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Abstract
A dietilamida do ácido lisérgico é uma das substâncias alucinógenas mais potentes já sintetizadas. Sua sigla, LSD, vem do alemão: Lysergsäurediethylamid. O LSD é sintetizado a partir do ácido lisérgico, produzido pelo fungo parasita esporão-do centeio (Claviceps purpurea), nome alusivo ao seu corpo de frutificação e ao principal cereal hospedeiro. O LSD tem afinidade por receptores serotoninérgicos (5-HT), sendo sua atividade alucinógena vinculada à ação agonista nos receptores 5-HT2A. Doses unitárias entre 20 e 400 microgramas produzem efeitos por até 12 horas. Os selos, forma usual de apresentação, são segmentos de papel mata-borrão delimitados por perfurações com desenhos e/ou inscrições. Também são apreendidas soluções aquosas ou alcoólicas, contendo altas concentrações de LSD, e micropontos. Entre os anos de 2019 e 2021, cinco apreensões de micropontos foram realizadas no Distrito Federal, todas com formato de estrela de cinco ou seis pontas, furo no centro, dimensões de 5x6 mm, nas cores vermelha ou verde. Rotina analítica baseada em teste colorimétrico (reagente de Ehrlich) e em cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas confirmou a presença de LSD em todas essas apreensões. Ainda que semelhantes a comprimidos, os micropontos são muito duros, o que dificulta a maceração, mesmo com auxílio de gral e pistilo. Uma vez macerados, solubilizam facilmente em água e desenvolvem rapidamente um anel de coloração roxa quando submetidos ao teste de Molisch, indicando formação de furfurais decorrente da desidratação dos sacarídeos presentes. A solubilidade em água e o rápido desenvolvimento de cor apontam para uma composição majoritária de mono ou dissacarídeos.