{"title":"PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS E COVID-19: UMA REVISÃO DE LITERATURA","authors":"Helen Cristina Beckert","doi":"10.51161/hematoclil/118","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O diagnóstico de COVID-19 é associado a desregulação imunológica, desequilíbrio humoral e celular. Existem inúmeras neoplasias hematológicas descritas, tais como leucemia mielóide aguda, linfoma de Hodgkin e mielomas, todas afetando negativamente a imunidade celular e humoral. Diversos estudos demonstram que indivíduos com tumores sólidos têm maior probabilidade de pior prognóstico de COVID-19, porém há poucos estudos acerca do prognóstico de pacientes com neoplasias hematológicas e COVID-19. Objetivo: Sintetizar informações sobre o prognóstico de pacientes com COVID-19 e neoplasias hematológicas. Material e Métodos: O estudo consiste em uma revisão bibliográfica, fundamentado na análise de 13 artigos indexados nas bases de dados Google Acadêmico e PubMed, dos quais foram analisados dados coletados entre fevereiro de 2020 e março de 2021. Resultados: Indivíduos com neoplasias hematológicas e COVID-19 têm maiores chances de pior prognóstico em comparação a pacientes com outras malignidades. Dentre os pacientes onco-hematológicos e com COVID-19 em média 28% tinha leucemia aguda, principalmente leucemia mielóide aguda, 29% dos pacientes tinha linfoma não Hodking e 12% tinha mieloma múltiplo. Em média e independentemente do tipo de neoplasia hematológica, 57% dos pacientes tiveram COVID-19 grave, 38% foram internados na UTI, 19,5% utilizaram ventilação mecânica e a mortalidade foi de 37,45%. Oito estudos apontaram que pacientes com mais de 60 anos tem risco aumentado de morte. Oito estudos também indicaram hipertensão e quimioterapia ou imunoterapia concomitante ao diagnóstico de infecção por SARS-CoV-2 como fatores de pior prognóstico. Dois estudos constataram que a probabilidade de crianças com neoplasias hematológicas desenvolverem COVID-19 grave ou morrerem é em média de 3%. Interessantemente, um estudo relatou que pacientes com neoplasias hematológicas e COVID-19 com melhores prognósticos têm maiores contingentes de linfócitos T CD8+. Conclusão: Pacientes, principalmente adultos, com neoplasias hematológicas e COVID-19 têm maior probabilidade de piores prognósticos. Neste contexto, é relevante analisar dados desses pacientes a fim de auxiliar em decisões médicas baseadas em evidências científicas. Também são necessários estudos futuros para esclarecer a relação de processos imunológicos com os prognósticos de pacientes com malignidades hematológicas e COVID-19. Ademais, estratégias de prevenção de infecção pelo SARS-CoV-2 devem ser enfatizadas prioritariamente para indivíduos com neoplasias hematológicas.","PeriodicalId":212401,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","volume":"1172 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/hematoclil/118","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: O diagnóstico de COVID-19 é associado a desregulação imunológica, desequilíbrio humoral e celular. Existem inúmeras neoplasias hematológicas descritas, tais como leucemia mielóide aguda, linfoma de Hodgkin e mielomas, todas afetando negativamente a imunidade celular e humoral. Diversos estudos demonstram que indivíduos com tumores sólidos têm maior probabilidade de pior prognóstico de COVID-19, porém há poucos estudos acerca do prognóstico de pacientes com neoplasias hematológicas e COVID-19. Objetivo: Sintetizar informações sobre o prognóstico de pacientes com COVID-19 e neoplasias hematológicas. Material e Métodos: O estudo consiste em uma revisão bibliográfica, fundamentado na análise de 13 artigos indexados nas bases de dados Google Acadêmico e PubMed, dos quais foram analisados dados coletados entre fevereiro de 2020 e março de 2021. Resultados: Indivíduos com neoplasias hematológicas e COVID-19 têm maiores chances de pior prognóstico em comparação a pacientes com outras malignidades. Dentre os pacientes onco-hematológicos e com COVID-19 em média 28% tinha leucemia aguda, principalmente leucemia mielóide aguda, 29% dos pacientes tinha linfoma não Hodking e 12% tinha mieloma múltiplo. Em média e independentemente do tipo de neoplasia hematológica, 57% dos pacientes tiveram COVID-19 grave, 38% foram internados na UTI, 19,5% utilizaram ventilação mecânica e a mortalidade foi de 37,45%. Oito estudos apontaram que pacientes com mais de 60 anos tem risco aumentado de morte. Oito estudos também indicaram hipertensão e quimioterapia ou imunoterapia concomitante ao diagnóstico de infecção por SARS-CoV-2 como fatores de pior prognóstico. Dois estudos constataram que a probabilidade de crianças com neoplasias hematológicas desenvolverem COVID-19 grave ou morrerem é em média de 3%. Interessantemente, um estudo relatou que pacientes com neoplasias hematológicas e COVID-19 com melhores prognósticos têm maiores contingentes de linfócitos T CD8+. Conclusão: Pacientes, principalmente adultos, com neoplasias hematológicas e COVID-19 têm maior probabilidade de piores prognósticos. Neste contexto, é relevante analisar dados desses pacientes a fim de auxiliar em decisões médicas baseadas em evidências científicas. Também são necessários estudos futuros para esclarecer a relação de processos imunológicos com os prognósticos de pacientes com malignidades hematológicas e COVID-19. Ademais, estratégias de prevenção de infecção pelo SARS-CoV-2 devem ser enfatizadas prioritariamente para indivíduos com neoplasias hematológicas.