Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.25247/2447-861x.2023.n258.p70-85
Clóvis Trezzi, Tatiana Das Chagas Bezerra Mendes
Este artigo tem como objetivo analisar o chamado fracasso escolar. Questiona a ideia de fracasso, argumentando que é preciso pensar na responsabilidade pelo mesmo. Partindo de estudos que apontam a desigualdade educacional como um dos fatores que conduz ao que se convencionou chamar de fracasso, aponta alguns fatores que podem ser responsáveis pelos baixos índices de aprendizagem na escola brasileira, tanto de alunos mais pobres quanto de mais ricos. O artigo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, assumindo o estilo de um ensaio. Dialogando com autores contemporâneos, brasileiros ou não, fala sobre a questão da justiça escolar, que está na base da ideia do fracasso. Critica o Estado pelo discurso que normaliza a desigualdade social e educacional. Aponta a formação de professores como um ponto de partida para a superação das distorções que levam a aceitar o discurso de senso comum que coloca no estudante a culpa pelo próprio fracasso. Por fim, conclui que, mais do que rotular os estudantes com palavras como sucesso ou fracasso, é preciso compreender as causas que conduzem à não aprendizagem para começar a superar as dificuldades.
{"title":"FRACASSO OU INJUSTIÇA ESCOLAR? DAS IMPOSSIBILIDADES DO ALUNO À COMPREENSÃO DO FENÔMENO","authors":"Clóvis Trezzi, Tatiana Das Chagas Bezerra Mendes","doi":"10.25247/2447-861x.2023.n258.p70-85","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2023.n258.p70-85","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo analisar o chamado fracasso escolar. Questiona a ideia de fracasso, argumentando que é preciso pensar na responsabilidade pelo mesmo. Partindo de estudos que apontam a desigualdade educacional como um dos fatores que conduz ao que se convencionou chamar de fracasso, aponta alguns fatores que podem ser responsáveis pelos baixos índices de aprendizagem na escola brasileira, tanto de alunos mais pobres quanto de mais ricos. O artigo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, assumindo o estilo de um ensaio. Dialogando com autores contemporâneos, brasileiros ou não, fala sobre a questão da justiça escolar, que está na base da ideia do fracasso. Critica o Estado pelo discurso que normaliza a desigualdade social e educacional. Aponta a formação de professores como um ponto de partida para a superação das distorções que levam a aceitar o discurso de senso comum que coloca no estudante a culpa pelo próprio fracasso. Por fim, conclui que, mais do que rotular os estudantes com palavras como sucesso ou fracasso, é preciso compreender as causas que conduzem à não aprendizagem para começar a superar as dificuldades.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"62 48","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138950684","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.25247/2447-861x.2023.n258.p28-49
L. Gaiger
O propósito desse artigo é caracterizar conceitualmente a reciprocidade e demonstrar como desempenha uma função de vital importância na dinâmica dos empreendimentos de Economia Solidária. A partir principalmente das obras seminais de Marcel Mauss e Karl Polanyi, a reciprocidade é definida como um princípio socialmente vinculante, ao qual se soma um mecanismo prático de prestações e contraprestações reiterativas entre indivíduos, grupos e organizações. Argumenta-se que os empreendimentos solidários, estando fundamentados na lógica da reciprocidade, atuam como vetores da pluralidade econômica, à medida que alimentam várias lógicas e se contrapõem ao monismo do mercado. Eles acionam a reciprocidade como base integrativa da produção e circulação de bens, instilando-a no interior das formas de economia correspondentes aos demais princípios e, assim, expandindo a reciprocidade a todo o corpo social. Dessa forma, demonstram o papel crucial da associação e da cooperação produtiva como bases para a resolução de problemas, valorizando novas formas de solidariedade. Tais proposições encontram seu fundamento em revisões bibliográficas sucessivas, integradas a pesquisas empíricas diversas, com foco na realidade brasileira e de outros países.
