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Desse modo, se faz oportuno assinalar que o fenômeno recente de leigos fundadores e dessas associações, formadas predominantemente pelo laicato, sinalizam sujeitos religiosos mais inclinados à reescrita da vida consagrada com tom carismático, midiático e ultraconservador. Contudo, entende-se que o fiel leigo precisa atingir postos de governo e liderança no contexto eclesial. No entanto, diante do cenário crescente das novas associações de fiéis e de suas particulares características, estas acabam não auxiliando para a renovação da instituição ao fortalecer a narrativa extremamente dogmática, moralista, proselitista e autoritária. Com isso, distanciam a comunidade e seus membros – consciências-da sociedade, dos dilemas humanos e da interpretação dos sinais dos tempos. Pretende-se analisar, nesse artigo, essa delicada realidade a partir de três momentos. No primeiro, apresentar as proposições acerca do leigo nos documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965); num segundo, refletir a abundância de novas comunidades e características gerais que as tornam avessas ao espírito conciliar; no terceiro, identificar as causas e os efeitos da ausência de vocações laicais autênticas e verdadeiramente pautadas na proposta evangélica da libertação integral.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":"70 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-08-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"É protagonismo laical fundar as suas próprias associações?\",\"authors\":\"André Luiz Boccato de Almeida, Lucia Eliza\",\"doi\":\"10.46525/ret.v38i2.1802\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente artigo deseja problematizar a afirmação do Decreto Apostolicam actuositatem, nº19, §4, que, enuncia o direito dos leigos de fundar, dar nome e governar suas próprias associações de apostolado. 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摘要
本文旨在对使徒法令第19条第4款的肯定提出质疑,该法令规定了俗人建立、命名和管理他们自己的使徒协会的权利。提出的问题不是要减少这种可能性,而是要认识到这种开放性证实了对世俗职业原创性的损害:它独特的世俗特征和对世俗现实的处理。在这一点上,指出另外两份理事会文件,《宪法》《Lumen Gentium》和《Gaudium et spes》,直观地说明了在当时的“亵渎”中负责见证的世俗教会主体。因此,值得注意的是,最近出现的世俗创始人和这些主要由俗人组成的协会的现象,表明宗教主体更倾向于用魅力、媒介和极端保守的语气重写神圣的生活。然而,可以理解的是,信徒需要在教会的背景下达到政府和领导的职位。然而,面对日益增长的新信徒协会及其特殊特征,这些最终无助于制度的更新,加强了极端教条主义、道德主义、传教主义和独裁叙事。通过这种方式,他们使社区及其成员——社会良知——远离人类的困境和对时代迹象的解释。本文旨在从三个方面分析这一微妙的现实。第一,在第二次梵蒂冈会议(1962-1965)的文件中提出关于外行的建议;第二,反映新社区的丰富和使它们违背和解精神的一般特征;第三,确定缺乏真正的世俗职业的原因和影响,真正基于福音的整体解放的建议。
É protagonismo laical fundar as suas próprias associações?
O presente artigo deseja problematizar a afirmação do Decreto Apostolicam actuositatem, nº19, §4, que, enuncia o direito dos leigos de fundar, dar nome e governar suas próprias associações de apostolado. A questão aventada não é a redução dessa possibilidade, mas sim de reconhecer que tal abertura corrobora no detrimento da originalidade vocacional laical: da sua peculiar característica secular e do trato com as realidades temporais. Nisso, apontar em outros dois documentos conciliares, Constituições Lumen Gentium e Gaudium et spes, instruções que intuem o sujeito eclesial leigo responsável pelo testemunho em meio a “profanidade” do tempo. Desse modo, se faz oportuno assinalar que o fenômeno recente de leigos fundadores e dessas associações, formadas predominantemente pelo laicato, sinalizam sujeitos religiosos mais inclinados à reescrita da vida consagrada com tom carismático, midiático e ultraconservador. Contudo, entende-se que o fiel leigo precisa atingir postos de governo e liderança no contexto eclesial. No entanto, diante do cenário crescente das novas associações de fiéis e de suas particulares características, estas acabam não auxiliando para a renovação da instituição ao fortalecer a narrativa extremamente dogmática, moralista, proselitista e autoritária. Com isso, distanciam a comunidade e seus membros – consciências-da sociedade, dos dilemas humanos e da interpretação dos sinais dos tempos. Pretende-se analisar, nesse artigo, essa delicada realidade a partir de três momentos. No primeiro, apresentar as proposições acerca do leigo nos documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965); num segundo, refletir a abundância de novas comunidades e características gerais que as tornam avessas ao espírito conciliar; no terceiro, identificar as causas e os efeitos da ausência de vocações laicais autênticas e verdadeiramente pautadas na proposta evangélica da libertação integral.