Este artigo pretende, a partir da perspectiva dos estudos do antropólogo, teólogo e historiador René Girard (1923-2015), realizar uma leitura de análise na perícope bíblica encontrada no Livro de Josué 7,1-26. Dois pontos serão trabalhados no decorrer deste artigo: 1) Inicialmente o conceito de mito para René Girard, o qual conteria uma estrutura própria de narrativa que respeita a sequência: a) caos/crise, b) rivalidades miméticas e c) a seleção de um bode expiatório. 2) A interpretação de que o mito possui tal estrutura justamente por denunciar que: a) as violências são reais, b) a crise é real, c) as vítimas são escolhidas obedecendo ao critério de marcas vitimárias, e, finalmente, d) o sentido da operação é o de eliminação do bode expiatório. Ambas abordagens serão aplicadas à perícope bíblica que narra a história da lapidação de Acã, o personagem que é vítima do fenômeno persecutório, tornando a teoria girardiana a intérprete deste texto. Por consequência, o objetivo do presente artigo é refletir as relações possíveis entre a perícope veterotestamentária com a teoria do bode expiatório de René Girard, assim como prover uma forma de interpretação que toca os métodos da hermenêutica e exegese bíblicas, provendo novas formas de análise e reflexão do texto bíblico.
{"title":"apedrejamento de Acã","authors":"V. Santana","doi":"10.46525/ret.v39i1.1858","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1858","url":null,"abstract":"Este artigo pretende, a partir da perspectiva dos estudos do antropólogo, teólogo e historiador René Girard (1923-2015), realizar uma leitura de análise na perícope bíblica encontrada no Livro de Josué 7,1-26. Dois pontos serão trabalhados no decorrer deste artigo: 1) Inicialmente o conceito de mito para René Girard, o qual conteria uma estrutura própria de narrativa que respeita a sequência: a) caos/crise, b) rivalidades miméticas e c) a seleção de um bode expiatório. 2) A interpretação de que o mito possui tal estrutura justamente por denunciar que: a) as violências são reais, b) a crise é real, c) as vítimas são escolhidas obedecendo ao critério de marcas vitimárias, e, finalmente, d) o sentido da operação é o de eliminação do bode expiatório. Ambas abordagens serão aplicadas à perícope bíblica que narra a história da lapidação de Acã, o personagem que é vítima do fenômeno persecutório, tornando a teoria girardiana a intérprete deste texto. Por consequência, o objetivo do presente artigo é refletir as relações possíveis entre a perícope veterotestamentária com a teoria do bode expiatório de René Girard, assim como prover uma forma de interpretação que toca os métodos da hermenêutica e exegese bíblicas, provendo novas formas de análise e reflexão do texto bíblico.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 0","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140997800","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O poema lírico presente no Salmo 130 faz parte da família dos Salmos Penitenciais e possui uma estrutura de prece individual. Com apenas 52 palavras em seu texto original e 08 versículos, após ser traduzido para o português, encaixa-se bem no esquema dos Salmos cuja temática remete ao Templo em Jerusalém. O Salmo 130 faz parte da coleção de Salmos conhecidos como “Cânticos das Subidas”, também chamados de “Cânticos de Peregrinação”. A Igreja Católica ao preparar-se para viver o seu Jubileu também é convidada a fazer essa experiência, a saber: voltar às escrituras. Lê-las e compreendê-las supõe uma viagem longa e sentida. Mas é a única possibilidade de voltar a ser discípula.
