriel Lasso Guerrero
Este artículo comparte los resultados parciales de un proyecto de investigación desarrollado a través de la Vicerrectoría de Investigaciones e interacción Social de uma Universidad de la capital nariñense , por docentes del Departamento de Diseño en líneas de educación, diseño y género. La investigación tuvo como objetivo principal, conocer la apreciación de un grupo de adolescentes sobre el ejercicio de rol de género que se adopta en los escenarios públicos y privados; se trabajó con estudiantes entre los 14 y 17 años de ambos géneros, pertenecientes a una institución educativa pública de una comunidad semirural Nariñense. La investigación abordó este fenómeno, a partir de la exploración de instrumentos que, mediados por el diseño, buscaron incentivar la participación empática como mecanismo que permite vislumbrar algunas de sus actitudes frente al papel desempeñado en su contexto. Los resultados muestran que el rol femenino ejercido al interior del hogar se convierte en una obligación que las adolescentes deben cumplir a diario, y que demanda una gran parte de su tiempo y energía; recursos que claramente podrían tener y usar para sí mismas en actividades que aporten a su autonomía. Además, se percibió como reto, el hacer una transformación hacia terrenos más equilibrados, por ser la familia quien actúa como reproductora de las funciones generacionalmente asignadas.
{"title":"Percepción del rol de género en adolescentes, expresada a través de herramientas que promueven empatía","authors":"Jenny Alejandra Mancipe Navarrete, Julia Isabel Lasso Guerrero, Juan Gabriel Lasso Guerrero","doi":"10.55028/pdres.v10i23.18025","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.18025","url":null,"abstract":"Este artículo comparte los resultados parciales de un proyecto de investigación desarrollado a través de la Vicerrectoría de Investigaciones e interacción Social de uma Universidad de la capital nariñense , por docentes del Departamento de Diseño en líneas de educación, diseño y género. La investigación tuvo como objetivo principal, conocer la apreciación de un grupo de adolescentes sobre el ejercicio de rol de género que se adopta en los escenarios públicos y privados; se trabajó con estudiantes entre los 14 y 17 años de ambos géneros, pertenecientes a una institución educativa pública de una comunidad semirural Nariñense. La investigación abordó este fenómeno, a partir de la exploración de instrumentos que, mediados por el diseño, buscaron incentivar la participación empática como mecanismo que permite vislumbrar algunas de sus actitudes frente al papel desempeñado en su contexto. Los resultados muestran que el rol femenino ejercido al interior del hogar se convierte en una obligación que las adolescentes deben cumplir a diario, y que demanda una gran parte de su tiempo y energía; recursos que claramente podrían tener y usar para sí mismas en actividades que aporten a su autonomía. Además, se percibió como reto, el hacer una transformación hacia terrenos más equilibrados, por ser la familia quien actúa como reproductora de las funciones generacionalmente asignadas.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71002170","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.16598
C. L. Vieira, R. H. S. F. Gomes, Deborah Christina Antunes, Francisca Denise Silva do Nascimento
Este trabalho tenta aproximar-se da complexidade inerente à interseção entre Saúde Mental, Gênero e Violência através do entrelaçamento de olhares advindos da Psicanálise, da Saúde Pública, da Sociologia e da Filosofia. A hipótese sustentada a partir desta articulação de saberes é que o não lugar da fala na Atenção Primária expressa-se como uma violência institucional que toca, principalmente, as mulheres. Neste sentido, traçam-se três teses que se articulam e se reforçam mutuamente: 1) Não há espaço para fala na Atenção Primária do SUS; 2) A mulher, por sua posição na história das sociedades do Ocidente, tem sido sobrecarregada de papéis, o que gera uma identidade que aprisiona e faz sofrer; 3) A violência contra a mulher vincula-se à lógica da dominação que se entranha nas regras, nos valores e nas ideias que estruturam as instituições públicas e privadas. Como proposta para lidar com os problemas levantados, advoga-se pela adoção de uma epistemologia e de uma ética capazes de superar dualismos rasos e os resquícios da dominação masculina que atravessa e molda a sociedade e as instituições de saúde.
