{"title":"Forame oval patente em necropsia médico legal","authors":"L. Bordoni, Tauer Couto","doi":"10.51147/rcml053.2021","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A imagem da esquerda representa uma vista panorâmica da região anterior do coração de uma periciada de 52 anos, vítima de homicídio, ainda em sua localização anatômica (in situ). Na imagem ao centro, observa-se uma vista panorâmica após a abertura do átrio e do ventrículo direitos. A seta vermelha na imagem da direita indica um forame oval patente (FOP), a malformação cardíaca congênita mais frequente, presente em cerca de 25% dos adultos, sem predominância entre os sexos. A forma observada, do tipo ostium secundum, que se localiza na região da fossa oval do átrio direito é a apresentação de comunicação interatrial mais comum. No caso em tela, constituiu um achado necroscópico ocasional, não tendo desempenhado nenhum papel nos mecanismos que produziram a morte da periciada. Apesar de ser assintomático na maioria dos portadores, é um potencial local de formação de trombos que permite, também, a passagem desses de uma câmara atrial para outra, sendo um fator de risco para a ocorrência de um embolismo paradoxal (EP). No EP, um trombo formado em veias profundas dos membros inferiores (ou mesmo um êmbolo gorduroso formado por fraturas de ossos longos), após se deslocar para o átrio direito, passa para o átrio esquerdo e alcança a circulação arterial sistêmica. Pode, assim, obstruir qualquer ramo direto ou indireto da artéria aorta, das coronárias às artérias cerebrais. Portanto, em casos de morte súbita e inesperada com interesse médico legal, este achado deve ser pesquisado como um potencial fator de risco para eventos isquêmicos de origem embólica.","PeriodicalId":184198,"journal":{"name":"Revista Criminalistica e Medicina Legal","volume":"50 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Criminalistica e Medicina Legal","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51147/rcml053.2021","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A imagem da esquerda representa uma vista panorâmica da região anterior do coração de uma periciada de 52 anos, vítima de homicídio, ainda em sua localização anatômica (in situ). Na imagem ao centro, observa-se uma vista panorâmica após a abertura do átrio e do ventrículo direitos. A seta vermelha na imagem da direita indica um forame oval patente (FOP), a malformação cardíaca congênita mais frequente, presente em cerca de 25% dos adultos, sem predominância entre os sexos. A forma observada, do tipo ostium secundum, que se localiza na região da fossa oval do átrio direito é a apresentação de comunicação interatrial mais comum. No caso em tela, constituiu um achado necroscópico ocasional, não tendo desempenhado nenhum papel nos mecanismos que produziram a morte da periciada. Apesar de ser assintomático na maioria dos portadores, é um potencial local de formação de trombos que permite, também, a passagem desses de uma câmara atrial para outra, sendo um fator de risco para a ocorrência de um embolismo paradoxal (EP). No EP, um trombo formado em veias profundas dos membros inferiores (ou mesmo um êmbolo gorduroso formado por fraturas de ossos longos), após se deslocar para o átrio direito, passa para o átrio esquerdo e alcança a circulação arterial sistêmica. Pode, assim, obstruir qualquer ramo direto ou indireto da artéria aorta, das coronárias às artérias cerebrais. Portanto, em casos de morte súbita e inesperada com interesse médico legal, este achado deve ser pesquisado como um potencial fator de risco para eventos isquêmicos de origem embólica.