{"title":"A FUNÇÃO BASILAR DA RECIPROCIDADE NA ECONOMIA SOLIDÁRIA","authors":"L. Gaiger","doi":"10.25247/2447-861x.2023.n258.p28-49","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2023.n258.p28-49","url":null,"abstract":"O propósito desse artigo é caracterizar conceitualmente a reciprocidade e demonstrar como desempenha uma função de vital importância na dinâmica dos empreendimentos de Economia Solidária. A partir principalmente das obras seminais de Marcel Mauss e Karl Polanyi, a reciprocidade é definida como um princípio socialmente vinculante, ao qual se soma um mecanismo prático de prestações e contraprestações reiterativas entre indivíduos, grupos e organizações. Argumenta-se que os empreendimentos solidários, estando fundamentados na lógica da reciprocidade, atuam como vetores da pluralidade econômica, à medida que alimentam várias lógicas e se contrapõem ao monismo do mercado. Eles acionam a reciprocidade como base integrativa da produção e circulação de bens, instilando-a no interior das formas de economia correspondentes aos demais princípios e, assim, expandindo a reciprocidade a todo o corpo social. Dessa forma, demonstram o papel crucial da associação e da cooperação produtiva como bases para a resolução de problemas, valorizando novas formas de solidariedade. Tais proposições encontram seu fundamento em revisões bibliográficas sucessivas, integradas a pesquisas empíricas diversas, com foco na realidade brasileira e de outros países.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"19 24","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138948283","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.25247/2447-861x.2023.n258.p68-87
Andrea Dorea Mascarenhas, Denise Vitale
Desde os anos 1990, o Banco Mundial tem abordado a pauta do gênero tanto na produção de conhecimento quanto nos seus investimentos. Isso acontece em um cenário influenciado pelo ativismo feminista e pela tendência do uso da expertise de gênero no âmbito das relações internacionais, como ferramenta das organizações internacionais nas diversas áreas, inclusive econômica. Com base nesta perspectiva, este artigo analisa se a questão de gênero impacta ou não as políticas de investimentos do Banco Mundial. Este artigo tem como ponto de partida uma análise dos investimentos do Banco Mundial em projetos relacionados a questão da desigualdade de gênero no Brasil, traçando uma relação desses projetos com os indicadores dos relatórios Women, Business and Law, no período de 2010 a 2021.
{"title":"A TRANSVERSALIDADE DO GÊNERO NOS ESTUDOS E INVESTIMENTOS DO BANCO MUNDIAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE CRÍTICA (2010-2021)","authors":"Andrea Dorea Mascarenhas, Denise Vitale","doi":"10.25247/2447-861x.2023.n258.p68-87","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2023.n258.p68-87","url":null,"abstract":"Desde os anos 1990, o Banco Mundial tem abordado a pauta do gênero tanto na produção de conhecimento quanto nos seus investimentos. Isso acontece em um cenário influenciado pelo ativismo feminista e pela tendência do uso da expertise de gênero no âmbito das relações internacionais, como ferramenta das organizações internacionais nas diversas áreas, inclusive econômica. Com base nesta perspectiva, este artigo analisa se a questão de gênero impacta ou não as políticas de investimentos do Banco Mundial. Este artigo tem como ponto de partida uma análise dos investimentos do Banco Mundial em projetos relacionados a questão da desigualdade de gênero no Brasil, traçando uma relação desses projetos com os indicadores dos relatórios Women, Business and Law, no período de 2010 a 2021.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"51 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138950736","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.25247/2447-861x.2023.n258.p129-152
D. G. Borges
Este artigo analisa os métodos empregados por empresas transnacionais na aquisição de terras na fronteira agrícola do sudoeste do estado do Piauí, Brasil, e suas implicações na dinâmica social local, com foco especial nos conflitos ambientais e agrários que afetam as comunidades camponesas. A pesquisa traça um histórico da expansão das empresas agroexportadoras para o sudoeste do Piauí, uma região que agora faz parte do MATOPIBA, considerada a última fronteira agrícola do país. Além disso, o artigo apresenta uma nova metodologia para identificar a compra de terras brasileiras por empresas estrangeiras e detalha três casos emblemáticos. Adicionalmente, dados sobre a incidência de conflitos socioambientais e a dinâmica de preços do principal produto produzido na região, a soja, foram correlacionados, revelando uma correlação negativa moderada entre as duas variáveis (ρ = -0,33). Por fim, são discutidas questões relacionadas à legislação que aborda esse tema e são apresentadas sugestões para mitigar as consequências adversas dos fenômenos identificados.
