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Abstract
O presente artigo sustenta a distinção entre dois esquemas possíveis de uso de conteúdos rememorados. Entendemos que a memória é determinante no processo clínico e, para que se possa empregá-la em uma acepção terapêutica, deve ser observada em sua caracterização qualitativa. Nestes termos, com o intuito de apontar a distinta natureza de modos possíveis de rememoração, sugerimos a aproximação de dois modelos extraídos da filosofia de Friedrich Nietzsche. Notadamente, focamos sobre elementos de um dinamismo psicológico no qual a memória está associada a traços específicos do caráter. Tal distinção pode ser percebida em Assim falou Zaratustra, quando o filósofo alemão apresenta dentre tantos personagens dois que nos interessam em particular: o Santo e Zaratustra. Trataremos, portanto, da diferenciação entre estes dois tipos. Cada um, ao seu modo, emprega um uso próprio da memória ao elaborar a vivência psicológica de suas experiências. Pretende-se, assim, mostrar que o estatuto distinto no qual se inscrevem tais memórias serve como índice de diagnóstico e interpretação de diferentes modos de existência.