{"title":"O não lugar da mulher na atenção primária","authors":"C. L. Vieira, R. H. S. F. Gomes, Deborah Christina Antunes, Francisca Denise Silva do Nascimento","doi":"10.55028/pdres.v10i23.16598","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.16598","url":null,"abstract":"Este trabalho tenta aproximar-se da complexidade inerente à interseção entre Saúde Mental, Gênero e Violência através do entrelaçamento de olhares advindos da Psicanálise, da Saúde Pública, da Sociologia e da Filosofia. A hipótese sustentada a partir desta articulação de saberes é que o não lugar da fala na Atenção Primária expressa-se como uma violência institucional que toca, principalmente, as mulheres. Neste sentido, traçam-se três teses que se articulam e se reforçam mutuamente: 1) Não há espaço para fala na Atenção Primária do SUS; 2) A mulher, por sua posição na história das sociedades do Ocidente, tem sido sobrecarregada de papéis, o que gera uma identidade que aprisiona e faz sofrer; 3) A violência contra a mulher vincula-se à lógica da dominação que se entranha nas regras, nos valores e nas ideias que estruturam as instituições públicas e privadas. Como proposta para lidar com os problemas levantados, advoga-se pela adoção de uma epistemologia e de uma ética capazes de superar dualismos rasos e os resquícios da dominação masculina que atravessa e molda a sociedade e as instituições de saúde.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47542909","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.16906
Giovanna Möller
Este texto aborda os limites e os problemas na ideia da neutralidade da tecnociência e no “determinismo tecnológico” a partir da perspectiva de teorias críticas feministas. Essa corrente determinista de pensamento defende não só a tese de que a tecnociência é neutra, mas também a de que o desenvolvimento da tecnologia é determinado e, portanto, inevitável. Além de colocar alguns exemplos das impossibilidades históricas e lógicas contidas nessa perspectiva, este artigo apresentará os principais argumentos acerca da dimensão ideológica do determinismo tecnológico (Feenberg, 2002; Wajcman, 1991). No entanto, outros olhares para os fenômenos tecnológicos são possíveis para além das barreiras deterministas. Este artigo abordará algumas críticas de Adorno e Horkheimer à racionalidade, aqui interpretada como tecnocientífica (Dialética do Esclarecimento, 1985), a teoria crítica da tecnologia de Andrew Feenberg (Transforming Technology, 2002) e a proposta tecnofeminista de Judy Wajcman (Feminism confronts technology, 1991, e Technofeminism, 2004) na tentativa de elaborar uma interpretação anticapitalista e feminista das chamadas evoluções tecnológicas. Com esse movimento, o objetivo é fortalecer esforços sempre crescentes de politização da tecnociência e de desmitificação do progresso técnico. A partir desses esforços, pretende-se também que este artigo seja mais um estímulo para imaginar e reconhecer verdadeiras possibilidades de emancipação que objetos tecnológicos podem nos oferecer.
{"title":"Contra o determinismo tecnológico: um olhar anticapitalista e feminista à tecnologia","authors":"Giovanna Möller","doi":"10.55028/pdres.v10i23.16906","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.16906","url":null,"abstract":"Este texto aborda os limites e os problemas na ideia da neutralidade da tecnociência e no “determinismo tecnológico” a partir da perspectiva de teorias críticas feministas. Essa corrente determinista de pensamento defende não só a tese de que a tecnociência é neutra, mas também a de que o desenvolvimento da tecnologia é determinado e, portanto, inevitável. Além de colocar alguns exemplos das impossibilidades históricas e lógicas contidas nessa perspectiva, este artigo apresentará os principais argumentos acerca da dimensão ideológica do determinismo tecnológico (Feenberg, 2002; Wajcman, 1991). No entanto, outros olhares para os fenômenos tecnológicos são possíveis para além das barreiras deterministas. Este artigo abordará algumas críticas de Adorno e Horkheimer à racionalidade, aqui interpretada como tecnocientífica (Dialética do Esclarecimento, 1985), a teoria crítica da tecnologia de Andrew Feenberg (Transforming Technology, 2002) e a proposta tecnofeminista de Judy Wajcman (Feminism confronts technology, 1991, e Technofeminism, 2004) na tentativa de elaborar uma interpretação anticapitalista e feminista das chamadas evoluções tecnológicas. Com esse movimento, o objetivo é fortalecer esforços sempre crescentes de politização da tecnociência e de desmitificação do progresso técnico. A partir desses esforços, pretende-se também que este artigo seja mais um estímulo para imaginar e reconhecer verdadeiras possibilidades de emancipação que objetos tecnológicos podem nos oferecer.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71001329","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.17139
I. F. Ferreira, Rômulo Balleste Marques dos Santos
Esse artigo objetiva analisar, por meio de um diálogo crítico entre conceitos elaborados por Theodor W. Adorno e Michel Foucault, de que maneira os corpos das mulheres são capturados pelo capitalismo contemporâneo. Etiquetadas como “Bruxas” nas redes sociais, a publicidade e as propagandas gerenciadas pelos algoritmos mobilizam mecanismos de incitação à violência contra as mulheres, contra formas de existência e de manifestação de sua sexualidade. De modo idêntico perguntamos: quem são as bruxas e como é o modo como são tratados esses corpos na contemporaneidade? Os conceitos formulados por Adorno – “mentalidade do ticket”, “indústria cultural” e “semiformação” –, fornecem suporte para uma análise crítica que se alia à analítica que Foucault desenvolve para investigar o poder, o qual passa necessariamente pelo corpo, e trata do dispositivo disciplinar e do biopolítico, sobretudo nas formas de produção da sexualidade. Apresenta a educação social no sentido defendido por Adorno que tem como premissa para qualquer projeto educacional a pretensão emancipatória de que não se repita o genocídio e os horrores perpetrados nos campos de concentração nazistas também presentes de modo semelhante - ainda que com suas singularidades históricas - no fenômeno de caça às bruxas na Idade Média. Para tanto, por meio de uma pesquisa crítico-filosófica de tipo bibliográfica com abordagem qualitativo-conceitual, valemo-nos de um ponto de encontro metodológico a partir de um dos elementos da dialética negativa definido por Adorno como “prioridade do objeto”, em intersecção com o posicionamento de Foucault pela criação de dispositivos de investigação que analisem o poder.