{"title":"A INFLUÊNCIA DE EMPRESAS TRANSNACIONAIS SOBRE A DINÂMICA SOCIAL E AGRÁRIA NO SUDOESTE DO ESTADO DO PIAUÍ, BRASIL","authors":"D. G. Borges","doi":"10.25247/2447-861x.2023.n258.p129-152","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2023.n258.p129-152","url":null,"abstract":"Este artigo analisa os métodos empregados por empresas transnacionais na aquisição de terras na fronteira agrícola do sudoeste do estado do Piauí, Brasil, e suas implicações na dinâmica social local, com foco especial nos conflitos ambientais e agrários que afetam as comunidades camponesas. A pesquisa traça um histórico da expansão das empresas agroexportadoras para o sudoeste do Piauí, uma região que agora faz parte do MATOPIBA, considerada a última fronteira agrícola do país. Além disso, o artigo apresenta uma nova metodologia para identificar a compra de terras brasileiras por empresas estrangeiras e detalha três casos emblemáticos. Adicionalmente, dados sobre a incidência de conflitos socioambientais e a dinâmica de preços do principal produto produzido na região, a soja, foram correlacionados, revelando uma correlação negativa moderada entre as duas variáveis (ρ = -0,33). Por fim, são discutidas questões relacionadas à legislação que aborda esse tema e são apresentadas sugestões para mitigar as consequências adversas dos fenômenos identificados.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"134 35","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138953436","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.25247/2447-861x.2023.n258.p3-6
J. D. S. Cunha, Ângela Borges
Os Cadernos do CEAS, neste editorial, se solidarizam com os povos palestino e negro-periférico de Salvador e de todo país, que guardada as devidas proporções, sofrem com a violência em seus territórios. Como protesto contra as atrocidades perpetradas há 70 anos contra os moradores multisseculares de Gaza e da Cisjordânia, publicamos a firme denúncia de Craig Mokhiber, feita em sua carta de demissão do cargo de diretor do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Nova York.
在这篇社论中,Cadernos do CEAS 声援萨尔瓦多和该国其他地区的巴勒斯坦人民和黑人边缘群体,他们在自己的领土上遭受着暴力的蹂躏。为了抗议 70 年前对加沙和约旦河西岸的多宗教居民犯下的暴行,我们刊登克雷格-莫基贝尔在辞去联合国人权事务高级专员办事处纽约办事处主任职务的信中所做的强烈谴责。
{"title":"EDITORIAL – DA EUROPA, FRANÇA, BAHIA A GAZA BRASÍLIS","authors":"J. D. S. Cunha, Ângela Borges","doi":"10.25247/2447-861x.2023.n258.p3-6","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2023.n258.p3-6","url":null,"abstract":"Os Cadernos do CEAS, neste editorial, se solidarizam com os povos palestino e negro-periférico de Salvador e de todo país, que guardada as devidas proporções, sofrem com a violência em seus territórios. Como protesto contra as atrocidades perpetradas há 70 anos contra os moradores multisseculares de Gaza e da Cisjordânia, publicamos a firme denúncia de Craig Mokhiber, feita em sua carta de demissão do cargo de diretor do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Nova York. ","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"61 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138952936","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.25247/2447-861x.2023.n258.p103-128
A. Barbalho
O objetivo do artigo é analisar se, onde e como ocorreu o alinhamento entre o perfil das elites gestoras das políticas culturais estaduais com aquele estabelecido pelo Governo Federal no setor durante do governo Bolsonaro (2019-2022). A hipótese é de que onde o arranjo político estadual era favorável ao governo Bolsonaro, a gestão da cultura foi entregue a agentes de fora do campo, tanto como expressão do descompromisso com o setor e do apoio ao presidente da República, quanto como resposta às demandas de cargo por parte da coalizão estadual. Para dar conta do problema de pesquisa – que pode ser expresso pelas seguintes perguntas: quem são esses agentes que compõem as elites gestoras de cultura nos estados? Quais seus recursos? - foi feito um levantamento dos gestores máximos de cultura dos 26 estados e a criação de um banco de dados que reuniu informações sobre as seguintes variáveis em relação à trajetória dos referidos agentes: formação superior; ocupações profissionais; cargos de confiança; cargos políticos eletivos; e produção simbólica.
