{"title":"CRISES, DISPUTAS E RESISTÊNCIAS: OS TERRITÓRIOS TRADICIONAIS DAS COMUNIDADES PESQUEIRAS E QUILOMBOLAS DA ILHA DE MARÉ – BA","authors":"Kassia Aguiar Norberto Rios","doi":"10.25247/2447-861X.2020.N251.P716-741","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo tem por objetivo apresentar uma análise do cenário de crises, disputas e resistências que envolve as comunidades tradicionais pesqueiras e quilombolas da Ilha de Maré, Salvador – Bahia. Uma das temáticas que tem ganhado relevante destaque, nas últimas décadas, refere-se às inúmeras disputas e conflitos territoriais que as comunidades tradicionais pesqueiras têm vivenciado nos seus territórios. No estado da Bahia esse cenário envolve cerca de 600 comunidades e mais de 100 mil famílias, dentre as quais destacamos aquelas situadas na Ilha de Maré, localizada na Baía de Todos os Santos (BTS). Possuidoras de um amplo conhecimento sobre as águas, os manguezais e os pescados da BTS, a relação de apropriação desenvolvida por essas comunidades com a natureza é caracterizada por extremos laços de identidade, pertencimento e, principalmente, respeito, onde são desenvolvidos valores simbólicos e materiais que asseguram o seu modo de vida e configuram suas territorialidades. Territorialidades que têm sido intensamente ameaçadas e, em alguns casos, destruídas, pelo modelo de desenvolvimento historicamente empregado no local. Observa-se que os espaços que eram de uso das comunidades, aos poucos, foram sendo ocupados, delimitados e controlados por novas e distintas atividades (aquícola, portuária, metalúrgica, petroquímica, turística etc.), originando inúmeras crises sociais, econômicas, ambientais, além das disputas territoriais. Para o desenvolvimento da análise, recorremos metodologicamente às técnicas da pesquisa participante com a utilização dos seguintes instrumentos: levantamento bibliográfico, documental e, principalmente, de campo, com a realização de reuniões, participação em audiências públicas, oficinas de geografia e cartografia, mapeamento e georreferenciamento dos territórios em disputa. ","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"51 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2020.N251.P716-741","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo tem por objetivo apresentar uma análise do cenário de crises, disputas e resistências que envolve as comunidades tradicionais pesqueiras e quilombolas da Ilha de Maré, Salvador – Bahia. Uma das temáticas que tem ganhado relevante destaque, nas últimas décadas, refere-se às inúmeras disputas e conflitos territoriais que as comunidades tradicionais pesqueiras têm vivenciado nos seus territórios. No estado da Bahia esse cenário envolve cerca de 600 comunidades e mais de 100 mil famílias, dentre as quais destacamos aquelas situadas na Ilha de Maré, localizada na Baía de Todos os Santos (BTS). Possuidoras de um amplo conhecimento sobre as águas, os manguezais e os pescados da BTS, a relação de apropriação desenvolvida por essas comunidades com a natureza é caracterizada por extremos laços de identidade, pertencimento e, principalmente, respeito, onde são desenvolvidos valores simbólicos e materiais que asseguram o seu modo de vida e configuram suas territorialidades. Territorialidades que têm sido intensamente ameaçadas e, em alguns casos, destruídas, pelo modelo de desenvolvimento historicamente empregado no local. Observa-se que os espaços que eram de uso das comunidades, aos poucos, foram sendo ocupados, delimitados e controlados por novas e distintas atividades (aquícola, portuária, metalúrgica, petroquímica, turística etc.), originando inúmeras crises sociais, econômicas, ambientais, além das disputas territoriais. Para o desenvolvimento da análise, recorremos metodologicamente às técnicas da pesquisa participante com a utilização dos seguintes instrumentos: levantamento bibliográfico, documental e, principalmente, de campo, com a realização de reuniões, participação em audiências públicas, oficinas de geografia e cartografia, mapeamento e georreferenciamento dos territórios em disputa.
本文旨在分析萨尔瓦多-巴伊亚mare岛的传统渔业和“歌伦波拉”社区的危机、争端和抵抗情景。近几十年来,一个突出的主题是传统渔业社区在其领土上经历的许多领土争端和冲突。在巴伊亚州,这一场景涉及约600个社区和超过10万户家庭,其中我们重点介绍了位于Todos os Santos湾(BTS)的mare岛的家庭。拥有广泛的知识BTS的红树林和食人鱼,水,犯下了这些关系的社区和自然的特点是极端,归属感和身份的关系,尤其是象征性价值,尊重,在哪里发展,确保他们的生活方式和材料构成的territorialidades。由于该地区历史上采用的发展模式,这些领土受到了强烈的威胁,在某些情况下还遭到了破坏。人们注意到,社区使用的空间逐渐被新的和不同的活动(水产养殖、港口、冶金、石化、旅游等)占领、划分和控制,造成了无数的社会、经济和环境危机,以及领土争端。分析研究的方法,对技术发展的研究参与者使用下列工具:调查纪实文学,尤其是在乡下,有举行公开会议,参与听证会,旧的和测绘,测绘和地理georreferenciamento争议的领土。