{"title":"ASSISTENCIA SOCIAL, LEGITIMIDADE E MERCADO NOS PROGRAMAS DE TRANSFERENCIA DE RENDA (PTRS): NOTAS ANALITICAS E TEORICAS","authors":"Anete B. L. Ivo","doi":"10.25247/2447-861x.2023.n258.p7-27","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo discute o processo de legitimidade do programa de transferência condicionada de renda (PTR) examinando dois processos articulados: (i) a formação de um amplo consenso quanto à prioridade do combate à pobreza por meio de uma eficácia da focalização que, indiretamente, gera uma “fidelidade passiva” entre o governo e as classes populares e; (ii) a constituição de uma nova subjetividade política dos beneficiários mediante sua inscrição no programa e inserção no mercado. Este processo representa uma integração da reprodução social na dinâmica do capitalismo através de uma “nova fetichização” do mercado, pela transferência de rendimentos. O modelo do programa despolitiza a justiça redistributiva, restrita às camadas de renda mais baixas; legitima a segmentação da proteção; e constitui uma nova categoria social de atenção pública – os beneficiários das transferências de renda – ou “uma classe por outra”.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"52 23","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2023.n258.p7-27","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo discute o processo de legitimidade do programa de transferência condicionada de renda (PTR) examinando dois processos articulados: (i) a formação de um amplo consenso quanto à prioridade do combate à pobreza por meio de uma eficácia da focalização que, indiretamente, gera uma “fidelidade passiva” entre o governo e as classes populares e; (ii) a constituição de uma nova subjetividade política dos beneficiários mediante sua inscrição no programa e inserção no mercado. Este processo representa uma integração da reprodução social na dinâmica do capitalismo através de uma “nova fetichização” do mercado, pela transferência de rendimentos. O modelo do programa despolitiza a justiça redistributiva, restrita às camadas de renda mais baixas; legitima a segmentação da proteção; e constitui uma nova categoria social de atenção pública – os beneficiários das transferências de renda – ou “uma classe por outra”.