{"title":"Tradutores do orvalho: tradução e crioulização em Gouverneurs de la rosée, de Jacques Roumain","authors":"Thiago Mattos, Henrique Provinzano Amaral","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v43p131-153","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Gouverneurs de la rosée (1944), de Jacques Roumain, é um romance central da literatura haitiana, o que se deve em grande parte ao projeto político-poético de criação de uma língua literária haitiana. Neste artigo, pretendemos analisar de que maneira Roumain elabora uma língua que, sem abrir mão do francês, consegue, no entanto, crioulizá-lo. Partindo de Glissant (1981, 1990, 1995), Laroche (1991) e Combe (1995, 2019), e por meio da análise de uma seleção de trechos, identificamos no romance um dispositivo de narração baseado na lógica tradutória, pela qual Roumain cria uma língua literária capaz de desterritorializar o leitor francófono e reterritorializar a língua francesa em presença do créole, subvertendo a hierarquia que caracteriza a diglossia, herdada da história colonial, entre francês e crioulo no Haiti.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":"10 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-11-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"TradTerm","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v43p131-153","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Gouverneurs de la rosée (1944), de Jacques Roumain, é um romance central da literatura haitiana, o que se deve em grande parte ao projeto político-poético de criação de uma língua literária haitiana. Neste artigo, pretendemos analisar de que maneira Roumain elabora uma língua que, sem abrir mão do francês, consegue, no entanto, crioulizá-lo. Partindo de Glissant (1981, 1990, 1995), Laroche (1991) e Combe (1995, 2019), e por meio da análise de uma seleção de trechos, identificamos no romance um dispositivo de narração baseado na lógica tradutória, pela qual Roumain cria uma língua literária capaz de desterritorializar o leitor francófono e reterritorializar a língua francesa em presença do créole, subvertendo a hierarquia que caracteriza a diglossia, herdada da história colonial, entre francês e crioulo no Haiti.