{"title":"Educação Social e a “caça” aos corpos das “bruxas” no capitalismo contemporâneo: um diálogo filosófico crítico entre Adorno e Foucault","authors":"I. F. Ferreira, Rômulo Balleste Marques dos Santos","doi":"10.55028/pdres.v10i23.17139","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.17139","url":null,"abstract":"Esse artigo objetiva analisar, por meio de um diálogo crítico entre conceitos elaborados por Theodor W. Adorno e Michel Foucault, de que maneira os corpos das mulheres são capturados pelo capitalismo contemporâneo. Etiquetadas como “Bruxas” nas redes sociais, a publicidade e as propagandas gerenciadas pelos algoritmos mobilizam mecanismos de incitação à violência contra as mulheres, contra formas de existência e de manifestação de sua sexualidade. De modo idêntico perguntamos: quem são as bruxas e como é o modo como são tratados esses corpos na contemporaneidade? Os conceitos formulados por Adorno – “mentalidade do ticket”, “indústria cultural” e “semiformação” –, fornecem suporte para uma análise crítica que se alia à analítica que Foucault desenvolve para investigar o poder, o qual passa necessariamente pelo corpo, e trata do dispositivo disciplinar e do biopolítico, sobretudo nas formas de produção da sexualidade. Apresenta a educação social no sentido defendido por Adorno que tem como premissa para qualquer projeto educacional a pretensão emancipatória de que não se repita o genocídio e os horrores perpetrados nos campos de concentração nazistas também presentes de modo semelhante - ainda que com suas singularidades históricas - no fenômeno de caça às bruxas na Idade Média. Para tanto, por meio de uma pesquisa crítico-filosófica de tipo bibliográfica com abordagem qualitativo-conceitual, valemo-nos de um ponto de encontro metodológico a partir de um dos elementos da dialética negativa definido por Adorno como “prioridade do objeto”, em intersecção com o posicionamento de Foucault pela criação de dispositivos de investigação que analisem o poder.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71001363","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.16866
V. F. D. Costa
O presente texto pretende articular posicionamentos referentes ao campo da filosofia, estudos de gênero e psicanálise (principalmente freudiana), debruçando-se sobre o debate profícuo entre Jessica Benjamin e Judith Butler. Nossa pretensão é não somente aclarar o emprego de conceitos centrais na obra de ambas – como o de reconhecimento, não-identidade, subjetivação, masculinismo, heterossexismo – através das leituras psicanalíticas e teóricas críticas que as norteiam. É também nosso objetivo demonstrar como se organizam os pensamentos das autoras relativamente à noção de negatividade em posicionamentos mais ou menos dialéticos, que se traduzem na escolha de vinculação a “linhagens” teóricas bastante específicas.
