{"title":"A AGENDA DA FAO NA ÁFRICA: A MELHOR ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO?","authors":"Daniela Maia Cunha, Elga Lessa de Almeida","doi":"10.25247/2447-861X.2018.N245.P395-428","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O continente africano enfrenta profundas crises econômicas e sociais há décadas. Para alguns, as causas estão na falta de planejamento econômico por parte dos chefes de Estado, na corrupção, nos desastres naturais, em geral, fatores endógenos. Já para outros, as causas remetem a séculos passados, decorrentes dos processos de colonização e exploração da mão de obra negra e matérias-primas. Nas últimas décadas, o processo de globalização e seu viés neoliberal também ocupou papel fundamental neste cenário. O pós-segunda guerra mundial é caracterizado por mudanças profundas na arquitetura internacional, na qual as Organizações Internacionais passam a ocupar um papel de destaque. Dentre as instituições que se voltaram para o continente, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) configurou-se como um espaço de diálogo entre as demandas dos países africanos e os ditames do contexto internacional e suas estratégias de desenvolvimento. Figurando como uma importante fonte de análise, os relatórios produzidos pela FAO, frutos das conferências realizadas a cada dois anos pela organização no continente, revelam como o discurso e a agenda da organização voltada para o continente é influenciada por um contexto político-econômico controlado pelas instituições de Bretton Woods. No presente artigo, apresentaremos a agenda da FAO para o continente africano em articulação com o cenário internacional, buscando evidenciar a adequação dessa agenda aos objetivos fundantes dessa organização.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"2014 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.N245.P395-428","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O continente africano enfrenta profundas crises econômicas e sociais há décadas. Para alguns, as causas estão na falta de planejamento econômico por parte dos chefes de Estado, na corrupção, nos desastres naturais, em geral, fatores endógenos. Já para outros, as causas remetem a séculos passados, decorrentes dos processos de colonização e exploração da mão de obra negra e matérias-primas. Nas últimas décadas, o processo de globalização e seu viés neoliberal também ocupou papel fundamental neste cenário. O pós-segunda guerra mundial é caracterizado por mudanças profundas na arquitetura internacional, na qual as Organizações Internacionais passam a ocupar um papel de destaque. Dentre as instituições que se voltaram para o continente, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) configurou-se como um espaço de diálogo entre as demandas dos países africanos e os ditames do contexto internacional e suas estratégias de desenvolvimento. Figurando como uma importante fonte de análise, os relatórios produzidos pela FAO, frutos das conferências realizadas a cada dois anos pela organização no continente, revelam como o discurso e a agenda da organização voltada para o continente é influenciada por um contexto político-econômico controlado pelas instituições de Bretton Woods. No presente artigo, apresentaremos a agenda da FAO para o continente africano em articulação com o cenário internacional, buscando evidenciar a adequação dessa agenda aos objetivos fundantes dessa organização.