{"title":"ELITE GESTORA DA CULTURA NOS GOVERNOS ESTADUAIS (2019-2022)","authors":"A. Barbalho","doi":"10.25247/2447-861x.2023.n258.p103-128","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2023.n258.p103-128","url":null,"abstract":"O objetivo do artigo é analisar se, onde e como ocorreu o alinhamento entre o perfil das elites gestoras das políticas culturais estaduais com aquele estabelecido pelo Governo Federal no setor durante do governo Bolsonaro (2019-2022). A hipótese é de que onde o arranjo político estadual era favorável ao governo Bolsonaro, a gestão da cultura foi entregue a agentes de fora do campo, tanto como expressão do descompromisso com o setor e do apoio ao presidente da República, quanto como resposta às demandas de cargo por parte da coalizão estadual. Para dar conta do problema de pesquisa – que pode ser expresso pelas seguintes perguntas: quem são esses agentes que compõem as elites gestoras de cultura nos estados? Quais seus recursos? - foi feito um levantamento dos gestores máximos de cultura dos 26 estados e a criação de um banco de dados que reuniu informações sobre as seguintes variáveis em relação à trajetória dos referidos agentes: formação superior; ocupações profissionais; cargos de confiança; cargos políticos eletivos; e produção simbólica.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"6 12","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138950346","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo científico aborda os direitos humanos do adolescente, especificamente o autor de ato infracional, trazendo para reflexão a proteção integral e o sistema socioeducativo no Brasil. Neste aspecto, leva-se consideração que, apesar dos dispositivos legais que dispõem acerca da proteção integral no tratamento dispensado a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, percebe-se a manutenção do cenário de violações de direitos característico da sociedade brasileira. Assim sendo, encara-se como problema o questionamento da efetividade de direitos humanos de adolescentes no sistema socioeducativo no contexto legislativo e do sistema socioeducativo brasileiro. Objetiva, de forma geral, destacar a efetividade de direitos humanos de adolescentes no sistema socioeducativo no contexto brasileiro e, especificamente, discutir os fundamentos jurídicos da proteção integral no sistema socioeducativo e seu panorama, bem como abordar a efetividade dos direitos humanos de adolescentes segundo a abordagem contra-hegemônica. A proposta metodológica utilizada foi a pesquisa básica, exploratória e bibliográfica, com abordagem qualitativa.
