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Abstract
O artigo trata de uma história dupla de resistência: primeiramente, das narrativas de escravos como instrumento de luta contra o sistema escravagista dos EUA e, do outro lado do espectro, da resistência oferecida pelo establishment literário posterior, que negou lugar ao gênero no cânone. Analisaremos três argumentos acerca da recepção desse primeiro momento da prosa afro-americana no século XX. Tal exercício nos permite constatar como muitos de seus elementos estruturais foram compreendidos progressivamente, conforme abordagens interdisciplinares se acumularam e formaram uma comunidade de leitores apta a apreciá-las como um gênero singular daquele país. Para cada argumento desfavorável à apreciação das narrativas de escravo será contrastado um exemplo literário excepcional: em primeiro lugar isolaremos os tratamentos literários do New Criticism ao de F. O. Matthiessen com uma análise da retórica da obra de Frederick Douglass; em um segundo momento, o argumento de John Sekora contra a forma híbrida das narrativas de escravo será contrastado com as narrativas de Venture Smith, James Williams e William Grimes.