Melissa Fiuza Saboya, Maria Clara da Costa Fernandes, Natália Ponte Fernandes, Sandriele Santos Barbosa, Tatiana Paschoalette Rodrigues Bachur
{"title":"FATORES DE RISCO PARA A CANDIDÍASE VULVOVAGINAL RECORRENTE","authors":"Melissa Fiuza Saboya, Maria Clara da Costa Fernandes, Natália Ponte Fernandes, Sandriele Santos Barbosa, Tatiana Paschoalette Rodrigues Bachur","doi":"10.51161/ii-conamic/07","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A candidíase vulvovaginal recorrente (CVVR) caracteriza-se pela ocorrência de quatro episódios de candidíase vulvovaginal no intervalo de um ano. Essa infecção é causada por fungos do gênero Candida, sendo a espécie C. albicans a mais comum. Objetivo: Realizar um levantamento bibliográfico acerca dos fatores de risco para a ocorrência da CVVR. Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados MEDLINE, por meio da utilização dos descritores \\\"recurrent vulvovaginal candidiasis\\\" e \\\"factors\\\", combinados pelo operador booleano AND. A partir de critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos, foram selecionados doze artigos para compor este trabalho. Resultados: Existem diferentes fatores que contribuem para o desequilíbrio da microbiota vaginal, levando à proliferação do fungo C. albicans e ao surgimento dos sintomas característicos da CVVR. Os fatores de risco podem ser comportamentais, hormonais, ambientais e genéticos, com a manifestação de polimorfismos em genes específicos. Os genes HLA-DRB1×14, MBL2 e SIGLEC15 estão envolvidos em mutações que ocasionam um menor reconhecimento de epítopos fúngicos e, consequentemente, uma menor resposta imunológica. Quanto aos fatores comportamentais, pode-se citar o uso de roupas apertadas, tecidos sintéticos e absorventes diários, pois ocasionam alterações na umidade e na temperatura na região vulvovaginal. A alimentação rica em carboidratos favorece o crescimento de C. albicans, visto que o glicogênio é o substrato energético do fungo. Em relação aos fatores hormonais, a gravidez, a menopausa e o uso de anticoncepcionais orais resultam em modificações na taxa de progesterona e, consequentemente, numa maior disponibilidade de glicogênio, o que se torna favorável ao crescimento do patógeno. Dentre os fatores ambientais, a utilização de antimicrobianos elimina bactérias comensais da microbiota vaginal, aumentando a disponibilidade de nutrientes para o fungo C. albicans naturalmente residente no local e, consequentemente, facilitando sua proliferação. Além disso, a presença de sêmen pouco viscoso no canal vaginal pode favorecer o crescimento fúngico. Conclusão: A candidíase vulvovaginal recorrente é multifatorial, com importante influência de fatores comportamentais, havendo necessidade de orientações às pacientes acerca das medidas preventivas relacionadas, especialmente, a estes fatores, que são modificáveis.","PeriodicalId":128123,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line","volume":"41 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/ii-conamic/07","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: A candidíase vulvovaginal recorrente (CVVR) caracteriza-se pela ocorrência de quatro episódios de candidíase vulvovaginal no intervalo de um ano. Essa infecção é causada por fungos do gênero Candida, sendo a espécie C. albicans a mais comum. Objetivo: Realizar um levantamento bibliográfico acerca dos fatores de risco para a ocorrência da CVVR. Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados MEDLINE, por meio da utilização dos descritores \"recurrent vulvovaginal candidiasis\" e \"factors\", combinados pelo operador booleano AND. A partir de critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos, foram selecionados doze artigos para compor este trabalho. Resultados: Existem diferentes fatores que contribuem para o desequilíbrio da microbiota vaginal, levando à proliferação do fungo C. albicans e ao surgimento dos sintomas característicos da CVVR. Os fatores de risco podem ser comportamentais, hormonais, ambientais e genéticos, com a manifestação de polimorfismos em genes específicos. Os genes HLA-DRB1×14, MBL2 e SIGLEC15 estão envolvidos em mutações que ocasionam um menor reconhecimento de epítopos fúngicos e, consequentemente, uma menor resposta imunológica. Quanto aos fatores comportamentais, pode-se citar o uso de roupas apertadas, tecidos sintéticos e absorventes diários, pois ocasionam alterações na umidade e na temperatura na região vulvovaginal. A alimentação rica em carboidratos favorece o crescimento de C. albicans, visto que o glicogênio é o substrato energético do fungo. Em relação aos fatores hormonais, a gravidez, a menopausa e o uso de anticoncepcionais orais resultam em modificações na taxa de progesterona e, consequentemente, numa maior disponibilidade de glicogênio, o que se torna favorável ao crescimento do patógeno. Dentre os fatores ambientais, a utilização de antimicrobianos elimina bactérias comensais da microbiota vaginal, aumentando a disponibilidade de nutrientes para o fungo C. albicans naturalmente residente no local e, consequentemente, facilitando sua proliferação. Além disso, a presença de sêmen pouco viscoso no canal vaginal pode favorecer o crescimento fúngico. Conclusão: A candidíase vulvovaginal recorrente é multifatorial, com importante influência de fatores comportamentais, havendo necessidade de orientações às pacientes acerca das medidas preventivas relacionadas, especialmente, a estes fatores, que são modificáveis.