{"title":"Oralidade e umbanda na \"Canção de Siruiz” (Grande Sertão: Veredas)","authors":"Marcelo Marinho, Elizabete Da Conceição Viera","doi":"10.48075/rlhm.v20i35.31640","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente estudo percorre o romance Grande Sertão: Veredas (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967), buscando, como ponto de partida, traços evidentes de oralitura, categoria conceitual que remete às expressões verbo-acústicas de natureza poética, para além do espaço circunscrito ao texto impresso. O termo foi proposto na década de 1960 por Piu Zirimu, em contraponto ao etnocêntrico conceito literário de “literatura oral” ou “oralidade”. O romance rosiano abre espaço a variadas manifestações da oralitura: ditados, cantigas, lendas, mitos, contos, cantos, adivinhas, causos, saudações votivas, interjeições emotivas, preces, cortejos votivos narrativizados etc. Procuramos percorrer a canção de Siruiz, ampliada em rapsódia pelo próprio bardo Riobaldo, de forma a evidenciar o encontro de múltiplas culturas e espiritualidades em suas variadas manifestações diastráticas, diacrônicas e diatópicas – tal qual a linguagem utilizada pelo romancista, que afirma se dedicar ao preparo de um “omelete ecumênico”. Assim, o presente ensaio busca convergências entre oralitura e umbanda na obra do polígrafo escritor mineiro.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"48 39","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-08-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Literatura, História e Memória","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v20i35.31640","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O presente estudo percorre o romance Grande Sertão: Veredas (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967), buscando, como ponto de partida, traços evidentes de oralitura, categoria conceitual que remete às expressões verbo-acústicas de natureza poética, para além do espaço circunscrito ao texto impresso. O termo foi proposto na década de 1960 por Piu Zirimu, em contraponto ao etnocêntrico conceito literário de “literatura oral” ou “oralidade”. O romance rosiano abre espaço a variadas manifestações da oralitura: ditados, cantigas, lendas, mitos, contos, cantos, adivinhas, causos, saudações votivas, interjeições emotivas, preces, cortejos votivos narrativizados etc. Procuramos percorrer a canção de Siruiz, ampliada em rapsódia pelo próprio bardo Riobaldo, de forma a evidenciar o encontro de múltiplas culturas e espiritualidades em suas variadas manifestações diastráticas, diacrônicas e diatópicas – tal qual a linguagem utilizada pelo romancista, que afirma se dedicar ao preparo de um “omelete ecumênico”. Assim, o presente ensaio busca convergências entre oralitura e umbanda na obra do polígrafo escritor mineiro.