R. Oliveira, Brenda Regio Garcia, A. Guimarães, Emanuel Cintra Austregésilo Bezerra
{"title":"PAPEL DO HHV-8 NA GÊNESE DA DOENÇA DE CASTLEMAN: UMA REVISÃO NARRATIVA","authors":"R. Oliveira, Brenda Regio Garcia, A. Guimarães, Emanuel Cintra Austregésilo Bezerra","doi":"10.51161/hematoclil/137","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A doença de Castleman (DC) caracteriza-se como um grupo de patologias linfoproliferativas raras agrupadas a partir das suas características histopatológicas linfonodais semelhantes: aumento do número de folículos linfoides com involução do centro germinativo e proliferação capilar. A DC multicêntrica (DCM) é caracterizada pelo aumento linfonodal difuso e pela linfoproliferação de células B, apresentando evolução clínica agressiva. Uma das etiologias da DCM é a infecção pelo HHV-8, Rhadinovirus oncogênico e de aspecto linfotrópico. Diante da ainda escassez de dados sobre esta temática e da carência de revisões sistemáticas específicas para este subtipo, percebe-se a importância de uma revisão da literatura acerca da etiopatogenia da HHV-8-MCD. Objetivo: Apresentar os principais achados acerca do papel do HHV-8 na patogênese da Doença de Castleman. Material e métodos: Como bases bibliográficas, esta revisão narrativa utilizou o Pubmed a partir dos seguintes descritores: “multicentric castleman Disease” e “HHV-8”. Foram incluídas publicações em inglês, com artigos originais e de revisão sistemática dos últimos cinco anos. Excluíram-se os trabalhos sem relação direta com a patogênese supracitada. Resultados: Foram encontrados 15 artigos relevantes para o objetivo desta revisão. A gênese da HHV-8-DCM dá-se com a infecção de um indivíduo através de contato com fluidos corporais. Após um período de latência, pode haver início da fase lítica do vírus nos linfonodos de indivíduos imunocomprometidos, predominando invasão e replicação em plasmoblastos e linfócitos B. Subsequentemente, nas células afetadas há upregulation de fatores como VEGF e NF-kB e citocinas inflamatórias por ação de proteínas virais, causando hiperproliferação celular. O aumento de secreção de IL-6 (seja o subtipo humano ou viral vIL-6) acentua o recrutamento de linfócitos B e aparenta ser o principal responsável pela sintomatologia da HHV-8-DCM. Como resultado, há alargamento linfonodal multicêntrico com padrão histológico característico (embora não patognomônico) e sintomas inflamatórios sistêmicos. Conclusão: Diante da compreensão da HHV-8-DCM, percebe-se o potencial dos rhadinovirus de sustentar uma doença crônica, sobretudo em pacientes HIV+. A infecção por rhadinovirus é extremamente comum, e o estudo sobre a etiopatogenia da HHV-8-DCM é essencial para a compreensão dos mecanismos virais de evasão do sistema imune e, portanto, de prováveis alvos terapêuticos.","PeriodicalId":212401,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/hematoclil/137","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: A doença de Castleman (DC) caracteriza-se como um grupo de patologias linfoproliferativas raras agrupadas a partir das suas características histopatológicas linfonodais semelhantes: aumento do número de folículos linfoides com involução do centro germinativo e proliferação capilar. A DC multicêntrica (DCM) é caracterizada pelo aumento linfonodal difuso e pela linfoproliferação de células B, apresentando evolução clínica agressiva. Uma das etiologias da DCM é a infecção pelo HHV-8, Rhadinovirus oncogênico e de aspecto linfotrópico. Diante da ainda escassez de dados sobre esta temática e da carência de revisões sistemáticas específicas para este subtipo, percebe-se a importância de uma revisão da literatura acerca da etiopatogenia da HHV-8-MCD. Objetivo: Apresentar os principais achados acerca do papel do HHV-8 na patogênese da Doença de Castleman. Material e métodos: Como bases bibliográficas, esta revisão narrativa utilizou o Pubmed a partir dos seguintes descritores: “multicentric castleman Disease” e “HHV-8”. Foram incluídas publicações em inglês, com artigos originais e de revisão sistemática dos últimos cinco anos. Excluíram-se os trabalhos sem relação direta com a patogênese supracitada. Resultados: Foram encontrados 15 artigos relevantes para o objetivo desta revisão. A gênese da HHV-8-DCM dá-se com a infecção de um indivíduo através de contato com fluidos corporais. Após um período de latência, pode haver início da fase lítica do vírus nos linfonodos de indivíduos imunocomprometidos, predominando invasão e replicação em plasmoblastos e linfócitos B. Subsequentemente, nas células afetadas há upregulation de fatores como VEGF e NF-kB e citocinas inflamatórias por ação de proteínas virais, causando hiperproliferação celular. O aumento de secreção de IL-6 (seja o subtipo humano ou viral vIL-6) acentua o recrutamento de linfócitos B e aparenta ser o principal responsável pela sintomatologia da HHV-8-DCM. Como resultado, há alargamento linfonodal multicêntrico com padrão histológico característico (embora não patognomônico) e sintomas inflamatórios sistêmicos. Conclusão: Diante da compreensão da HHV-8-DCM, percebe-se o potencial dos rhadinovirus de sustentar uma doença crônica, sobretudo em pacientes HIV+. A infecção por rhadinovirus é extremamente comum, e o estudo sobre a etiopatogenia da HHV-8-DCM é essencial para a compreensão dos mecanismos virais de evasão do sistema imune e, portanto, de prováveis alvos terapêuticos.