{"title":"USO DA HIDROXIUREIA NA DOENÇA FALCIFORME: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA","authors":"T. C. Nascimento, Keila Correia de Alcântara","doi":"10.51161/hematoclil/154","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A doença falciforme (DF) é uma hemoglobinopatia mundialmente predominante, responsável por elevado índice de morbimortalidade. Atualmente, a hidroxiureia (HU) é a melhor opção e o único tratamento eficaz para DF, que amplia a qualidade de vida e sobrevida. Objetivo: Revisar o uso do fármaco HU no tratamento da DF. Materiais e Métodos: Os dados foram levantados pelos bancos de dados PubMed e SciELO; e manuais, portarias e relatórios do Ministério da Saúde do Brasil. Foram priorizados artigos publicados nos últimos quinze anos. Resultados: A HU é um fármaco paliativo para DF, cujo principal mecanismo é a produção ampliada de hemoglobina fetal (HbF). O fármaco atua na redução de vasoclusões, hemólise, aumento da hemoglobina total, entre outros. Assim, a HU diminui o risco de infecções, hospitalização, e taxa de mortalidade. Houve um aumento em 40% de pacientes tratados com HU entre os anos de 2016 e 2020 no Brasil, juntamente com a elevação de 76% de sua dispensação. Apesar dos benefícios, a HU não age na prevenção de todas as complicações da DF e pode ocasionar supressão de medula, além do potencial carcinogênico, quando utilizada por longos períodos. No Brasil, o uso é contraindicado em sintomas leves, recomendado a partir dos dois anos de idade, somente prescrito após avaliação médica rigorosa, e exige diversos documentos, dentre eles o Termo de Consentimento Informado. A administração preconizada é por via oral e gradual até obtenção da dose máxima tolerada, de forma a proporcionar melhoria, isento de toxicidade. Hoje, o Brasil dispõe apenas cápsulas de 500 mg, apesar de haver produção internacional 100 mg pediátricas, para impedir o desperdício e erro de dosagem, quando diluída em domicílio. A duração mínima do tratamento é de dois anos e mantida indeterminadamente, com monitorização periódica. É indicado interrupção em casos de má adesão, insuficiência medular, fatores genéticos interferentes, e resposta terapêutica insatisfatória. Conclusão: Apesar de atualmente a HU ser um avanço terapêutico para DF, é preciso buscar novos medicamentos de menor toxicidade e maior eficácia. Nesse entretempo, se faz necessário a importação ou produção nacional da apresentação 100mg da HU, para uso em pacientes pediátricos.","PeriodicalId":212401,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/hematoclil/154","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: A doença falciforme (DF) é uma hemoglobinopatia mundialmente predominante, responsável por elevado índice de morbimortalidade. Atualmente, a hidroxiureia (HU) é a melhor opção e o único tratamento eficaz para DF, que amplia a qualidade de vida e sobrevida. Objetivo: Revisar o uso do fármaco HU no tratamento da DF. Materiais e Métodos: Os dados foram levantados pelos bancos de dados PubMed e SciELO; e manuais, portarias e relatórios do Ministério da Saúde do Brasil. Foram priorizados artigos publicados nos últimos quinze anos. Resultados: A HU é um fármaco paliativo para DF, cujo principal mecanismo é a produção ampliada de hemoglobina fetal (HbF). O fármaco atua na redução de vasoclusões, hemólise, aumento da hemoglobina total, entre outros. Assim, a HU diminui o risco de infecções, hospitalização, e taxa de mortalidade. Houve um aumento em 40% de pacientes tratados com HU entre os anos de 2016 e 2020 no Brasil, juntamente com a elevação de 76% de sua dispensação. Apesar dos benefícios, a HU não age na prevenção de todas as complicações da DF e pode ocasionar supressão de medula, além do potencial carcinogênico, quando utilizada por longos períodos. No Brasil, o uso é contraindicado em sintomas leves, recomendado a partir dos dois anos de idade, somente prescrito após avaliação médica rigorosa, e exige diversos documentos, dentre eles o Termo de Consentimento Informado. A administração preconizada é por via oral e gradual até obtenção da dose máxima tolerada, de forma a proporcionar melhoria, isento de toxicidade. Hoje, o Brasil dispõe apenas cápsulas de 500 mg, apesar de haver produção internacional 100 mg pediátricas, para impedir o desperdício e erro de dosagem, quando diluída em domicílio. A duração mínima do tratamento é de dois anos e mantida indeterminadamente, com monitorização periódica. É indicado interrupção em casos de má adesão, insuficiência medular, fatores genéticos interferentes, e resposta terapêutica insatisfatória. Conclusão: Apesar de atualmente a HU ser um avanço terapêutico para DF, é preciso buscar novos medicamentos de menor toxicidade e maior eficácia. Nesse entretempo, se faz necessário a importação ou produção nacional da apresentação 100mg da HU, para uso em pacientes pediátricos.