{"title":"自传在异质传记中的展开","authors":"Mirella Carvalho do Carmo, Andréa Portolomeos","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.28974","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo pretende discutir a estreita e conflituosa relação entre autobiografia e poesia em poemas da trilogia Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade. A temática mostra-se significativa para a problematização de uma leitura mais ingênua que busca as razões do poema na esfera extraliterária, isto é, na vida do poeta, assim como para uma compreensão mais ampla sobre o sujeito lírico como um complexo elemento ficcional. Para isso, este trabalho baseia-se nas concepções teóricas de Hoisel (2019), Lejeune (2014), Arfuch (2010), Smith (1971) e Iser (1996, 2002), debatendo sobre o espaço autobiográfico na poesia e sobre uma recepção mais astuciosa da lírica memorialística de Drummond. O artigo discute, ainda, com o aporte de Halbwachs (1990), Silva (2009), Miranda (1988) e Santiago (2008, 2004), o ingrediente coletivo das memórias e a ressemantização do sujeito na ficção. As análises dos poemas dialogam com o suporte crítico de Candido (2000), Villaça (2006) e Pedrosa (2011) e visam esclarecer como os textos memorialísticos de Drummond propõem a recriação do passado de um “eu” que se reconhece como “outro” e projeta-se no “outro”, sendo constantemente coescrito no ato da leitura.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"24 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"DESDOBRAMENTO DA AUTOBIOGRAFIA EM HETEROBIOGRAFIA\",\"authors\":\"Mirella Carvalho do Carmo, Andréa Portolomeos\",\"doi\":\"10.48075/rlhm.v18i31.28974\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo pretende discutir a estreita e conflituosa relação entre autobiografia e poesia em poemas da trilogia Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade. A temática mostra-se significativa para a problematização de uma leitura mais ingênua que busca as razões do poema na esfera extraliterária, isto é, na vida do poeta, assim como para uma compreensão mais ampla sobre o sujeito lírico como um complexo elemento ficcional. Para isso, este trabalho baseia-se nas concepções teóricas de Hoisel (2019), Lejeune (2014), Arfuch (2010), Smith (1971) e Iser (1996, 2002), debatendo sobre o espaço autobiográfico na poesia e sobre uma recepção mais astuciosa da lírica memorialística de Drummond. O artigo discute, ainda, com o aporte de Halbwachs (1990), Silva (2009), Miranda (1988) e Santiago (2008, 2004), o ingrediente coletivo das memórias e a ressemantização do sujeito na ficção. As análises dos poemas dialogam com o suporte crítico de Candido (2000), Villaça (2006) e Pedrosa (2011) e visam esclarecer como os textos memorialísticos de Drummond propõem a recriação do passado de um “eu” que se reconhece como “outro” e projeta-se no “outro”, sendo constantemente coescrito no ato da leitura.\",\"PeriodicalId\":340500,\"journal\":{\"name\":\"Revista de Literatura, História e Memória\",\"volume\":\"24 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-07-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista de Literatura, História e Memória\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28974\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Literatura, História e Memória","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28974","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Este artigo pretende discutir a estreita e conflituosa relação entre autobiografia e poesia em poemas da trilogia Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade. A temática mostra-se significativa para a problematização de uma leitura mais ingênua que busca as razões do poema na esfera extraliterária, isto é, na vida do poeta, assim como para uma compreensão mais ampla sobre o sujeito lírico como um complexo elemento ficcional. Para isso, este trabalho baseia-se nas concepções teóricas de Hoisel (2019), Lejeune (2014), Arfuch (2010), Smith (1971) e Iser (1996, 2002), debatendo sobre o espaço autobiográfico na poesia e sobre uma recepção mais astuciosa da lírica memorialística de Drummond. O artigo discute, ainda, com o aporte de Halbwachs (1990), Silva (2009), Miranda (1988) e Santiago (2008, 2004), o ingrediente coletivo das memórias e a ressemantização do sujeito na ficção. As análises dos poemas dialogam com o suporte crítico de Candido (2000), Villaça (2006) e Pedrosa (2011) e visam esclarecer como os textos memorialísticos de Drummond propõem a recriação do passado de um “eu” que se reconhece como “outro” e projeta-se no “outro”, sendo constantemente coescrito no ato da leitura.