{"title":"limiar da esperança!","authors":"José Ancelmo Santos Dantas","doi":"10.46525/ret.v39i1.1864","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1864","url":null,"abstract":"O poema lírico presente no Salmo 130 faz parte da família dos Salmos Penitenciais e possui uma estrutura de prece individual. Com apenas 52 palavras em seu texto original e 08 versículos, após ser traduzido para o português, encaixa-se bem no esquema dos Salmos cuja temática remete ao Templo em Jerusalém. O Salmo 130 faz parte da coleção de Salmos conhecidos como “Cânticos das Subidas”, também chamados de “Cânticos de Peregrinação”. A Igreja Católica ao preparar-se para viver o seu Jubileu também é convidada a fazer essa experiência, a saber: voltar às escrituras. Lê-las e compreendê-las supõe uma viagem longa e sentida. Mas é a única possibilidade de voltar a ser discípula.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 7","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140995313","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este estudo tem como objetivo geral analisar a inter-relação entre missão, proximidade, misericórdia e sinodalidade na definição da identidade presbiteral e na atuação da Igreja no mundo atual. A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica, que incluiu obras acadêmicas, documentos eclesiásticos e pronunciamentos do Papa Francisco relacionados ao tema. A análise qualitativa dos dados permitiu uma compreensão aprofundada das interações entre os elementos estudados. Os resultados indicam que a missão presbiteral está intrinsecamente ligada à proximidade com Deus e com o próximo, sendo fundamentada na misericórdia e na sinodalidade. A pesquisa destaca a importância da liderança episcopal na orientação espiritual da comunidade, bem como a necessidade de uma colaboração fraterna entre os presbíteros. Além disso, ressalta-se o papel do Povo de Deus como protagonista da missão da Igreja, enriquecendo-a com sua diversidade e participação ativa. Conclui-se que a compreensão da identidade presbiteral e da prática pastoral da Igreja requer uma abordagem holística, que considere a inter-relação entre missão, proximidade, misericórdia e sinodalidade. Aproximar-se de Deus, servir ao próximo com amor e colaborar fraternalmente são elementos essenciais para uma vivência autêntica do ministério presbiteral e para a construção de uma Igreja mais inclusiva e comprometida com os desafios contemporâneos.
{"title":"missão presbiteral à luz da proximidade e da misericórdia","authors":"C. Viana, Eanes Roberto de Lima","doi":"10.46525/ret.v39i1.1835","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1835","url":null,"abstract":"Este estudo tem como objetivo geral analisar a inter-relação entre missão, proximidade, misericórdia e sinodalidade na definição da identidade presbiteral e na atuação da Igreja no mundo atual. A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica, que incluiu obras acadêmicas, documentos eclesiásticos e pronunciamentos do Papa Francisco relacionados ao tema. A análise qualitativa dos dados permitiu uma compreensão aprofundada das interações entre os elementos estudados. Os resultados indicam que a missão presbiteral está intrinsecamente ligada à proximidade com Deus e com o próximo, sendo fundamentada na misericórdia e na sinodalidade. A pesquisa destaca a importância da liderança episcopal na orientação espiritual da comunidade, bem como a necessidade de uma colaboração fraterna entre os presbíteros. Além disso, ressalta-se o papel do Povo de Deus como protagonista da missão da Igreja, enriquecendo-a com sua diversidade e participação ativa. Conclui-se que a compreensão da identidade presbiteral e da prática pastoral da Igreja requer uma abordagem holística, que considere a inter-relação entre missão, proximidade, misericórdia e sinodalidade. Aproximar-se de Deus, servir ao próximo com amor e colaborar fraternalmente são elementos essenciais para uma vivência autêntica do ministério presbiteral e para a construção de uma Igreja mais inclusiva e comprometida com os desafios contemporâneos.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 5","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140995327","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo investiga as origens sociais e as carreiras eclesiásticas dos bispos em Santa Catarina. A pesquisa abrange todos os prelados que já atuaram ou ainda estão no exercício de seu ministério desde a criação da primeira diocese neste Estado (em 1908). Na primeira parte realiza-se uma revisão sistemática dos estudos existentes sobre o episcopado brasileiro e catarinense nas disciplinas da História e da Sociologia. A seguir apresenta-se uma contextualização do perfil desse episcopado nos ciclos históricos de (1) Institucionalização, (2) Modernização e (3) Re-estabilização eclesial da Igreja Católica em Santa Catarina. Na terceira parte analisam-se os dados referentes às origens sociais e às carreiras eclesiásticas dos bispos do Estado. Conclui-se que embora a elite do clero em Santa Catarina continue a ser recrutada entre os estratos mais populares da região Sul, seu perfil eclesiástico foi sendo transformado pelos ciclos históricos vividos pela Igreja Católica no Brasil.
