Fernanda Maria Baraúna de Freitas Aragão, E. S. Kraychete
{"title":"AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DOS COORDENADORES DO PROSAVANA PARA A LEGITIMAÇÃO DO PROGRAMA DE COOPERAÇÃO","authors":"Fernanda Maria Baraúna de Freitas Aragão, E. S. Kraychete","doi":"10.25247/2447-861X.2018.N245.P429-463","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O Programa de Cooperação Tripartida para o Desenvolvimento Agrícola da Savana Tropical de Moçambique (ProSAVANA) tem sido analisado sob diferentes aspectos. Neste artigo, a proposta é refletir sobre as estratégias de comunicação desenvolvidas pelos coordenadores do programa com o intuito de legitimá-lo. Criado sob a justificativa de promover o desenvolvimento agrícola sustentável para melhorar as condições de vida da população do Corredor de Nacala (norte moçambicano), o ProSAVANA, celebrado entre Japão, Brasil e Moçambique revela, em essência, favorecer a expansão do agronegócio na África. Ao incentivar o aumento da produtividade da produção de alimentos por meio da mecanização e utilização de agrotóxicos, mostra-se fiel ao projeto de desenvolvimento econômico que é próprio do sistema capitalista com suas contradições. Desde 2012, estratégias de comunicação e engajamento têm sido utilizadas para garantir a legitimidade do programa de cooperação. Em contrapartida, por meio de diferentes ações, cuja maior expressão é a campanha “Não ao ProSAVANA”, a articulação formada por camponeses, movimentos sociais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e acadêmicos tem oferecido resistência. Entretanto, no percurso de luta para propor alternativas e barrar a concretização do ProSAVANA com benefícios especiais ao agronegócio, os grupos têm enfrentado problemas como a cooptação de lideranças e a falta de transparência.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.N245.P429-463","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O Programa de Cooperação Tripartida para o Desenvolvimento Agrícola da Savana Tropical de Moçambique (ProSAVANA) tem sido analisado sob diferentes aspectos. Neste artigo, a proposta é refletir sobre as estratégias de comunicação desenvolvidas pelos coordenadores do programa com o intuito de legitimá-lo. Criado sob a justificativa de promover o desenvolvimento agrícola sustentável para melhorar as condições de vida da população do Corredor de Nacala (norte moçambicano), o ProSAVANA, celebrado entre Japão, Brasil e Moçambique revela, em essência, favorecer a expansão do agronegócio na África. Ao incentivar o aumento da produtividade da produção de alimentos por meio da mecanização e utilização de agrotóxicos, mostra-se fiel ao projeto de desenvolvimento econômico que é próprio do sistema capitalista com suas contradições. Desde 2012, estratégias de comunicação e engajamento têm sido utilizadas para garantir a legitimidade do programa de cooperação. Em contrapartida, por meio de diferentes ações, cuja maior expressão é a campanha “Não ao ProSAVANA”, a articulação formada por camponeses, movimentos sociais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e acadêmicos tem oferecido resistência. Entretanto, no percurso de luta para propor alternativas e barrar a concretização do ProSAVANA com benefícios especiais ao agronegócio, os grupos têm enfrentado problemas como a cooptação de lideranças e a falta de transparência.