Josiamare Aparecida Otoni Spira, E. Borges, Paula Gabriela Ribeiro Andrade, Cristiane Rabelo Lisboa, V. L. Lima
{"title":"DOENÇA FALCIFORME: PREVALÊNCIA DE PESSOAS COM ÚLCERA DA PERNA EM MINAS GERAIS","authors":"Josiamare Aparecida Otoni Spira, E. Borges, Paula Gabriela Ribeiro Andrade, Cristiane Rabelo Lisboa, V. L. Lima","doi":"10.51161/hematoclil/46","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Úlceras da perna são uma das complicações da doença falciforme (DF), sua prevalência varia com a idade, tipo de doença e geograficamente, sendo 18,6% em Ghana, 3,5% na Itália e 2,4% nos Estados Unidos. Em Minas Gerais (Brasil), um pequeno estudo com pessoas com DF identificou uma prevalência de úlceras da perna de 5%. Objetivo: Estimar a prevalência de pessoas com úlceras da perna decorrente da DF no estado de Minas Gerais. Material e método: Estudo transversal, com realização do censo da população, tendo como referência 5.379 pessoas com DF, maiores de 18 anos e cadastradas nos 11 centros da Fundação Hemominas distribuídos em Minas Gerais. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa nos pareceres n° 08052818.3.0000.5149 e 08052818.3.3001.5118. Resultados: A prevalência estimada de úlcera da perna decorrente da DF em Minas Gerais foi de 1,4%. Dos participantes do estudo, 88,9% eram naturais de Minas Gerais, 54,2% solteiras, 48,6% se declararam negras e outras 48,6% pardas, com idade média de 39 anos (mínimo de 18 e máximo de 64), 72,2% residiam em casa própria, 88,9% tinham água tratada, 75%, rede de esgoto e 87,5% coleta de lixo. Dos entrevistados, 36,1% eram aposentados, 61,1% tinham renda de um salário-mínimo, a mediana de anos de estudo foi de 10,5 (Quartil 1 = 5,00 e Quartil 3 = 11,00), 2,8% ensino superior completo, 29,2% relataram as repercussões clínicas da doença como o principal motivo para interrupção dos estudos. Quanto às atividades de lazer, 50% citaram a igreja como atividade preferencial e 41,7% assistir televisão. Em relação às variáveis clínicas, a DF do tipo HbSS, 91,7%, foi predominante, 80,6% não ingeriam bebida alcoólica e 79,2% negaram tabagismo. A úlcera era única em 59,7% das pessoas, 77,8% das úlceras ativas eram redicivantes e a mediana do tempo de existência da úlcera foi de 3 anos (Quartil 1 = 0,53 e quartil 3 = 7,7). Conclusão: A prevalência estimada foi inferior aos dados identificados na literatura, entretanto, o número de recidiva e o tempo de existência da úlcera eram elevados, dados que devem ser investigados em novos estudos.","PeriodicalId":212401,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/hematoclil/46","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Úlceras da perna são uma das complicações da doença falciforme (DF), sua prevalência varia com a idade, tipo de doença e geograficamente, sendo 18,6% em Ghana, 3,5% na Itália e 2,4% nos Estados Unidos. Em Minas Gerais (Brasil), um pequeno estudo com pessoas com DF identificou uma prevalência de úlceras da perna de 5%. Objetivo: Estimar a prevalência de pessoas com úlceras da perna decorrente da DF no estado de Minas Gerais. Material e método: Estudo transversal, com realização do censo da população, tendo como referência 5.379 pessoas com DF, maiores de 18 anos e cadastradas nos 11 centros da Fundação Hemominas distribuídos em Minas Gerais. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa nos pareceres n° 08052818.3.0000.5149 e 08052818.3.3001.5118. Resultados: A prevalência estimada de úlcera da perna decorrente da DF em Minas Gerais foi de 1,4%. Dos participantes do estudo, 88,9% eram naturais de Minas Gerais, 54,2% solteiras, 48,6% se declararam negras e outras 48,6% pardas, com idade média de 39 anos (mínimo de 18 e máximo de 64), 72,2% residiam em casa própria, 88,9% tinham água tratada, 75%, rede de esgoto e 87,5% coleta de lixo. Dos entrevistados, 36,1% eram aposentados, 61,1% tinham renda de um salário-mínimo, a mediana de anos de estudo foi de 10,5 (Quartil 1 = 5,00 e Quartil 3 = 11,00), 2,8% ensino superior completo, 29,2% relataram as repercussões clínicas da doença como o principal motivo para interrupção dos estudos. Quanto às atividades de lazer, 50% citaram a igreja como atividade preferencial e 41,7% assistir televisão. Em relação às variáveis clínicas, a DF do tipo HbSS, 91,7%, foi predominante, 80,6% não ingeriam bebida alcoólica e 79,2% negaram tabagismo. A úlcera era única em 59,7% das pessoas, 77,8% das úlceras ativas eram redicivantes e a mediana do tempo de existência da úlcera foi de 3 anos (Quartil 1 = 0,53 e quartil 3 = 7,7). Conclusão: A prevalência estimada foi inferior aos dados identificados na literatura, entretanto, o número de recidiva e o tempo de existência da úlcera eram elevados, dados que devem ser investigados em novos estudos.