{"title":"ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE ÁREAS DE INTERRUPÇÃO EM MANCHAS HIPOSTÁTICAS PELA PERÍCIA CRIMINAL","authors":"G. Valle, M. Machado, L. Bordoni","doi":"10.51147/rcml074.2022","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Manchas hipostáticas indicam a posição na qual a vítima ficou após a morte, fixando-se em torno de 12 horas. As áreas de interrupção são aquelas que podem ser identificadas, em pele clara, por coloração esbranquiçada, indicativas de que algo pressionou aquela região até a fixação da hipostase. As imagens mostram dois casos diferentes em que as manchas de hipostase puderam ser analisadas. A Imagem 1A mostra a região anterior do pescoço de uma vítima fatal de enforcamento apresentando evidentes sulcos (setas) inferindo que o instrumento utilizado foi um cordão de nylon (encarte), que, provavelmente, foi retirado por alguém antes da realização da perícia. A imagem 1B demonstra uma interrupção linear na mancha hipostática localizada na região posterior do pescoço, sem sulco concomitante, devido à pressão do cordão sobre esta região anatômica por cima dos cabelos longos da vítima, evidenciando que o corpo e o cordão foram mantidos em suas posições originais por pelo menos 12 horas após a morte. A Imagem 2, de forma semelhante, mostra o dorso de uma vítima fatal com manchas hipostáticas fixadas. Entretanto, na parte superior do dorso havia uma interrupção de formato peculiar (setas), indicativa de que a vítima usava uma corrente de material rígido envolvendo seu pescoço que ali permaneceu por pelo menos 12 horas após sua morte. Os dois casos confirmam a contribuição da análise das manchas hipostáticas durante o levantamento pericial no local de morte suspeita, antes mesmo da perícia médico-legal ser realizada, corroborando a elucidação da dinâmica de fatos e a identificação de objetos que estiveram em contato com o corpo da vítima, mesmo que não estejam mais presentes. Esta publicação teve o apoio da Superintendência de Polícia Técnico-científica da Polícia Civil/MG.","PeriodicalId":184198,"journal":{"name":"Revista Criminalistica e Medicina Legal","volume":"26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Criminalistica e Medicina Legal","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51147/rcml074.2022","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Manchas hipostáticas indicam a posição na qual a vítima ficou após a morte, fixando-se em torno de 12 horas. As áreas de interrupção são aquelas que podem ser identificadas, em pele clara, por coloração esbranquiçada, indicativas de que algo pressionou aquela região até a fixação da hipostase. As imagens mostram dois casos diferentes em que as manchas de hipostase puderam ser analisadas. A Imagem 1A mostra a região anterior do pescoço de uma vítima fatal de enforcamento apresentando evidentes sulcos (setas) inferindo que o instrumento utilizado foi um cordão de nylon (encarte), que, provavelmente, foi retirado por alguém antes da realização da perícia. A imagem 1B demonstra uma interrupção linear na mancha hipostática localizada na região posterior do pescoço, sem sulco concomitante, devido à pressão do cordão sobre esta região anatômica por cima dos cabelos longos da vítima, evidenciando que o corpo e o cordão foram mantidos em suas posições originais por pelo menos 12 horas após a morte. A Imagem 2, de forma semelhante, mostra o dorso de uma vítima fatal com manchas hipostáticas fixadas. Entretanto, na parte superior do dorso havia uma interrupção de formato peculiar (setas), indicativa de que a vítima usava uma corrente de material rígido envolvendo seu pescoço que ali permaneceu por pelo menos 12 horas após sua morte. Os dois casos confirmam a contribuição da análise das manchas hipostáticas durante o levantamento pericial no local de morte suspeita, antes mesmo da perícia médico-legal ser realizada, corroborando a elucidação da dinâmica de fatos e a identificação de objetos que estiveram em contato com o corpo da vítima, mesmo que não estejam mais presentes. Esta publicação teve o apoio da Superintendência de Polícia Técnico-científica da Polícia Civil/MG.