{"title":"Hannah Arendt e o Diabólico Maquiavel","authors":"Claudinei Cássio de Rezende, A. Alvarenga","doi":"10.23925/2176-2767.2019V65P203-249","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo: Este artigo investiga a concepção de Hannah Arendt sobre Maquiavel a partir do conjunto dos textos da autora ao longo de sua maturidade intelectual, expressando prioritariamente as suas concepções em dois deles: um redigido originalmente em 1963, intitulado Sobre a revolução; e outro, Entre o passado e o futuro, por sua vez revisto e ampliado numa edição de 1968. Num pensamento de ciclo de reação em cadeia, a autora atribuiu ao Maquiavel uma compreensão insuficiente do mundo grego, causando uma vulgarização do mito de fundação. Como resultado, o campo de ação para Maquiavel se restringe à adaptação amoral da vida pública, lançando mão da violência na política por meio de ações cínicas, o que acaba por influenciar no estatuto revolucionário de todas as revoluções violentas posteriores. O problema desta análise de Arendt perpassa por uma abstração irrazoável e uma compreensão parca tanto da cena histórica e da obra de Maquiavel como do próprio mundo contemporâneo e das contingências históricas dos processos revolucionários. ","PeriodicalId":36256,"journal":{"name":"Esbocos","volume":"31 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-08-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Esbocos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.23925/2176-2767.2019V65P203-249","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q2","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo: Este artigo investiga a concepção de Hannah Arendt sobre Maquiavel a partir do conjunto dos textos da autora ao longo de sua maturidade intelectual, expressando prioritariamente as suas concepções em dois deles: um redigido originalmente em 1963, intitulado Sobre a revolução; e outro, Entre o passado e o futuro, por sua vez revisto e ampliado numa edição de 1968. Num pensamento de ciclo de reação em cadeia, a autora atribuiu ao Maquiavel uma compreensão insuficiente do mundo grego, causando uma vulgarização do mito de fundação. Como resultado, o campo de ação para Maquiavel se restringe à adaptação amoral da vida pública, lançando mão da violência na política por meio de ações cínicas, o que acaba por influenciar no estatuto revolucionário de todas as revoluções violentas posteriores. O problema desta análise de Arendt perpassa por uma abstração irrazoável e uma compreensão parca tanto da cena histórica e da obra de Maquiavel como do próprio mundo contemporâneo e das contingências históricas dos processos revolucionários.