{"title":"perfil dos bispos em Santa Catarina (1908-2023)","authors":"Carlos Eduardo Sell","doi":"10.46525/ret.v39i1.1844","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1844","url":null,"abstract":"O artigo investiga as origens sociais e as carreiras eclesiásticas dos bispos em Santa Catarina. A pesquisa abrange todos os prelados que já atuaram ou ainda estão no exercício de seu ministério desde a criação da primeira diocese neste Estado (em 1908). Na primeira parte realiza-se uma revisão sistemática dos estudos existentes sobre o episcopado brasileiro e catarinense nas disciplinas da História e da Sociologia. A seguir apresenta-se uma contextualização do perfil desse episcopado nos ciclos históricos de (1) Institucionalização, (2) Modernização e (3) Re-estabilização eclesial da Igreja Católica em Santa Catarina. Na terceira parte analisam-se os dados referentes às origens sociais e às carreiras eclesiásticas dos bispos do Estado. Conclui-se que embora a elite do clero em Santa Catarina continue a ser recrutada entre os estratos mais populares da região Sul, seu perfil eclesiástico foi sendo transformado pelos ciclos históricos vividos pela Igreja Católica no Brasil.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 10","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140997421","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo situa-se na ocasião do desenvolvimento do Sínodo sobre a sinodalidade, propondo a contribuição ampla da teologia e da pastoral. A atuação pastoral procurando ser missionária e próxima da vida das pessoas, com o diálogo construtor de pontes ad intra e ad extra. O objetivo do artigo é destacar que a construção da sinodalidade na Igreja faz parte da proposta do Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, possibilitando o avanço dos fundamentos da eclesiogênese “em saída”. O seu modus operandi verifica o caminho necessário a ser trilhado e os obstáculos a superar. O estudo e reflexão teológica com os pés calcados na vida das pessoas das comunidades se torna uma contribuição valiosa para a Igreja “em saída” colaborar missionariamente com as demandas dos sinais dos tempos. Considera-se a necessidade para a Igreja-Comunidade em nossos tempos primeirear1, ou seja, tomar a iniciativa de colocar-se “em saída”. A missão da Igreja desenvolve-se melhor em comunidades abertas ao diálogo e ao serviço no mundo, em linha de sinodalidade. É necessário sair da pastoral de conservação que adoece a Igreja e impede a renovação transformadora das suas estruturas. Conclui-se que na pastoral da Igreja deve sobressair o caráter sinodal, valorizado pelo Papa Francisco e traduzido nas orientações e práticas pastorais.
