被排斥者的沉默。巴西语言偏见的视角

D. D. S. D. Sá
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Tal distincao e visivel, inclusive, na gramatica, uma vez que a “lingua certa”, a norma-padrao, foi instituida a partir do modo de falar dos nobres. Tais falantes, tidos como letrados, possuem uma variante linguistica privilegiada, nao so pelo acesso a educacao, mas tambem por permanecerem nas classes dominantes. Significa dizer que a lingua e um instrumento de poder, capaz de promover a manutencao ou ruptura dos vinculos sociais, a preservacao ou extincao das individualidades, a inclusao ou exclusao social. Por isso, num reflexo da historia do Brasil, o falante que nao se expressa adequadamente ou que nao domina o “dialeto-padrao” e dominado, subjugado e estigmatizado. 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摘要

社会排斥发生在几个层面。然而,对这项工作感兴趣的是分析和讨论语言的排斥;它的原因和后果。从这个假设的角度来看,语言偏见是一种矛盾的审查形式,因为被排斥的人可以说话,但在他们的社会生活之外,没有人想听。在巴西,社会排斥和收入分配不平等的反映。富人和穷人之间的鸿沟将国家一分为二:一边是“Senzala”(穷人——奴隶的后代),另一边是“Casa Grande”(富人——殖民者的后代)。这种分离,就像吉尔伯托·弗雷尔的metafora一样,也可以在语言领域看到,因为有一种语言是由“大房子”的人说和理解的,而另一种完全不同的语言来自“Senzala”。这种区别甚至在语法上也很明显,因为“正确的语言”,标准的规范,是由贵族的说话方式建立起来的。这些人被认为是有文化的人,他们拥有一种特殊的语言变体,不仅因为他们有受教育的机会,而且因为他们属于统治阶级。这意味着语言是一种权力工具,能够促进社会联系的维持或打破,个人的保存或灭绝,社会的包容或排斥。因此,在巴西历史的反映中,那些没有充分表达自己或没有掌握“标准方言”的说话者被支配、征服和污名化。Sociolinguistica处理这些因素,他们对语言的压力,然而我们的目标不仅仅就这么想他们,但是,他们的第五条第七节,巴西大宪章对言论自由,为了揭露problematicas这个类比。
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O SILÊNCIO DOS EXCLUÍDOS. UMA PERSPECTIVA DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO NO BRASIL
A exclusao social ocorre em varios niveis. Interessa a este trabalho, contudo, analisar e discutir a exclusao pela linguagem; suas causas e consequencias. Nesse hipotetico olhar, o preconceito linguistico e uma forma paradoxal de censura, porque o excluido pode falar, mas nao ha, fora do seu convivio social, quem queria ouvi-lo. No Brasil, a exclusao social e reflexo da desigualdade gerada pela ma distribuicao de renda. O abismo existente entre os ricos e os pobres separa o pais em dois: de um lado a “Senzala” (pobres – descendentes dos escravos), de outro a “Casa Grande” (ricos – descendentes dos colonizadores). Essa separacao, como na metafora de Gilberto Freyre, tambem e vista no campo da linguagem, pois ha uma lingua falada e compreendida pelos da “Casa Grande” e outra, completamente diferente, oriunda da “Senzala”. Tal distincao e visivel, inclusive, na gramatica, uma vez que a “lingua certa”, a norma-padrao, foi instituida a partir do modo de falar dos nobres. Tais falantes, tidos como letrados, possuem uma variante linguistica privilegiada, nao so pelo acesso a educacao, mas tambem por permanecerem nas classes dominantes. Significa dizer que a lingua e um instrumento de poder, capaz de promover a manutencao ou ruptura dos vinculos sociais, a preservacao ou extincao das individualidades, a inclusao ou exclusao social. Por isso, num reflexo da historia do Brasil, o falante que nao se expressa adequadamente ou que nao domina o “dialeto-padrao” e dominado, subjugado e estigmatizado. A Sociolinguistica se ocupa desses fatores e da pressao que eles exercem sobre a lingua, todavia o objetivo aqui nao e tao somente reproduzi-los, mas correlaciona-los ao artigo 5o, inciso VII, da Carta Magna Brasileira, no tocante a liberdade de expressao, a fim de expor as problematicas dessa analogia.
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