{"title":"Negatividade no reconhecimento: o debate entre Jessica Benjamin e Judith Butler","authors":"V. F. D. Costa","doi":"10.55028/pdres.v10i23.16866","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.16866","url":null,"abstract":"O presente texto pretende articular posicionamentos referentes ao campo da filosofia, estudos de gênero e psicanálise (principalmente freudiana), debruçando-se sobre o debate profícuo entre Jessica Benjamin e Judith Butler. Nossa pretensão é não somente aclarar o emprego de conceitos centrais na obra de ambas – como o de reconhecimento, não-identidade, subjetivação, masculinismo, heterossexismo – através das leituras psicanalíticas e teóricas críticas que as norteiam. É também nosso objetivo demonstrar como se organizam os pensamentos das autoras relativamente à noção de negatividade em posicionamentos mais ou menos dialéticos, que se traduzem na escolha de vinculação a “linhagens” teóricas bastante específicas.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47043953","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.17656
F. A. Silva, C. Porto
O estudo teve por objetivo discutir sobre as práticas parentais que favorecem o desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes no contexto da pandemia de Covid-19, analisando as epistemes de família na sociedade contemporânea e os estilos parentais de educar advindos dos contextos familiares no final do século XX e nas primeiras décadas do século XXI. A qualidade das relações humanas, conforme estudos realizados, pode favorecer o desenvolvimento tanto da pessoa (experiência de integração) quanto da sociedade (fonte de socialização e educação). Trata-se de uma abordagem qualitativa de cunho teórico/bibliográfico e exploratório nas epistemes de família defendidas por Urie Bronfenbrenner (bioecológica) e Pierpaolo Donati (relacional); nas investigações sobre os estilos parentais de educar desenvolvidos pela professora Dra. Lídia Weber da Universidade de Brasília; e nas formas de envolvimento que podem interferir no desenvolvimento infanto-juvenil, indicadas pela socióloga norte-americana Joyce Epstein. Os resultados da pesquisa indicam a importância da família para o processo de desenvolvimento humano que tem origem na infância e se estende por toda a vida por meio de afetos e vínculos parentais.
{"title":"Práticas parentais de educar crianças e adolescentes no contexto da pandemia de Covid-19","authors":"F. A. Silva, C. Porto","doi":"10.55028/pdres.v10i23.17656","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.17656","url":null,"abstract":"O estudo teve por objetivo discutir sobre as práticas parentais que favorecem o desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes no contexto da pandemia de Covid-19, analisando as epistemes de família na sociedade contemporânea e os estilos parentais de educar advindos dos contextos familiares no final do século XX e nas primeiras décadas do século XXI. A qualidade das relações humanas, conforme estudos realizados, pode favorecer o desenvolvimento tanto da pessoa (experiência de integração) quanto da sociedade (fonte de socialização e educação). Trata-se de uma abordagem qualitativa de cunho teórico/bibliográfico e exploratório nas epistemes de família defendidas por Urie Bronfenbrenner (bioecológica) e Pierpaolo Donati (relacional); nas investigações sobre os estilos parentais de educar desenvolvidos pela professora Dra. Lídia Weber da Universidade de Brasília; e nas formas de envolvimento que podem interferir no desenvolvimento infanto-juvenil, indicadas pela socióloga norte-americana Joyce Epstein. Os resultados da pesquisa indicam a importância da família para o processo de desenvolvimento humano que tem origem na infância e se estende por toda a vida por meio de afetos e vínculos parentais.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71001507","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.17693
Walef Pena Guedes, Cibele Roberta Sugahara, Denise Helena Lombardo Ferreira
A sociedade enfrenta um período de crise global com ligações diretas que originam sérios impactos sociais, ambientais e econômicos. Contudo, os grupos étnico-raciais e os grupos minoritários estão mais propensos a sofrer com tais impactos. Nesse sentido, o racismo ambiental se apresenta como um fator decisório frente aos efeitos e impactos das mudanças climáticas e a pandemia de Covid-19. O principal objetivo desse estudo é analisar o racismo ambiental que se permeia até a atualidade, apresentando-se de diferentes formas durante a crise climática e sanitária. Metodologicamente, trata-se de um método de abordagem qualitativa, firmado em procedimentos de análises de caráter bibliográfico e documental. O resultado do presente estudo permite trazer ao debate o racismo ambiental e as injustiças ambientais frente à crise climática e sanitária. Além disso, o estudo descreve como as questões de ordem climática e sanitária têm como traço principal os efeitos advindos do racismo ambiental que persistem desde o Apartheid, apresentando-se como grande obstáculo a ser enfrentando. Assim, embora o racismo ambiental seja entendido como um problema que abarca toda a esfera social, torna-se sociologicamente invisível. A principal contribuição desse estudo é trazer à luz os problemas e desafios que reverberam nos grupos étnico-raciais, na busca por equidade efetiva. A única alternativa é a construção de uma sociedade equitativa, justa e inclusiva.