{"title":"PARA UMA PERSPECTIVA CONTRA-HEGEMÔNICA DOS DIREITOS HUMANOS DE ADOLESCENTES: REFLEXÕES A PARTIR DA DOUTRINA DE PROTEÇÃO INTEGRAL E DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO BRASILEIRO","authors":"Ruan Didier Bruzaca, Greycianne Mendes Costa, Sâmella Conceição Vale Silva Guimarães","doi":"10.25247/2447-861x.2023.n258.p86-102","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2023.n258.p86-102","url":null,"abstract":"O presente artigo científico aborda os direitos humanos do adolescente, especificamente o autor de ato infracional, trazendo para reflexão a proteção integral e o sistema socioeducativo no Brasil. Neste aspecto, leva-se consideração que, apesar dos dispositivos legais que dispõem acerca da proteção integral no tratamento dispensado a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, percebe-se a manutenção do cenário de violações de direitos característico da sociedade brasileira. Assim sendo, encara-se como problema o questionamento da efetividade de direitos humanos de adolescentes no sistema socioeducativo no contexto legislativo e do sistema socioeducativo brasileiro. Objetiva, de forma geral, destacar a efetividade de direitos humanos de adolescentes no sistema socioeducativo no contexto brasileiro e, especificamente, discutir os fundamentos jurídicos da proteção integral no sistema socioeducativo e seu panorama, bem como abordar a efetividade dos direitos humanos de adolescentes segundo a abordagem contra-hegemônica. A proposta metodológica utilizada foi a pesquisa básica, exploratória e bibliográfica, com abordagem qualitativa.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"52 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138948030","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.25247/2447-861x.2023.n258.p7-27
Anete B. L. Ivo
Este artigo discute o processo de legitimidade do programa de transferência condicionada de renda (PTR) examinando dois processos articulados: (i) a formação de um amplo consenso quanto à prioridade do combate à pobreza por meio de uma eficácia da focalização que, indiretamente, gera uma “fidelidade passiva” entre o governo e as classes populares e; (ii) a constituição de uma nova subjetividade política dos beneficiários mediante sua inscrição no programa e inserção no mercado. Este processo representa uma integração da reprodução social na dinâmica do capitalismo através de uma “nova fetichização” do mercado, pela transferência de rendimentos. O modelo do programa despolitiza a justiça redistributiva, restrita às camadas de renda mais baixas; legitima a segmentação da proteção; e constitui uma nova categoria social de atenção pública – os beneficiários das transferências de renda – ou “uma classe por outra”.
{"title":"ASSISTENCIA SOCIAL, LEGITIMIDADE E MERCADO NOS PROGRAMAS DE TRANSFERENCIA DE RENDA (PTRS): NOTAS ANALITICAS E TEORICAS","authors":"Anete B. L. Ivo","doi":"10.25247/2447-861x.2023.n258.p7-27","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2023.n258.p7-27","url":null,"abstract":"Este artigo discute o processo de legitimidade do programa de transferência condicionada de renda (PTR) examinando dois processos articulados: (i) a formação de um amplo consenso quanto à prioridade do combate à pobreza por meio de uma eficácia da focalização que, indiretamente, gera uma “fidelidade passiva” entre o governo e as classes populares e; (ii) a constituição de uma nova subjetividade política dos beneficiários mediante sua inscrição no programa e inserção no mercado. Este processo representa uma integração da reprodução social na dinâmica do capitalismo através de uma “nova fetichização” do mercado, pela transferência de rendimentos. O modelo do programa despolitiza a justiça redistributiva, restrita às camadas de renda mais baixas; legitima a segmentação da proteção; e constitui uma nova categoria social de atenção pública – os beneficiários das transferências de renda – ou “uma classe por outra”.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"52 23","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138948733","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-31DOI: 10.25247/2447-861x.2022.n256.p318-345
Marco Túlio de Urzêda-Freitas, Letícia Lima Vieira
Neste texto, que percebemos como uma escrita-conversa, buscamos mobilizar algumas inquietações sobre o mal-estar que permeia o Brasil recente. Considerando que Jair Bolsonaro, atual presidente da república, nunca se absteve de manifestar apreço por práticas autoritárias e violentas durante a sua carreira política, o que inclui a campanha eleitoral de 2018, o nosso principal objetivo foi esboçar uma compreensão da crise civilizatória revelada e potencializada por seu governo. Uma das perguntas que orientou o nosso diálogo foi: o que levou – e tem levado – milhares de brasileiros a legitimar esse projeto ancorado em uma linguagem da destruição? Ao destacarmos a condição de desamparo do sujeito e o potencial destrutivo da linguagem como questões cruciais para se compreender a performance do mal no Brasil contemporâneo, argumentamos em favor da afirmação do desamparo como força produtiva para uma (re)elaboração crítica da complexa e trágica realidade que vivemos.