{"title":"Sinodalidade","authors":"A. L. Bordignon-Meira","doi":"10.46525/ret.v39i1.1854","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1854","url":null,"abstract":"O artigo situa-se na ocasião do desenvolvimento do Sínodo sobre a sinodalidade, propondo a contribuição ampla da teologia e da pastoral. A atuação pastoral procurando ser missionária e próxima da vida das pessoas, com o diálogo construtor de pontes ad intra e ad extra. O objetivo do artigo é destacar que a construção da sinodalidade na Igreja faz parte da proposta do Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, possibilitando o avanço dos fundamentos da eclesiogênese “em saída”. O seu modus operandi verifica o caminho necessário a ser trilhado e os obstáculos a superar. O estudo e reflexão teológica com os pés calcados na vida das pessoas das comunidades se torna uma contribuição valiosa para a Igreja “em saída” colaborar missionariamente com as demandas dos sinais dos tempos. Considera-se a necessidade para a Igreja-Comunidade em nossos tempos primeirear1, ou seja, tomar a iniciativa de colocar-se “em saída”. A missão da Igreja desenvolve-se melhor em comunidades abertas ao diálogo e ao serviço no mundo, em linha de sinodalidade. É necessário sair da pastoral de conservação que adoece a Igreja e impede a renovação transformadora das suas estruturas. Conclui-se que na pastoral da Igreja deve sobressair o caráter sinodal, valorizado pelo Papa Francisco e traduzido nas orientações e práticas pastorais.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140997810","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Matthias Grenzer, Cleodon Amaral de Lima, Robert Barbosa Cardoso
O presente estudo se propõe a traduzir e interpretar o Salmo 62, texto composto em hebraico no decorrer do primeiro milênio antes de Cristo. Em especial, procura-se por uma compreensão mais exata do que o salmista afirma no versículo 6 de sua oração poética: “Ó minha alma, acalma-te somente em relação a Deus, porque dele vem minha esperança!”. Existe, sobretudo, o interesse de descobrir a reflexão teológica que acompanha o vocábulo “esperança”, palavra-chave para a espiritualidade judaico-cristã. Afinal, todo ser humano se encontra necessitado de esperança. Isto é, ser esperançoso é algo constitutivo da existência humana. No entanto, embora a questão da esperança em si una as pessoas, as respostas não o fazem. Nesse sentido, observa-se que, comumente, se cultivam esperanças marcadas por interesses particulares e até agressões nada respeitosas à sobrevivência digna de todos. Por isso, é de suma importância estabelecer um diálogo qualificado sobre quem e/ou o que merece tornar-se alvo de esperanças a serem cultivadas pelo ser humano. O Salmo 62 traz uma, isto é, a sua proposta. Respeitando a relativa autonomia desse poema antigo, sua linguagem artística e seu contexto literário-histórico, a investigação a seguir procura, portanto, pela esperança de quem aqui reza. Aliás, justamente a oração, momento em que o ser humano se abre ao diálogo com Deus, parece ser um espaço privilegiado para, criticamente, rever o que é digno de tornar-se esperança.
{"title":"“Dele vem minha esperança”","authors":"Matthias Grenzer, Cleodon Amaral de Lima, Robert Barbosa Cardoso","doi":"10.46525/ret.v39i1.1849","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1849","url":null,"abstract":"O presente estudo se propõe a traduzir e interpretar o Salmo 62, texto composto em hebraico no decorrer do primeiro milênio antes de Cristo. Em especial, procura-se por uma compreensão mais exata do que o salmista afirma no versículo 6 de sua oração poética: “Ó minha alma, acalma-te somente em relação a Deus, porque dele vem minha esperança!”. Existe, sobretudo, o interesse de descobrir a reflexão teológica que acompanha o vocábulo “esperança”, palavra-chave para a espiritualidade judaico-cristã. Afinal, todo ser humano se encontra necessitado de esperança. Isto é, ser esperançoso é algo constitutivo da existência humana. No entanto, embora a questão da esperança em si una as pessoas, as respostas não o fazem. Nesse sentido, observa-se que, comumente, se cultivam esperanças marcadas por interesses particulares e até agressões nada respeitosas à sobrevivência digna de todos. Por isso, é de suma importância estabelecer um diálogo qualificado sobre quem e/ou o que merece tornar-se alvo de esperanças a serem cultivadas pelo ser humano. O Salmo 62 traz uma, isto é, a sua proposta. Respeitando a relativa autonomia desse poema antigo, sua linguagem artística e seu contexto literário-histórico, a investigação a seguir procura, portanto, pela esperança de quem aqui reza. Aliás, justamente a oração, momento em que o ser humano se abre ao diálogo com Deus, parece ser um espaço privilegiado para, criticamente, rever o que é digno de tornar-se esperança.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140994425","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este ensaio parte da premissa de que, como ente no mundo, o ser humano se relaciona com a realidade em três níveis de reconhecimento: a subjetividade, a alteridade e a transcendentalidade. Com base nesse postulado, procura-se refletir nessas três dimensões humanas a partir da Primeira Epístola de Pedro, documento bíblico que, dirigido a uma comunidade de crentes sofredora do primeiro século, demonstra profunda sensibilidade a questões existenciais que se referem à relação do ser humano consigo mesmo, com o outro e com o Transcendente. Por fim, conclui-se que a singularidade humana só é plena à medida que imerge na pluralidade do reconhecimento de outros entes e em sua ligação com Deus.
