{"title":"持续流离失所:塞缪尔·贝克特的领土和语言","authors":"Annita Costa Malufe, Renata Vaz Shimbo","doi":"10.12957/soletras.2019.43357","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo enfoca a questão do trabalho de escrita com a língua estrangeira, e suas consequências literárias, na produção de Samuel Beckett (1906-1989), escritor e dramaturgo irlandês que optou por viver na França e escrever em francês, deslocando-se de sua língua e pátria natais, tendo mais tarde passado a se autotraduzir, propondo um trânsito constante entre o inglês e o francês. Partindo dos conceitos de território e desterritorialização, propostos pela filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, o artigo visa apontar para três principais desterritorializações que seriam responsáveis por uma poética do deslocamento e da errância constantes, que caracterizaria a obra de Beckett: desterritorialização do país de origem, da língua natal e, por fim, da linguagem verbal como um todo. O objetivo é acompanhar as linhas de deslocamento que levam suas obras, em especial as de sua prosa final, a criar uma língua singular que, paulatinamente, terá como potência a desestabilização da própria dinâmica da linguagem enquanto sistema de representação. ","PeriodicalId":41535,"journal":{"name":"SOLETRAS","volume":"33 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2019-10-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Deslocamentos contínuos: territórios e línguas em Samuel Beckett\",\"authors\":\"Annita Costa Malufe, Renata Vaz Shimbo\",\"doi\":\"10.12957/soletras.2019.43357\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O artigo enfoca a questão do trabalho de escrita com a língua estrangeira, e suas consequências literárias, na produção de Samuel Beckett (1906-1989), escritor e dramaturgo irlandês que optou por viver na França e escrever em francês, deslocando-se de sua língua e pátria natais, tendo mais tarde passado a se autotraduzir, propondo um trânsito constante entre o inglês e o francês. Partindo dos conceitos de território e desterritorialização, propostos pela filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, o artigo visa apontar para três principais desterritorializações que seriam responsáveis por uma poética do deslocamento e da errância constantes, que caracterizaria a obra de Beckett: desterritorialização do país de origem, da língua natal e, por fim, da linguagem verbal como um todo. O objetivo é acompanhar as linhas de deslocamento que levam suas obras, em especial as de sua prosa final, a criar uma língua singular que, paulatinamente, terá como potência a desestabilização da própria dinâmica da linguagem enquanto sistema de representação. \",\"PeriodicalId\":41535,\"journal\":{\"name\":\"SOLETRAS\",\"volume\":\"33 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2019-10-05\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"SOLETRAS\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.12957/soletras.2019.43357\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"0\",\"JCRName\":\"LANGUAGE & LINGUISTICS\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"SOLETRAS","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/soletras.2019.43357","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
Deslocamentos contínuos: territórios e línguas em Samuel Beckett
O artigo enfoca a questão do trabalho de escrita com a língua estrangeira, e suas consequências literárias, na produção de Samuel Beckett (1906-1989), escritor e dramaturgo irlandês que optou por viver na França e escrever em francês, deslocando-se de sua língua e pátria natais, tendo mais tarde passado a se autotraduzir, propondo um trânsito constante entre o inglês e o francês. Partindo dos conceitos de território e desterritorialização, propostos pela filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, o artigo visa apontar para três principais desterritorializações que seriam responsáveis por uma poética do deslocamento e da errância constantes, que caracterizaria a obra de Beckett: desterritorialização do país de origem, da língua natal e, por fim, da linguagem verbal como um todo. O objetivo é acompanhar as linhas de deslocamento que levam suas obras, em especial as de sua prosa final, a criar uma língua singular que, paulatinamente, terá como potência a desestabilização da própria dinâmica da linguagem enquanto sistema de representação.