{"title":"BOLSONARISMO COMO LINGUAGEM DA DESTRUIÇÃO: UMA CONVERSA SOBRE O MAL-ESTAR CIVILIZATÓRIO NO BRASIL RECENTE","authors":"Marco Túlio de Urzêda-Freitas, Letícia Lima Vieira","doi":"10.25247/2447-861x.2022.n256.p318-345","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2022.n256.p318-345","url":null,"abstract":"Neste texto, que percebemos como uma escrita-conversa, buscamos mobilizar algumas inquietações sobre o mal-estar que permeia o Brasil recente. Considerando que Jair Bolsonaro, atual presidente da república, nunca se absteve de manifestar apreço por práticas autoritárias e violentas durante a sua carreira política, o que inclui a campanha eleitoral de 2018, o nosso principal objetivo foi esboçar uma compreensão da crise civilizatória revelada e potencializada por seu governo. Uma das perguntas que orientou o nosso diálogo foi: o que levou – e tem levado – milhares de brasileiros a legitimar esse projeto ancorado em uma linguagem da destruição? Ao destacarmos a condição de desamparo do sujeito e o potencial destrutivo da linguagem como questões cruciais para se compreender a performance do mal no Brasil contemporâneo, argumentamos em favor da afirmação do desamparo como força produtiva para uma (re)elaboração crítica da complexa e trágica realidade que vivemos.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"86 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124137221","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-31DOI: 10.25247/2447-861x.2022.n256.p382-400
Paulo Cezar Martins Pinto
O presente artigo propõe discutir algumas questões da agenda neoliberal a partir do desmonte do estado social e sua repercussão na sociedade salarial, algo que vem do final do século passado. Aborda sobre a emergência dos novos movimentos sociais e como esses novos atores passaram a surgir como forma de renovação da atuação política na democracia liberal. Também traz a importância dos novos arranjos de participação que vem emergindo com uma nova institucionalização perante o estado. Situa como as políticas públicas de garantia dos direitos sociais tem sofrido com a nova ordem internacional a partir da acumulação flexível no capitalismo e propõe que a articulação dos novos movimentos sociais, com postura contra hegemônica, alinhados aos novos arranjos de participação política, podem ser canais de viabilidade para políticas intersetoriais, como forma de conter o desmonte do que ainda resta do estado social.
{"title":"NEOLIBERALISMO VERSUS ESTADO SOCIAL: A INSURGÊNCIA DOS NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS E OS DESAFIOS PARA A CONTRA HEGEMONIA","authors":"Paulo Cezar Martins Pinto","doi":"10.25247/2447-861x.2022.n256.p382-400","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2022.n256.p382-400","url":null,"abstract":"O presente artigo propõe discutir algumas questões da agenda neoliberal a partir do desmonte do estado social e sua repercussão na sociedade salarial, algo que vem do final do século passado. Aborda sobre a emergência dos novos movimentos sociais e como esses novos atores passaram a surgir como forma de renovação da atuação política na democracia liberal. Também traz a importância dos novos arranjos de participação que vem emergindo com uma nova institucionalização perante o estado. Situa como as políticas públicas de garantia dos direitos sociais tem sofrido com a nova ordem internacional a partir da acumulação flexível no capitalismo e propõe que a articulação dos novos movimentos sociais, com postura contra hegemônica, alinhados aos novos arranjos de participação política, podem ser canais de viabilidade para políticas intersetoriais, como forma de conter o desmonte do que ainda resta do estado social.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131095252","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}