{"title":"Eu, o Outro e o Transcendente em 1Pedro","authors":"Eduardo Rueda Neto","doi":"10.46525/ret.v39i1.1818","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1818","url":null,"abstract":"Este ensaio parte da premissa de que, como ente no mundo, o ser humano se relaciona com a realidade em três níveis de reconhecimento: a subjetividade, a alteridade e a transcendentalidade. Com base nesse postulado, procura-se refletir nessas três dimensões humanas a partir da Primeira Epístola de Pedro, documento bíblico que, dirigido a uma comunidade de crentes sofredora do primeiro século, demonstra profunda sensibilidade a questões existenciais que se referem à relação do ser humano consigo mesmo, com o outro e com o Transcendente. Por fim, conclui-se que a singularidade humana só é plena à medida que imerge na pluralidade do reconhecimento de outros entes e em sua ligação com Deus.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 24","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140997539","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo objetiva refletir o tema da liberdade cristã no pensamento do teólogo José Comblin, a partir da teologia paulina. Em um primeiro momento, analisar-se-á o tema da liberdade humana em perspectiva antropológica com suas duas diferenciações: eletiva e entitativa, bem como seu conteúdo teologal. Em seguida a pesquisa versa sobre o aspecto bíblico da liberdade, partindo do Antigo Testamento, no qual o evento do Êxodo é entendido como ação fundante de Deus em favor da liberdade humana; depois, passaremos para o Novo Testamento, no qual os evangelhos apresentam Jesus que, com sua práxis, identifica-se como homem livre e libertador. Posto isto, será analisado o tema da liberdade nos escritos paulinos, tendo como referência o pensamento de Comblin.
{"title":"É para a liberdade que Cristo nos libertou","authors":"R. Landgraf","doi":"10.46525/ret.v39i1.1839","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1839","url":null,"abstract":"O presente artigo objetiva refletir o tema da liberdade cristã no pensamento do teólogo José Comblin, a partir da teologia paulina. Em um primeiro momento, analisar-se-á o tema da liberdade humana em perspectiva antropológica com suas duas diferenciações: eletiva e entitativa, bem como seu conteúdo teologal. Em seguida a pesquisa versa sobre o aspecto bíblico da liberdade, partindo do Antigo Testamento, no qual o evento do Êxodo é entendido como ação fundante de Deus em favor da liberdade humana; depois, passaremos para o Novo Testamento, no qual os evangelhos apresentam Jesus que, com sua práxis, identifica-se como homem livre e libertador. Posto isto, será analisado o tema da liberdade nos escritos paulinos, tendo como referência o pensamento de Comblin. \u0000 ","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 30","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140997504","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O fenômeno da internet está mais presente nos processos de evangelização. O Dicastério para a Comunicação orienta o uso e aplicação das plataformas digitais por meio de dois documentos significativos: “Igreja e Internet” e “Ética na Internet”. O presente artigo destaca que a privação das plataformas online não é o caminho mais adequado; ao contrário, é nesse ambiente que devem atuar aqueles que dão verdadeiro testemunho da vida em Jesus Cristo. Seu objetivo é colaborar para a formação contextualizada e crítica dos agentes de evangelização para uma postura positiva em relação à internet na evangelização. De cunho bibliográfico-documental, o artigo segue por três sessões, destacando a necessidade de captar e manter a atenção dos interlocutores no ambiente virtual; os desafios e as oportunidades presentes na internet e a reflexão feita pela Igreja em relação às plataformas digitais. Destaca-se, da conclusão, que a internet é um poderoso meio de comunicação e interação social, influenciando opiniões e comportamentos, possibilitando a inspiração da conversão no cumprimento da missão evangelizadora e não poder ser ignorado.
