{"title":"破碎的重建:一个亡命之徒的记忆","authors":"Aurora Cardoso de Quadros","doi":"10.12957/soletras.2019.42879","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo, com o apoio das elaborações do Stuart Hall sobre Diáspora, tem como objetivo analisar a associação entre a estética e a vida no exílio de Ferreira Gullar, trazendo ao centro o Poema Sujo, publicado em 1976. O momento da criação, que representa a busca do passado, situa-se num período de forte tensão, devido ao recrudescimento dos assédios do Brasil, então sob o regime militar. No impulso de deixar um testemunho da sua vida, acreditando aproveitar desse modo o tempo restante, os versos buscam reconstruir, pela palavra poética, o tempo, a vida e o espaço do proscrito. Observa-se que, ao representar sua trajetória pela arte da palavra, ele escreve a História antagônica que vive. Essa associação entre Poesia e Vida cria, no caso de Gullar, uma configuração que reforça o sentimento advindo da diáspora, pois, ao revolver sua vida, remodela os modos de dizê-la como reflexo do espírito de revolta de que se acomete. A linguagem fortalece o proposital impacto estético, e esse procedimento fortalece o enfrentamento ideológico, em radical contraposição ao conservadorismo.Palavras-chave: Poema sujo. Diáspora. Memória. Rebeldia.","PeriodicalId":41535,"journal":{"name":"SOLETRAS","volume":"122 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2019-10-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Reconstrução dilacerada: memórias de um proscrito\",\"authors\":\"Aurora Cardoso de Quadros\",\"doi\":\"10.12957/soletras.2019.42879\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo, com o apoio das elaborações do Stuart Hall sobre Diáspora, tem como objetivo analisar a associação entre a estética e a vida no exílio de Ferreira Gullar, trazendo ao centro o Poema Sujo, publicado em 1976. O momento da criação, que representa a busca do passado, situa-se num período de forte tensão, devido ao recrudescimento dos assédios do Brasil, então sob o regime militar. No impulso de deixar um testemunho da sua vida, acreditando aproveitar desse modo o tempo restante, os versos buscam reconstruir, pela palavra poética, o tempo, a vida e o espaço do proscrito. Observa-se que, ao representar sua trajetória pela arte da palavra, ele escreve a História antagônica que vive. Essa associação entre Poesia e Vida cria, no caso de Gullar, uma configuração que reforça o sentimento advindo da diáspora, pois, ao revolver sua vida, remodela os modos de dizê-la como reflexo do espírito de revolta de que se acomete. A linguagem fortalece o proposital impacto estético, e esse procedimento fortalece o enfrentamento ideológico, em radical contraposição ao conservadorismo.Palavras-chave: Poema sujo. Diáspora. Memória. Rebeldia.\",\"PeriodicalId\":41535,\"journal\":{\"name\":\"SOLETRAS\",\"volume\":\"122 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2019-10-05\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"SOLETRAS\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.12957/soletras.2019.42879\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"0\",\"JCRName\":\"LANGUAGE & LINGUISTICS\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"SOLETRAS","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/soletras.2019.42879","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
Este artigo, com o apoio das elaborações do Stuart Hall sobre Diáspora, tem como objetivo analisar a associação entre a estética e a vida no exílio de Ferreira Gullar, trazendo ao centro o Poema Sujo, publicado em 1976. O momento da criação, que representa a busca do passado, situa-se num período de forte tensão, devido ao recrudescimento dos assédios do Brasil, então sob o regime militar. No impulso de deixar um testemunho da sua vida, acreditando aproveitar desse modo o tempo restante, os versos buscam reconstruir, pela palavra poética, o tempo, a vida e o espaço do proscrito. Observa-se que, ao representar sua trajetória pela arte da palavra, ele escreve a História antagônica que vive. Essa associação entre Poesia e Vida cria, no caso de Gullar, uma configuração que reforça o sentimento advindo da diáspora, pois, ao revolver sua vida, remodela os modos de dizê-la como reflexo do espírito de revolta de que se acomete. A linguagem fortalece o proposital impacto estético, e esse procedimento fortalece o enfrentamento ideológico, em radical contraposição ao conservadorismo.Palavras-chave: Poema sujo. Diáspora. Memória. Rebeldia.