{"title":"Racismo ambiental: reflexões sobre mudanças climáticas e Covid-19","authors":"Walef Pena Guedes, Cibele Roberta Sugahara, Denise Helena Lombardo Ferreira","doi":"10.55028/pdres.v10i23.17693","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.17693","url":null,"abstract":"A sociedade enfrenta um período de crise global com ligações diretas que originam sérios impactos sociais, ambientais e econômicos. Contudo, os grupos étnico-raciais e os grupos minoritários estão mais propensos a sofrer com tais impactos. Nesse sentido, o racismo ambiental se apresenta como um fator decisório frente aos efeitos e impactos das mudanças climáticas e a pandemia de Covid-19. O principal objetivo desse estudo é analisar o racismo ambiental que se permeia até a atualidade, apresentando-se de diferentes formas durante a crise climática e sanitária. Metodologicamente, trata-se de um método de abordagem qualitativa, firmado em procedimentos de análises de caráter bibliográfico e documental. O resultado do presente estudo permite trazer ao debate o racismo ambiental e as injustiças ambientais frente à crise climática e sanitária. Além disso, o estudo descreve como as questões de ordem climática e sanitária têm como traço principal os efeitos advindos do racismo ambiental que persistem desde o Apartheid, apresentando-se como grande obstáculo a ser enfrentando. Assim, embora o racismo ambiental seja entendido como um problema que abarca toda a esfera social, torna-se sociologicamente invisível. A principal contribuição desse estudo é trazer à luz os problemas e desafios que reverberam nos grupos étnico-raciais, na busca por equidade efetiva. A única alternativa é a construção de uma sociedade equitativa, justa e inclusiva.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71001910","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-17DOI: 10.55028/pdres.v10i23.16698
Anastasia Guidi Itokazu
Neste artigo percorro um caminho pela História da Filosofia que parte do poema de Parmênides e vai até a Revolução Científica dos Séculos XVI e XVII, com o objetivo de expor algumas etapas fundamentais do processo que levou à supervalorização daquelas metodologias de pesquisa científica que Hugh Lacey denominou “estratégias descontextualizadas”. Ao fazer isto, revisito a temática feyerabendiana da crítica à busca ocidental por uma realidade subjacente distinta das aparências, trazendo-a para o contexto da crítica feminista contemporânea da ciência, que tem denunciado as hierarquias de valor e correspondentes formas de dominação ensejadas pelo pensamento dicotómico, aquele que traduz a complexidade do mundo em pares de opostos como razão e sentimento, cultura e natureza, sujeito e objeto, heterossexual e homossexual, homem e mulher ou, no caso de que tratarei aqui, realidade subjacente e aparência sensível. Defendo que a busca por um conhecimento universalizante expresso em leis, com a correspondente desvalorização epistêmica da singularidade irredutível da experiência sensível, se mostrou muito eficaz para o controle e a mercantilização da natureza, mas é incompatível com uma ciência sucessora ecofeminista capaz de regenerar o planeta e proporcionar melhores condições de vida para todas as pessoas e animais que nele habitam.
{"title":"Por uma ciência sucessora ecofeminista: uma crítica da dicotomia aparência-realidade subjacente","authors":"Anastasia Guidi Itokazu","doi":"10.55028/pdres.v10i23.16698","DOIUrl":"https://doi.org/10.55028/pdres.v10i23.16698","url":null,"abstract":"Neste artigo percorro um caminho pela História da Filosofia que parte do poema de Parmênides e vai até a Revolução Científica dos Séculos XVI e XVII, com o objetivo de expor algumas etapas fundamentais do processo que levou à supervalorização daquelas metodologias de pesquisa científica que Hugh Lacey denominou “estratégias descontextualizadas”. Ao fazer isto, revisito a temática feyerabendiana da crítica à busca ocidental por uma realidade subjacente distinta das aparências, trazendo-a para o contexto da crítica feminista contemporânea da ciência, que tem denunciado as hierarquias de valor e correspondentes formas de dominação ensejadas pelo pensamento dicotómico, aquele que traduz a complexidade do mundo em pares de opostos como razão e sentimento, cultura e natureza, sujeito e objeto, heterossexual e homossexual, homem e mulher ou, no caso de que tratarei aqui, realidade subjacente e aparência sensível. Defendo que a busca por um conhecimento universalizante expresso em leis, com a correspondente desvalorização epistêmica da singularidade irredutível da experiência sensível, se mostrou muito eficaz para o controle e a mercantilização da natureza, mas é incompatível com uma ciência sucessora ecofeminista capaz de regenerar o planeta e proporcionar melhores condições de vida para todas as pessoas e animais que nele habitam. ","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49143939","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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