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Abstract
A formação de valores é um tema inexplorado pela psicologia concreta. No Brasil, seu debate é feito majoritariamente na perspectiva piagetiana. Propomos, neste artigo, iniciar uma análise concreta de seu desenvolvimento. Partimos do pressuposto de que os valores, como unidades da moral, têm natureza cultural e se originam no processo histórico do trabalho. A extensão da valoração para outros campos da vida social cria os valores sociais e a moral. Os valores se desenvolvem como unidade entre processos afetivos e cognitivos, têm base emocional dinâmica e se transformam diretamente pela conceitualização do pensamento. Originam-se como necessidade emocional de bem-estar e chegam a juízos lógicos com fortes implicações subjetivas. Os valores nos mobilizam racional e emocionalmente e medeiam escolhas, uma vez que são parâmetros das alternativas que temos nas ações. A moral se consolida na personalidade a partir da adolescência, quando surgem convicções morais conscientes e a pessoa jovem é capaz de ligar sua própria conduta às relações sociais gerais. A educação valorativa é complexa, pois precisa alterar conceitos e a posição emocional das pessoas frente a relações sociais, isto é, alterar a sociabilidade em um sentido crítico e criar relações coletivizadas para se efetivar.