Isabela Franco Freire, Julia Leitão Cabral, Larissa Peixoto Teixeira, A. Neto
{"title":"ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E SOCIOESPACIAL DA SÍFILIS EM GESTANTES E CONGÊNITA NA CIDADE DE FORTALEZA, CEARÁ.","authors":"Isabela Franco Freire, Julia Leitão Cabral, Larissa Peixoto Teixeira, A. Neto","doi":"10.51161/ii-conamic/57","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A sífilis consiste em uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria espiroqueta anaeróbia facultativa Treponema pallidum. Ela carrega a obrigatoriedade de notificação perante a Vigilância Epidemiológica, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Uma relevante forma de transmissão é a vertical, de uma gestante para seu concepto. Devido às sequelas apresentadas pelo feto e, considerando que podem culminar em óbito neonatal ou prejudicado desenvolvimento, entende-se a relevância da discussão acerca dos alarmantes níveis de incidência da sífilis congênita e baixa taxa de detecção de sífilis na gestação na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Objetivo: Demonstrar a distribuição espacial e epidemiológica da Sífilis em gestantes e congênita na cidade de Fortaleza e suas tendências. Elucidar as variantes socioeconômicas envolvidas na incidência da infecção. Discorrer acerca da atuação do sistema de saúde no diagnóstico precoce da doença. Material/ método: Estudo descritivo exploratório com informações sociodemográficas e epidemiológicas relacionadas à sífilis gestacional e congênita no município de Fortaleza-CE, entre os anos de 2011 a 2021, por meio do SINAN e de documentos governamentais disponíveis nos websites do Município. Resultado: A análise dos dados ressalta, até 2016, a discrepância entre o número de gestantes contaminadas e os casos de sífilis congênita, e um crescimento exponencial entre os anos de 2017 e 2018 do número de casos na gestação. Isso correlaciona-se com políticas públicas de incentivo à notificação devido à maior compatibilidade nos índices observados a partir da Portaria que determina o implemento dos testes rápidos (TR) no sistema público de saúde, possibilitando uma melhor retratação da realidade observada. Ademais, existem fatores socioespaciais determinantes na análise da contaminação vertical e horizontal, devido a uma prevalência de casos em regiões de mais baixo nível socioeconômico e que estão mais vulneráveis às fragilidades do sistema público de saúde. Conclusão: A sífilis gestacional e congênita persiste como problema de saúde pública, estando associada à maior vulnerabilidade social e falhas na assistência pré-natal. O combate da doença enfrenta dificuldades relacionadas à logística dos testes rápidos no sistema público de saúde e a compreensão de sua correlação com as variantes socioeconômicas que influenciam o quadro.","PeriodicalId":128123,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/ii-conamic/57","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: A sífilis consiste em uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria espiroqueta anaeróbia facultativa Treponema pallidum. Ela carrega a obrigatoriedade de notificação perante a Vigilância Epidemiológica, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Uma relevante forma de transmissão é a vertical, de uma gestante para seu concepto. Devido às sequelas apresentadas pelo feto e, considerando que podem culminar em óbito neonatal ou prejudicado desenvolvimento, entende-se a relevância da discussão acerca dos alarmantes níveis de incidência da sífilis congênita e baixa taxa de detecção de sífilis na gestação na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Objetivo: Demonstrar a distribuição espacial e epidemiológica da Sífilis em gestantes e congênita na cidade de Fortaleza e suas tendências. Elucidar as variantes socioeconômicas envolvidas na incidência da infecção. Discorrer acerca da atuação do sistema de saúde no diagnóstico precoce da doença. Material/ método: Estudo descritivo exploratório com informações sociodemográficas e epidemiológicas relacionadas à sífilis gestacional e congênita no município de Fortaleza-CE, entre os anos de 2011 a 2021, por meio do SINAN e de documentos governamentais disponíveis nos websites do Município. Resultado: A análise dos dados ressalta, até 2016, a discrepância entre o número de gestantes contaminadas e os casos de sífilis congênita, e um crescimento exponencial entre os anos de 2017 e 2018 do número de casos na gestação. Isso correlaciona-se com políticas públicas de incentivo à notificação devido à maior compatibilidade nos índices observados a partir da Portaria que determina o implemento dos testes rápidos (TR) no sistema público de saúde, possibilitando uma melhor retratação da realidade observada. Ademais, existem fatores socioespaciais determinantes na análise da contaminação vertical e horizontal, devido a uma prevalência de casos em regiões de mais baixo nível socioeconômico e que estão mais vulneráveis às fragilidades do sistema público de saúde. Conclusão: A sífilis gestacional e congênita persiste como problema de saúde pública, estando associada à maior vulnerabilidade social e falhas na assistência pré-natal. O combate da doença enfrenta dificuldades relacionadas à logística dos testes rápidos no sistema público de saúde e a compreensão de sua correlação com as variantes socioeconômicas que influenciam o quadro.