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conflito entre tradição moral e individualismo em Marcoré
Este artigo se propõe a analisar como Marcoré (1991), romance de Antônio Olavo Pereira publicado originalmente em 1957, encena um conflito de ordem moral entre seu narrador-protagonista e seu meio. Partindo dos estudos da moralidade de John Kekes (1989, 1993) e de Jonathan Haidt (2012), argumenta-se que a obra de Olavo Pereira constrói uma identificação entre a moralidade individualista do protagonista e os processos de modernização do espaço em que a ação de passa, enquanto a moralidade predominante em seu meio se caracteriza pela preservação de valores “sóciocêntricos” tradicionais. Em seguida, a recepção crítica da obra, publicada em jornais e periódicos da época, é revisitada a fim de estabelecer quão divergentes poderiam ser sua interpretação, dependendo do lado do conflito com o qual o crítico se solidarizasse. O artigo se encerra com a sugestão de que a interpretação exclusivamente solidária à tradição moral se tornaria cada vez mais difícil a partir das décadas seguintes, quando uma vertente católica (que entre as décadas de 1930 e de 1960 competia em importância com a crítica de esquerda) começou a perder espaço na crítica literária brasileira.