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Abstract
O fenômeno recente de setores das igrejas evangélicas na arena política brasileira é composto por múltiplas variáveis e se pronuncia no espaço público com discursos polifônicos. Neste artigo, pesquisamos sobre as rádios FM´s nas capitais brasileiras por entender que apresenta uma amostragem significativa desses atores que atuam tanto no palco político, quanto no religioso e no midiático. A categoria que expressa a representação política estudada seria coronelismo eletrônico evangélico. Por essa perspectiva não são ignoradas as identidades religiosas que reclamam por certa moralidade no espaço público, mas privilegiamos as redes de comunicação evangélicas nas suas estruturas institucionais e arranjos políticos para tentar analisar o objeto. O conceito de Cenário de Representação Política (CR-P) serviu-nos como suporte teórico para pensarmos o coronelismo eletrônico evangélico para além de um neologismo. Empreendemos o trabalho empírico em que os 82 membros da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, da 56ª legislatura (2019-2022), foram monitorados a partir dos vínculos com as redes de comunicação evangélicas. Desse modo, foram configurados como atores protagonistas dessa trama os alegados representantes do coronelismo eletrônico evangélico. Além de identificar as performances pessoais dos parlamentares, tivemos que caracterizar as redes de comunicação as quais são diretamente responsivos ou estão formalmente vinculados. Os membros da denominada bancada evangélica na Câmara dos Deputados na 56ª legislatura, com poucas exceções, dispõem e dependem, em boa medida, das referidas redes de comunicação. Daí, o fundamental suporte teórico-metodológico do conceito de Cenário de Representação Política (CR-P) nesta pesquisa de feição qualitativa.