Gabriel Roma, G. Sanglard, Pedro Felipe Neves de Muñoz
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O presente artigo discorre sobre o intercâmbio franco-brasileira acerca da educação da criança idiota e foca em duas figuras chaves desta rede: Désiré-Magloire Bourneville, chefe da seção infantil do hospital francês de Bicêtre, e o Antônio Fernandes Figueira, diretor da primeira ala dedicada ao tratamento psiquiátrico infantil no Brasil, o Pavilhão Bourneville. O artigo busca entender a mudança na interpretação da idiotia encabeçada por psiquiatras franceses, que passaram a compreender a doença como recuperável através da educação. Em seguida, analisamos a apropriação desta tese no Brasil a partir das convergências e divergências entre Figueira e Bourneville quanto ao tratamento da idiotia. Por fim, almeja-se compreender a agência dos médicos brasileiros no reordenamento do conhecimento francês, demonstrando em que medida a resposta social à doença foi única no Brasil. Diferentemente do caso francês, no Brasil republicano o tratamento da idiotia se associou ao projeto de redenção nacional através do sanitarismo e higienismo.