{"title":"Desafios e oportunidades da evangelização nas plataformas digitais","authors":"Ariél Philippi Machado, Luis Gustavo Lacombe","doi":"10.46525/ret.v39i1.1856","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1856","url":null,"abstract":"O fenômeno da internet está mais presente nos processos de evangelização. O Dicastério para a Comunicação orienta o uso e aplicação das plataformas digitais por meio de dois documentos significativos: “Igreja e Internet” e “Ética na Internet”. O presente artigo destaca que a privação das plataformas online não é o caminho mais adequado; ao contrário, é nesse ambiente que devem atuar aqueles que dão verdadeiro testemunho da vida em Jesus Cristo. Seu objetivo é colaborar para a formação contextualizada e crítica dos agentes de evangelização para uma postura positiva em relação à internet na evangelização. De cunho bibliográfico-documental, o artigo segue por três sessões, destacando a necessidade de captar e manter a atenção dos interlocutores no ambiente virtual; os desafios e as oportunidades presentes na internet e a reflexão feita pela Igreja em relação às plataformas digitais. Destaca-se, da conclusão, que a internet é um poderoso meio de comunicação e interação social, influenciando opiniões e comportamentos, possibilitando a inspiração da conversão no cumprimento da missão evangelizadora e não poder ser ignorado.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140996874","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo apresenta um ensaio sobre o tema da Revelação. Sabe-se que o Cristianismo é uma religião de Revelação, mas como este Deus se revela? Uma resposta a esta pergunta será dada a partir de três pontos. Primeiramente, a Revelação como autocomunicação de Deus, na perspectiva da teologia de Karl Rahner. Em seguida, o Deus Trino que se revela no homem Jesus e, por fim, as situações de humanidade revelam a Deus. Assim, procura-se neste artigo fundamentar a intrínseca relação entre Revelação e humanidade e quais suas implicações, distinções e condições para que tais conceitos não sejam justapostos, mas indicadores de uma mesma realidade, o Mistério de salvação. Assim, o objetivo principal deste artigo é analisar como se dá o processo da Revelação de Deus. Para alcançar esse objetivo, foi feita uma investigação bibliográfica com uma abordagem hermenêutica que procura explicitar a questão com base em referenciais teóricos já publicados sobre a questão.
{"title":"Como Deus se revela?","authors":"Anderson Costa Pereira","doi":"10.46525/ret.v39i1.1842","DOIUrl":"https://doi.org/10.46525/ret.v39i1.1842","url":null,"abstract":"O artigo apresenta um ensaio sobre o tema da Revelação. Sabe-se que o Cristianismo é uma religião de Revelação, mas como este Deus se revela? Uma resposta a esta pergunta será dada a partir de três pontos. Primeiramente, a Revelação como autocomunicação de Deus, na perspectiva da teologia de Karl Rahner. Em seguida, o Deus Trino que se revela no homem Jesus e, por fim, as situações de humanidade revelam a Deus. Assim, procura-se neste artigo fundamentar a intrínseca relação entre Revelação e humanidade e quais suas implicações, distinções e condições para que tais conceitos não sejam justapostos, mas indicadores de uma mesma realidade, o Mistério de salvação. Assim, o objetivo principal deste artigo é analisar como se dá o processo da Revelação de Deus. Para alcançar esse objetivo, foi feita uma investigação bibliográfica com uma abordagem hermenêutica que procura explicitar a questão com base em referenciais teóricos já publicados sobre a questão.","PeriodicalId":21387,"journal":{"name":"Revista Encontros Teológicos","volume":" 32","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140995600","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}